Yahoo! Pipes: a web como um banco de dados

por Alexandre Fugita

[Yahoo! Pipes] De vez em quando aparecem umas idéias geniais. Todos nós usamos a busca para encontrar coisas no grande mar de informações que é a web. Não dá pra ficar restrito ao Google. Uso o Technorati, o Flickr, o Digg, etc…, sempre procurando informações relacionadas ao mesmo assunto em cada um deles. Não seria uma boa idéia criar um sistema que fizesse essas buscas para mim, de forma mais fácil? Pois é, essa é a proposta do Yahoo! Pipes, lançado na semana passada. O serviço encara a web como um grande banco de dados e, através das condições que impomos para refinar uma pesquisa, relaciona informações de várias fontes diferentes. A ferramenta é poderosa, um tipo de mashup de feeds, filtrados de acordo com nossa preferência, com edição visual e entregue na forma de outro feed RSS.

Usando o Yahoo! Pipes

No Read/Write Web, o autor cita uma possibilidade de uso que seria criar um mecanismo que listasse todos os restaurantes franceses em Chicago e junto mostrasse uma foto do local obtida no Flickr. Realmente seria bastante interessante, mas, devido às imperfeições na classificação que as pessoas dão às fotos no Flickr (tags), seria impossível garantir que aquela imagem representa o exato local.

[Lógica de um Yahoo! Pipes]

Fui testar e criei um sistema (estrutura acima) que pega as notícias promovidas de alguns sites de notícias colaborativas em português, filtra os repetidos, e fornece um feed RSS do resultado. É algo bem simples, nem sei se funciona direito pois testei por apenas alguns minutos antes de publicar este post. Se funcionar (vou descobrir nos próximos dias) será muito bom pois se você entrar no Rec6, no OutroLado, no Linkk e no EuCurti verá que muitas notícias são repetidas. Um filtro via Yahoo! Pipes resolve a questão.

É possível criar campos para entrada de dados, filtrar por várias condições, juntar feeds, selecionar sites, etc… Enfim, criar mashups. É isso aí, brinquem, descubram particularidades e publiquem seus Pipes com as funcionalidades que desejarem. Qualquer coisa coloquem o link nos comentários que, prometo, vou visitar, hehehe!

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Efeito Digg, efeito Goobo

por Alexandre Fugita

[Efeito Goobo]Sites escritos em inglês “correm o risco” de serem atacados, de repente, por uma massa de leitores ávidos por um de seus posts. Em geral isso acontece quando um post aparece na primeira página de serviços como o Digg ou Slashdot. Ambos os serviços publicam links interessantes e direcionam bastante tráfego, o suficiente para em alguns casos tirar um site do ar. O “ataque” amigo é conhecido com efeito Digg (antes chamado de efeito Slashdot). No Brasil temos alguns sites similares de notícias colaborativas como o Rec6, mas ainda não atingiu uma massa crítica a ponto de causar um efeito Rec6. Mas existe uma instituição (na verdade a combinação de duas) capaz de gerar tráfego bastante direcionado para determinado texto de um site. Trata-se da rede Globo de televisão… Isso mesmo, a Globo! A Cynara do Mundo Tecno chamou o fenômeno de efeito Globo. Tomo a liberdade de fazer uma reparação e rebatizo de efeito Goobo.

O Second Life e o Fantástico

No último Domingo o Fantástico falou sobre o Second Life (SL). Pelo menos é o que dizem pois nem lembro a última vez que assisti a tal programa… Para os que caíram agora de pára-quedas no planeta Terra, saibam que o SL é um jogo do tipo MMOG (Massively Multiplayer Online Game), cuja interface é um mundo virtual em três dimensões. Os habitantes (ou jogadores) interagem entre si, fazendo negócios, jogando conversa fora, construindo objetos, etc. Rola de tudo, até sexo. Como bem pontuou o Mundo Tecno, depois que acabou o Fantástico e por toda a segunda-feira, milhares de pessoas que assitiram ao programa dominical da Globo foram para a internet descobrir mais coisas sobre esse jogo maluco. Todos que já falaram sobre o assunto (Techbits incluso, leia meu sobre o Second Life) acabaram se beneficiando de pessoas pesquisando sobre sobre a segunda vida.

