Até tu, Adobe?

por Alexandre Fugita

[Adobe] Softwares on-line definitivamente são o futuro, vários sinais apontam nesta direção. O mais recente deles é o anúncio feito pela Adobe de que criará uma versão web do seu editor Photoshop. O conceito de SaaS (Software as a Service) está ganhando força não só no mercado voltado para o usuário final como em softwares corporativos. É o que eu sempre digo: tudo que preciso é de um browser, nada mais.

Os movimentos da Adobe

Não faz muito tempo que a Adobe comprou a Macromedia. Talvez essa já fosse uma indicação de que a empresa estava muito interessada na web. Nos últimos tempos muitos serviços foram convertidos para sistemas on-line. Hoje não faz sentido ir a uma agência bancária só para tirar o extrato. Leitores de RSS são em grande parte, baseados na web. Editores de texto e planilha estão migrando para este novo espaço. Nada mais natural que a gigante dos softwares de edição de imagem entrasse no jogo.

A versão on-line do Photoshop será bem mais simples, gratuita e financiada por anúncios. Um dos paradigmas que os serviços web estão mostrando é que não é necessário a mesma complexidade de funções que seus similares em desktop. O motivo é simples: quase ninguém usa mais do que 10% do que um programa gigante e pesado oferece. Concordo com os que disserem que a indústria de publicidade não vai abrir mão de seus Macs com Photoshop. Mas para o usuário comum só os recursos essenciais fazem sentido.

Concorrentes

No mercado de editores on-line de imagens há várias startups. Imagino que todas elas tenham tremido ontem com o anúncio da Adobe. O mais recente deles e bem recomendado é o Picnik. O Diogo Azevedo fez um ótimo review do Picnik. No Techcrunch é possível encontrar uma lista de concorrentes e uma visão geral de cada um.

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A cultura do copy/ paste

por Alexandre Fugita

[Wikipédia] Atualmente fazer um trabalho escolar deve ser muito fácil. É só procurar no Google, clicar no primeiro link e fazer um copy/ paste. Mais fácil ainda: segundo matéria da Carta Capital, os alunos vão direto à Wikipédia. “No Google aparecem várias coisas e a gente não sabe qual está certa… Já na Wiki vai diretinho!”, diz alguém citado pela revista. É evidente que há falhas na informação disponibilizada nesta enciclopédia on-line. Mas o mesmo mecanismo que permite alguém postar informações erradas é a forma de corrigir e melhorar o conteúdo colaborativo.

Aprenda a aprender

O artigo da Carta Capital critica a Wikipédia e nivela por baixo todos os seus colaboradores e usuários. Só esquece de dizer que o importante é pesquisar várias fontes de informação antes de entender completamente algum assunto. Da mesma forma, critica os alunos que fazem uso da Wikipédia, mas não dá uma solução. Na minha opinião os alunos devem sim consultar a Wikipédia mas não como fonte única. Devem aprender, acima de tudo, assimilar pedaços de informações daqui e dali, para criar um resultado único. Aparentemente nem o jornalista pesquisa muitos lugares. Uma das poucas fontes citadas pelo autor do texto é de extrema confiança: orkut. Sinceramente, fico com a Wikipédia.

Colaboração

A base da chamada web 2.0 é a colaboração e interação entre usuários. Não existe mais essa de criar um texto e, pronto, aquela é a verdade absoluta. Blogs estão aí para provar isso. Tudo que escrevo passa pelo escrutínio público e quem não concorda está livre para se manifestar nos comentários abaixo. Uma revista não tem o mesmo espaço quase infinito que disponho para discussão. Recebe centenas ou milhares de cartas (!) e emails e precisa escolher algumas para, após editá-las, publicar.

Um dos comentários do post Wikipedia e a Educação na Era da Informação, do Sérgio Lima, que discute o mesmo artigo da Carta Capital, diz “Vergonha deveria ser encontrar verbetes errados e não corrigir”. Este é o ponto. O jornalista que criticou a Wikipédia não entendeu nada. Pegou uns três artigos que segundo ele contém “tolices e contradições” e os deixou do mesmo jeito, com os erros. Ao corrigir e melhorar o conteúdo, estaria contribuindo para a Sabedoria das Multidões. Só espero que pelo menos não continue acreditando que o orkut é melhor do que a Wikipédia…

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Como blogo e trato meus leitores

por Alexandre Fugita

[Máquina de escrever, via Flickr] Nos últimos tempos várias memes tomaram conta da blogosfera. Um meme é uma idéia que tem vida própria e se propaga sozinho. Em termos de blog é uma forma de descobrirmos coisas sobre nosso blogueiros favoritos, além de uma corrente disfarçada de link. Fui convidado por três blogs para responder a dois memes. O Thiago Rodrigues do NerdGames e o Lucas Castro do About:Blank pediram para falar como trato meus leitores e visitantes. Já o Leo Pinho do TNow quer saber como eu blogo. Ok, não sou muito fã desse negócio de meme, da outra vez fiz uma árvore genealógica, mas vamos lá!

(*) obs: só pra constar, os memes foram iniciados respectivamente pelo Bruno Dulcetti e pelo Fábio Seixas.

Como trato meus leitores e visitantes

Bom, primeiro procuro escrever textos que não só dão a notícia mas aprofundam na discussão de um tema. Os textos saem um pouco longos mas a discussão gerada nos comentários mostra que o pessoal lê. Aliás, costumo responder à maioria dos comentários, mesmo que demore uns dias. Não envio email com minha resposta ao leitor mas o mesmo tem a opção de receber automaticamente todos os comentários de um post e parar de assinar quando quiser. Ofereço o feed completo do Techbits para conforto dos leitores VIPs do site.

