Easter Egg dos DVDs do Vista: mistério (quase) resolvido

por Alexandre Fugita

[Vista] Dias atrás alguém descobriu uma foto com três pessoas (abaixo) nos hologramas dos discos de DVD do Windows Vista Business. Pronto, começaram as teorias conspiratórias. Um leitor da revista Make disse nos comentários: “Minha aposta é que são os três cavaleiros do apocalipse. O quarto seria um Mac user…“. Outro foi mais exato: “Um desses caras é o Steve Jobs…“. Teve ainda o que, com medo, afirmou: “Eles são os policiais do DRM. Não copie esse disco!“. Piadas e brincadeiras à parte, que diabos essa foto está fazendo nos DVDs do Windows Vista?

Microsoft responde

Um post de ontem no blog oficial do Windows Vista esclarece o mistério. Primeiro dá uma ducha de água fria nos que acreditavam em teorias conspiratórias. Aquilo é proposital e a foto é de três dos membros da equipe Anti-Pirataria da Microsoft. No entanto, nenhum nome é dado. Segundo o texto várias outras imagens, todas menores que 1 milímetro, estão presentes na montagem holográfica dos discos. É uma forma de dificultar piratas a fazerem discos falsos parecidos em termos de design. Explicações mais técnicas desses artefatos estão em uma página da MS aqui.

[Três caras no holograma do DVD do Windows Vista]

MediaOn: visões antagônicas

por Alexandre Fugita

[MediaOn] Termina hoje em São Paulo o Media On, 1o. Seminário de Jornalismo Online. E como não poderia deixar de ser, há transmissão em tempo real dos painéis pela internet, coisas que só a mídia digital permite. Acompanhei algumas discussões de ontem e ao mesmo tempo que fiquei entusiasmado com alguns dos participantes, assustei-me com a visão retrógrada de outros. O evento discute várias mudanças que o jornalismo está enfrentando com as mídias digitais. Jornais vendem menos, a TV perde audiência. Pessoas procuram a web para se informar, o YouTube para assitir vídeos. Ou seja, o mundo mudou.

UOL

“O jornalismo participativo é uma atividade parecida com um show de calouros? Os jornalistas farão o papel de jurados?” – Márion Strecker, diretora de Conteúdo do UOL. Segundo ela, “é preocupante que um veículo que se diz jornalístico ‘terceirize’ a responsabilidade sobre o conteúdo para o leitor”. Sim, isso mesmo, a diretora de conteúdo do UOL deve viver no século XIX. O conteúdo colaborativo é quase uma doença que precisa ser tratada com muito cuidado. Blogs precisam de responsabilidade, “chamem os jornalistas” (*), bradou Bob Fernandes (Terra Magazine), ali ao lado. Márion citou veladamente o caso do Engadget que ao divulgar uma notícia supostamente verdadeira que se mostrou falsa minutos depois, causou uma queda de 4 bilhões de dólares no valor das ações da Apple. E a propaganda disfarçada de notícia do asteróide Pallas na home do UOL, Estadão e Terra? Enganou todo mundo e causou tumulto na web.

Fiquei embasbacado com o discurso da diretora de conteúdo do UOL. Como? Sim, UOL, um dos maiores portais brasileiros de informação. Coisas como o Digg seriam a personificação do demônio para ela. Blogs? Só de jornalistas responsáveis. Vendo que seu discurso não agradava, logo tentou consertar dizendo que o UOL possui espaço para blogs pessoais livres. Sim, livres mas que aceitam intervenção dos coroné da república.

(*) nada contra jornalistas. Uma das minhas melhores amigas é jornalista e leitora do Techbits.

Rosental

O oposto foi o Rosental, professor jornalismo da Universidade do Texas. Esse senhor é revolucionário. Afirmou que o jornalismo deixa de ser monopólio de jornalistas, que o hype atual são as conversações entre blogs e também a social media. Disse que em conversas com outros professores de jornalismo muitos afirmam ter medo de ensinar jornalismo digital pois os alunos invariavelmente sabem mais do que eles. O Rosental foi categórico: pois eu adoro ensinar jornalismo digital, deixo meus alunos terem idéias, sirvo mais como um guia e não aquele que detém a última palavra. Falou de uma frase do Chris Anderson, autor do ótimo A Cauda Longa: “eu faço o que os estagiários me mandam”.