Google + Globo = Goobo

Calma, não é nenhuma fusão. Qual é a página inicial da web? O Google, claro. Todos os telespectadores do Fantástico vão ao Google fazer suas pesquisas. A Globo, por sua abrangência, consegue moldar os pensamentos das pessoas. Então, o que as pessoas procuraram no Google? Fácil, Second Life! Isso sempre acontece quando algo é noticiado no canal carioca. Foi assim no acidente do avião da Gol, no caso da cratera do metrô de São Paulo, na morte do ex-ditador iraquiano e mais recentemente no assassinato chocante do menino João arrastado pelas ruas do Rio de Janeiro. Na blogosfera há um sentimento de acusação aos que se usaram destes fatos para conseguir visitantes. Tudo isso é resultado do efeito Goobo.

Até o mais inesperado dos posts pode virar alvo do fenômeno. Um texto de 2003 da Garota Sem Fio, que citava o doce de profiterólis, começou a receber visitas do Google de forma consistente. A Bia Kunze só foi descobrir mais tarde que essa sobremesa era citada o tempo todo por um dos personagens principais de uma novela do canal dos Marinhos. Mistério resolvido, coisas que só a Globo e o Google explicam…

Software on-line rodando off-line

por Alexandre Fugita

[Firefox] Uma das grandes críticas que o software on-line recebe é exatamante por ser on-line. E se a internet cair? E se o mundo acabar? E se a Cicarelli bloquear todo acesso internacional à grande rede? Como vou fazer nesses casos para checar meus emails, calendário, favoritos, documentos office, etc, etc, etc? Sim, essa é uma fraqueza que afasta muita gente desta idéia de manter tudo na web. Mas convenhamos, a possibilidade de acessar tudo de qualquer lugar é uma vantagem insuperável dessas aplicações. Bom, para os puristas do software off-line está para surgir uma ótima solução. O Firefox 3 terá suporte a aplicações web de forma off-line. As vantagens serão enormes e, quem sabe, seja aquilo que faltava para uma maior aceitação deste tipo de serviço.

Internet é serviço básico

Hoje em dia considero a internet com serviço básico, da mesma forma como são a água e a luz. Claro, você pode me criticar dizendo que a realidade pode não ser bem assim fora do meu mundinho sócio-econômico-cultural. De fato concreto, na minha interação com uma tela brilhante, um teclado e um mouse, praticamente acho inútil um computador sem conexão à internet. Como saída, se um desses desastres acontecer e a internet sumir, o Meio Bit publicou recentemente um ótimo artigo chamado Coisas para fazer sem internet.

Browser é a plataforma

Um dos assuntos que trato com freqüência no Techbits é o uso intensivo de softwares on-line para tudo que for possível. É o navegador da web como plataforma. Com esse suporte do Firefox 3 para aplicações web de forma off-line, muitas barreiras poderão ser quebradas. Segundo o responsável pelo motor do Firefox, Robert O’Callahan, isso poderá dar vantagem competitiva ao navegador da raposa frente ao Internet Explorer. Como o ciclo de desenvolvimento do browser da Microsoft é muito longo, e o Firefox 3 está pra sair, a adoção dos padrões do Firefox para aplicações web off-line tem o potencial de dominar este mercado crescente. O Google já sinalizou que adaptará rapidamente seus aplicativos à essa nova característica do Firefox.

No ano passado a Microsoft lançou sua plataforma Live de serviços, com uma interação entre aplicativos off-line e algumas coisas na web, mas o software padrão deles continua sendo aquele que você precisa instalar em sua máquina. É bem diferente do que muitas startups e até gigantes da internet como a Google e a Yahoo! fazem. Creio que o software on-line vai crescer cada vez com mais força e essa interação com o mundo off-line talvez seja o tipping point desta tecnologia.

E o Oscar vai para…

por Alexandre Fugita

[Oscar Torrents] Daqui duas semanas ocorre a cerimônia de entrega do Oscar. Creio que pouca gente consegue assistir a todos os filmes concorrentes antes da entrega do prêmio, nem o mais cinéfilo dos cinéfilos. Há vários fatores limitantes e o maior deles é a disponibilidade de um filme. No processo atual de distribuição de conteúdo, boa parte dos filmes concorrentes ao Oscar só foi exibida na sala de cinema, nada de DVD, nada de download legal via internet. Somente os sortudos que moram próximos às salas que passaram tais filmes, e conseguiram organizar seu tempo, puderam acompanhar essas manifestações da sétima arte. Mas isso agora é passado, conheça o OscarTorrents.com, onde é possível encontrar todos os filmes que concorrem ao prêmio deste ano.