Como blogo

O processo de criar um post é complexo. Primeiro passo uma olhada por todos os meus feeds (172 neste exato momento), vou ao Digg e vejo as últimas novidades, checo no Rec6 o que foi postado, mas ainda não promovido, enfim, leio um monte de coisa até selecionar um assunto interessante para escrever. Feito isso, separo os links e penso na idéia geral do que quero passar. Abro o Google Docs e inicio o rascunho. Na maioria das vezes termino o texto e mando para o WordPress para publicação. De vez em quando um texto fica em incompleto por vários dias e também tenho na “gaveta” várias idéias que precisam ser desenvolvidas.

Meio Bit

Alguns já perceberam, outros não. Os leitores mais antenados viram que nos últimos dias um tal de “fugita” começou a postar no Meio Bit. Pois é, sou eu. Fui convidado pelo equipe do site para me tornar um colaborador do maior blog de tecnologia do Brasil. Será uma experiência nova já que é um blog coletivo com pessoas interessantes, idéias diferentes e formas de escrever próprias. Agradeço ao Leo Faoro pela oportunidade e a toda equipe do Meio Bit pela acolhida.

OutroLado: moldado pela multidão

por Alexandre Fugita

[OutroLado] Há cerca de um mês surgia o OutroLado. A proposta do serviço seria publicar textos originais de autores com o intuito colaborativo. Além de votos o autor ganharia divulgação pois o OutroLado está ligado ao conhecido WebInsider. Logo no lançamento, críticas surgiram pois autores não se sentiam confortáveis em publicar um texto completo no serviço sem ter algo em troca. Após conversas e troca de idéias com a blogosfera, Gilberto Jr, um dos idealizadores do site, mudou algumas coisas para deleite dos editores de plantão.

Receita compartilhada

Uma das grandes reclamações era que o site ficaria com a receita de anúncios de textos publicados por terceiros. O modelo de negócios inicial não previa formas de recompensar os editores se não pelos votos e audiência recebidos. Se o OutroLado continuasse assim, ficaria fadado a se transformar em um Rec6/ Digg mais complicado.

Quase todos os editores postavam somente resumos de seus textos com um link para gerar tráfego ao próprio site onde poderiam monetizar o leitor. Agora o OutroLado desenvolveu uma técnica de compartilhamento de receita que poderá, além de tornar um autor de tecnologia mais conhecido, recompensá-lo financeiramente. Além disso, agora há uma separação entre textos completos e apenas links para o site original.

Crowdsourcing

Uma das coisas que mais vemos na internet é o conceito de crowdsourcing espalhado pelos mais diversos serviços. Todo mundo trabalha de graça para tornar os serviços web 2.0 melhores. Como fazemos isso? Postando vídeos no YouTube, tageando fotos no Flickr, divulgando links e notícias no Rec6… Não ganhamos dinheiro com isso, apenas satisfação e talvez uma posição melhor no ranking de cada um desses sites.

Teoricamente o OutroLado não precisaria compartilhar sua receita com os editores e também ninguém seria obrigado a publicar algo lá. Mas o site só vem a acrescentar e os ganhos, se não forem em espécie, chegam de outras formas como reconhecimento de público e aumento de tráfego para um blog. O melhor de tudo é que a equipe do site ouviu a multidão e absorveu as boas idéias.

Google vs. Microsoft

por Alexandre Fugita

[Google vs. Microsoft, imagem via GigaOm] Esse tema sempre gera polêmica. Mas é possível observar claramente a guerra em andamento. Na semana que passou a Google lançou o pacote Premier de sua suíte on-line Google Apps, voltada para pequenos negócios. Ao mesmo tempo dados mostram que o lançamento do Windows Vista teve impacto no uso de serviços on-line tanto da Microsoft quanto da Google. Uma nega que o alvo é a outra. Nenhuma admite que está com medo da rival. Ambas estão em guerra e isso é ótimo para nós, consumidores.

Google Apps vs. Microsoft Office e Exchange

Um dos grandes trunfos da gigante de Redmond é sua suíte office e seus servidores Exchange. São largamente utilizados por organizações ao redor do globo, grandes ou pequenas e geram enormes lucros à Microsoft. Daí que a Google resolve entrar neste competitivo mercado. Há alguns meses a empresa de Montain View lançou o Google Apps que agora ganha uma versão paga que concorre diretamente com os tradicionais produtos da corporação de Bill Gates. O Google Apps possui e-mail (concorre com Exchange e Outlook), documentos de texto e planilhas (concorre com o Office) e rumores indicam o lançamento de software similar ao Powerpoint. Cerca de 100 mil pequenos negócios e organizações estão usando a versão beta do sistema. Segundo a Forbes, empresas do porte da General Electric e Procter & Gamble estão realizando testes do serviço para possível adoção em larga escala. Claro, sempre surgem questões se é possível confiar dados estratégicos ao Google.

Impacto do lançamento do Windows Vista

A busca é o cerne da web. Sem ela tudo ficaria em prateleiras empoeiradas. O Read/ Write Web analisou o tráfego dos serviços de busca Live.com e Google.com após o lançamento do Vista (para empresas no final do ano passado) notou que a Microsoft está se dando bem com a inclusão do seu mecanismo de busca como o padrão no Internet Explorer. O usuário médio não muda – por preguiça ou desconhecimento – o sistema de pesquisa que o navegador utiliza. Como o Windows vem com IE7 e este possui uma barra de buscas direcionada para Live.com, o impacto de seu uso por usuários comuns é claramento percebido nos gráficos abaixo. A estratégia de incluir seus produtos nos desktops dos consumidores já deu certo uma vez e talveaz ajude o Live Search a ganhar alguns usuários.

[Gráficos Live.com e Google.com]

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