Citou o crowdsourcing como parte fundamental da nova era e a mídia epicêntrica na qual o usuário é que decide quando vai consumir o conteúdo. Nada de grade fixa da TV, isso é coisa de dinossauros. Para o Rosental a revolução que estamos vivendo agora é do mesmo grau que séculos atrás Gutenberg fez ao inventar os tipo móveis e baratear os custos de distribuição de conteúdo. A internet derruba novamente estes custos, agora para quase zero. Ao ser questionado por uma estudante de jornalismo sobre o que fazer para ficar por dentro do mercado enquanto estudante, Rosental afirmou: “crie um blog”. Fantástico.

O Google e a privacidade

por Alexandre Fugita

[Google Street View Robots.txt] Um relatório divulgado dias atrás aponta o Google como a pior das piores empresas quando o assunto é privacidade. Li o longuíssimo relatório, o PDF com os resultados e vários outros posts sobre o assunto e posso dizer que a Privacy International, entidade que divulgou esse estudo preliminar (a versão final só sai em Setembro), exagerou. Claro que o Google, por armazenar tanta informação sobre nós, pode representar uma séria ameaça à privacidade. Tanto que certa vez falei que o orkut é o maior CRM do Brasil e poderia estender essa afirmação para o Google como um todo.

(*) imagem que ilustra este texto foi retirado do guiabuscadores.

Intriga

Quase que simultaneamente à divulgação do relatório a Privacy International publicou uma carta aberta ao CEO da Google dizendo que a gigante de Mountain View estava manipulando jornalistas a acreditarem que a entidade está ligada à Microsoft. De fato, uma de suas cadeiras é preenchida por um funcionário da empresa de Redmond. Como o relatório analisa a MS também, além de outras várias empresas, não seria certo ter em seus quadros representantes de cada uma delas ou, melhor, de nenhuma? Conflito de interesses.

Subpoena (*) do Departamento de Justiça

O relatório omite o fato de que no ano passado, ao serem questionadas pelo governo americano a fornecer resultados de buscas, a Microsoft e a Yahoo! prontamente atenderam esse pedido, sem reclamar. Se você não percebeu, vazaram informações de busca para o governo americano simplesmente porque eles pediram. O Google não se curvou e não atendeu ao pedido do governo, protegendo os dados de seus usuários.

O Google é a única das empresas de busca que divulgou sua política para manter anônimos os termos de buscas pesquisados. Após 18 meses os dados não serão mais relacionados a um usuário específico. As outras empresas não possuem políticas neste sentido e por isso o relatório da Privacy International, dá o benefício da dúvida e não as pontua negativamente. Como?

(*) não sei traduzir este termo. Algum advogado por aí? [atualização]: o Danilo diz nos comentários que subpoena é intimação.

Você confiaria seus dados ao Google?

Esse é um assunto que já discuti aqui no Techbits. Com o crescimento de softwares on-line, mais e mais de nossas informações importantes estão on-line. Uso para o Techbits o Google Textos e Planilhas (Docs & Spreadsheets). Todos os textos que escrevo aqui e no Meio Bit são feitos através desta plataforma. Algumas planilhas com informações sensíveis estão armazenados neste sistema. Todo meu e-mail é gerenciado pelo Gmail ou Google Apps.

Não é muito diferente de usar o cartão de crédito para pagar por produtos e serviços ou o celular para fazer ligações. Sua operadora de cartão sabe tudo o que você compra, os horários, os valores. Pode até correlacionar você a alguma pessoa se vocês sempre almoçam juntos e cada um paga com seu cartão. Hum… esses dois sempre consomem coisas no estabelecimento X, no mesmo horário… hum… O mesmo vale para sua operadora de celular. Sabem para quem você liga, quem liga para você e até sua posição geográfica aproximada. E ninguém levanta as armas contra elas.

Se os dados são manipulados por máquinas, não vejo problema algum de privacidade. O que não pode acontecer é isso vazar para pessoas como a AOL fez estupidamente no final do ano passado.