A nova distribuição de conteúdo

A atual distribuição de conteúdo é péssima. Nos restringem por localização geográfica (filmes costumam estrear no exterior antes do que no Brasil), por opções disponíveis (alguns filmes só passam em salas específicas), por falta de escolha (só no cinema, nada de DVD ou download legal pela internet), etc, etc, etc… Essa é a velha escola, a economia do século XX, coisas da era industrial. Estamos em pleno século XXI na chamada era da informação (ou será que já passamos dela também?). Somos imediatistas e queremos recompensa instantânea. Não dá pra esperar a emissora local resolver passar o LOST meio ano depois que estreou na TV americana. Não dá pra esperar as distribuidoras resolverem passar um filme do Oscar naquela sala obscura, sabe-se lá quando, em horários rigidamente determinados por um curto período de tempo. Como já disse, somos imediatistas e queremos recompensa instantânea.

Já que a indústria não nos provê essa possibilidade, uma série de pessoas resolveu agir por conta própria. Dentre eles destaco o Shawn Fanning, o DVD Jon e o Mulix64. São quase visionários e arriscaram sua reputação em nome da revolução dos costumes. A indústria de entretenimento sabe do problema que eles causaram e que precisam mudar seus modelos de negócios. Mas são lentas, demoram para absorver novas tecnologias. Pra se ter uma idéia ainda discutem quem vai ganhar a guerra: HD-DVD ou Blu-Ray… Como? Mídias físicas estão mortas. Perderam tempo em discussões inúteis que daqui 5 anos serão peças de museu.

O site OscarTorrents.com é só uma evidência de que a multidão grita por mudanças. A indústria se faz de surda, finge não entender que a realidade do mercado mudou. Arriscam algumas coisas como vender filmes por download no Wal-Mart, Apple ou Amazon, mas continuam com aquela mentalidade de que consumidor é ladrão e tascam DRM. Sonho com o dia que a indústria de entretenimento mudar de visão e se aliar aos consumidores. Será benéfico a todos, com lucros para os estúdios e felicidade para os cinéfilos e audiófilos.

Wikipédia não vai fechar

por Alexandre Fugita

[Wikipédia] Algumas notícias circularam nos últimos dias dizendo que a Wikipédia poderia fechar nos próximos 3 meses por falta de verbas (desmentido pela RP da organização). Na verdade toda essa agitação ao redor do assunto surgiu a partir de uma interpretação errônea de uma declaração de Florence Devouard, chairwoman da Fundação Wikimedia, que gerencia a Wikipédia. Realmente neste momento tal fundação só possui dinheiro em caixa para os próximos 3 meses, mas isso não significa que fechará após esse período. O que não foi interpretado da mensagem é que esta é a margem de segurança que eles possuem, caso não arrecadem mais um mísero centavo. Claro, é arriscado, mas para uma organização que tinha apenas 1 servidor em 2003 e hoje possui 350 espalhados por três locais ao redor do planeta, dá pra imaginar que sabem como levantar fundos.

Propaganda não!

A Wikipédia vive de doações. Recentemente uma campanha arrecadou pouco mais de 1 milhão de dólares que podíamos acompanhar através de uma barra de progresso disponível no próprio site. Colocar propagandas no serviço gera uma série de discussões que no final concluem não ser apropriado pois poderia causar desvios de viés no conteúdo dos artigos. Pra ter uma idéia de como a mão de uma empresa causa controvérsias na Wikipédia, recentemente descobriu-se que a Microsoft pagou alguém para editar artigos que se referiam a seus produtos. A questão gerou polêmica e foi condenada pela comunidade wikipediana.

Campanha para doar fundos

Toda essa discussão trouxe pelo menos um benefício. Logo após a notícia do possível e iminente fechamento do serviço, o BR-Linux lançou uma campanha doação à Wikipédia. É uma atitude louvável e que tem apoio do Techbits. Para participar um blog precisa publicar determinado texto (que reproduzo abaixo), mandar um link e um trackback para o BR-Linux e, dependendo da quantidade de entusiastas, a quantia doada por eles aumenta. Só pra se ter uma idéia, em menos de 24h a reação da blogosfera tão grande e positiva que o BR-Linux já fez uma doação de 100 dólares. O objetivo agora é atingir 150 sites participantes para que a doação total seja de 300 dólares. Estou fazendo minha parte, faça a sua, e se puder, doe diretamente à Wikipédia.

Ajude a manter a Wikipédia no ar – mesmo sem colocar a mão no bolso!

O BR-Linux.org lançou uma campanha para ajudar a Wikimedia Foundation a manter a Wikipédia no ar. Se você puder doar diretamente, é sempre a melhor opção. Mas se não puder, veja as regras da promoção do BR-Linux e ajude a divulgar – quanto mais divulgação, maior será a doação do BR-Linux, e você ainda concorre a um pen drive!

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