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Safari no Windows: decepcionante

por Alexandre Fugita

[Safari] Aconteceu há pouco o tão esperado keynote do Steve Jobs na WWDC (assista por streaming). Dentre os lançamentos está o navegador Safari para a plataforma Windows (download). Baixei e testei em um Windows XP SP2 e posso dizer só uma coisa: decepcionante. Vários sites simplesmente não funcionam. O Techbits, por exemplo, aparece sem o título dos posts. O Google vem em uma versão com fontes diferentes. O Slashdot, o Digg, etc… a lista é interminável e nenhum site, exceto o Apple.com, funciona a contento.

[Safari no Windows: decepção]

O Jobs falou maravilhas do navegador. Disse que é mais rápido que o já rápido[bb] Firefox. Disse que é melhor que todos os outros browsers concorrentes. A versão é beta, isso pode amenizar um pouco os problemas, mas acho que a Apple errou feio ao soltar esse browser com tantos bugs assim. Não é possível que não tenham feito qualquer teste em sites conhecidos como os que citei acima. Nem tive vontade de testar mais do que isso para fazer um review minimamente razoável.

Pra não dizer que não testei o Safari, notei que por padrão não há o botão home na interface, o que acho um erro tremendo. Aquelas funcionalidades que vemos no Firefox no manejo das abas também não estão presentes no Safari, mas deve ser coisa normal por lá.

Internet Explorer é melhor!

Safari no Windows por enquanto está fora da minha lista de softwares. Nunca imaginei que um dia iria dizer isso, mas prefiro o Internet Explorer ao Safari. Ah, esse navegador é tão ruim que as ações da Apple caíram quase de 4% no momento que escrevo esse post, duas horas após o lançamento do Safari para Windows. E desta vez não foi preciso um Engadget para proporcionar tal queda.

[Apple cai]

iPhone: mega-hype

por Alexandre Fugita

[iPhone, via NY Times] O iPhone está se tornando um hiper-mega-ultra-hype. As expectativas criadas pela Apple ao redor deste produto são tão grandes que existe o risco de decepcionar muita gente. No final do ano passado, antes do anúncio que o produto era real, eu havia escrito que era melhor a Apple lançar mesmo o iPhone de tanto buzz que o produto havia criado. E superando qualquer keynote anterior,  o Steve Jobs demonstrou o iPhone para êxtase do mundo da tecnologia. Seis meses depois a data do lançamento se aproxima e o fato do dia 29 de Junho ser uma sexta-feira revela algumas coisas sobre o iPhone.

Último dia útil do mês

Segundo o CrunchGear, nunca houve um lançamento da Apple em uma sexta-feira. Pelo menos até onde eles lembram. Na verdade não posso confirmar essa afirmação, mas o dia 29 é o último dia útil do mês de Junho. Isso pode mostrar que a Apple está correndo feito maluca para conseguir entregar o iPhone no mês prometido. Corre o risco de, para não perder o prazo, entregar um aparelho com software cheio de bugs.

iPhone, o novo PS3?

O PS3 foi o último dos gadgets que me lembro de ter um lançamento tão aguardado. E todo mundo foi lá correndo comprar para… vender no e-Bay. O hype gerado pelo console foi tão grande que todos imaginavam poder ganhar uns trocados conseguindo um PS3 antecipadamente e vendendo-o para algum fanático em games no eBay. Esse foi o problema, todos pensaram assim. Semanas depois de lançado o PS3 encalhou nas prateleiras e nos leilões. Já há relatos de pessoas vendendo o iPhone no eBay sem ter o produto em mãos. Como aparentemente venderão iPhones pré-pagos e desbloqueados, será que todo mundo vai comprar o iPhone só pra vender no eBay?

WWDC hoje

Logo mais acontece a WWDC 07, conferência dos desenvolvedores da Apple. Certamente teremos novidades em relação ao Leopard, mas várias previsões estão sendo feitas em relação ao iPhone. iYouTube? iChat? iPhone@home? iTudo?

Quaisquer que sejam as novidades, só espero que essa expectativa toda criada ao redor deste lendário aparelho não acabe frustrando o maior dos mega-hiper-super-ultra-hypes de 2007.

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