26 novembro 2006
por Alexandre Fugita
Bom, este post será um pouco mais técnico, voltado para a blogosfera. De vez em quando faço manutenção no código do Techbits. Ajustes aqui, correções lá… Particularmente havia algo que me incomodava: nunca consegui configurar direito o plugin WP-cache para o WordPress. Sempre que eu o ativava, a primeira requisição de qualquer página do blog retornava uma em branco. Só com o reload isso se resolvia. Depois de pesquisar muito na internet finalmente achei a solução.
Páginas dinâmicas
Como todo blog que roda sob o WordPress (um ótimo software de gerenciamento de blogs), o Techbits possui páginas dinâmicas geradas em tempo real a cada requisição, ou seja, utiliza-se recursos de processamento e de banco de dados do servidor. Como a hospedagem é compartilhada, existe um limite para o uso destes recursos, que certamente são suficientes para manter um blog como o Techbits.
Mas vamos supor que de repente todo mundo resolvesse visitar este blog ao mesmo tempo. O servidor não agüentaria e o site ficaria fora do ar por excesso de processamento do servidor. Isso acontece em sites atacados por botnets ou os que têm a sorte de sair na primeira página do Digg ou Slashdot. Ficar fora do ar em função do efeito Digg é um “privilégio” de poucos, mas ao mesmo tempo ruim para o site pois perde-se leitores.
Obviamente isso (ficar fora do ar) nunca aconteceu ao Techbits por este motivo (excesso de processamento do servidor). Não tenho a visitação de uma Garota sem Fio ou de um Contraditorium.
O que o WP-cache faz?
O WP-cache é um plugin para WordPress que cria, como o próprio nome diz, um cache das páginas antes geradas dinamicamente. Além de deixar o site mais rápido, poupa recursos de processamento e de acesso ao banco de dados do servidor. Se o site tornar-se muito visitado de uma hora para outra o WP-cache é capaz de dar conta do recado. Diminui-se assim a possibilidade de o processamento do servidor ser o fator limitante, ficando apenas o problema de largura de banda que um site dispõe para fornecer o fluxo de informações para seus leitores.
O problema é que o WP-cache não estava funcionando no Techbits. Sempre que eu o ativava, a primeira requisição de uma página que ainda não estava no cache, gerava uma página em branco. Um visitante regular, ao notar a freqüência dessa ocorrência, ia achar estranho e talvez parasse de aparecer. Por isso só ativava o WP-cache para testes rápidos. Mas agora descobri a solução do problema.
A solução para as páginas em branco
Bom, parece que o WP-cache foi desenvolvido para funcionar perfeitamente no PHP 4. O Techbits e outros sites usam a versão 5 desta linguagem para servidores. Então uma modificação é necessária no código do WP-cache para funcionar em blogs que rodam sob o PHP 5. Descobri isso neste blog. Vamos lá:
- localize e abra em um editor o arquivo wp-cache-phase2.php;
- localize o seguinte trecho de código: “ob_end_clean()”, na linha 220 caso esteja usando a versão 2.0.19 do plugin;
- altere para “ob_end_flush()” e salve;
- envie essa atualização para a pasta correspondente no seu servidor. Pronto!
Claro, você vai precisar ativar o plugin no painel de controle do WordPress e também ligar o funcionamento dele em outro menu (sim, é necessário ativá-lo duas vezes em dois lugares diferentes…). Essas instruções você encontra na página oficial do WP-cache.
Um dia, quem sabe, talvez precise de verdade deste plugin. Problema resolvido, que venham os efeitos Digg/ Slashdot! O Techbits não mais os teme…
obs: agradeço ao Carlos Cardoso do Contraditorium (entre outros blogs) pela paciência em discutir esse problema do WP-cache comigo. Dele também foi a dica para escrever sobre a solução do assunto.
23 novembro 2006
por Alexandre Fugita
Foi aprovado essa semana pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) a instalação de chips eletrônicos (acho que um RFID) em toda frota de veículos automotores do Brasil. O objetivo é facilitar a fiscalização localizando veículos irregulares ou ainda prevenir roubos e ajudar na localização de veículos e cargas roubadas. São Paulo quis sair na frente e já anunciou a implantação do sistema dentro de dois anos. A tecnologia é muito legal mas, na medida que todo carro possa ser localizado a qualquer momento, como fica a privacidade?
Identificação na internet vs. Identificação dos carros
Talvez seja só eu (não, acabo de descobri que o Solon tem uma visão parecida…), mas para mim essa resolução de que os carros devem ser rastreáveis é igualzinha àquela outra proposta de identificar todo mundo na internet. A multidão esperneou pela blogosfera, grandes portais da internet fizeram campanha contra e o projeto de lei sobre a internet foi adiado. Agora querem chipar todos os carros e colocar antenas espalhadas pelas ruas, avenidas e estradas. Você foi para aquele bairro? Está registrado. Foi viajar no fim de semana? Sabem onde você está. Não duvido que em breve surjam empresas oferecendo serviço de visualização da posição do carro pela web.
Entendo que deve facilitar a fiscalização. Carros com IPVA vencido serão flagrados. Veículos roubados serão rastreados. Mas não é só tirar a tag eletrônica? Claro, se você tirar está comentendo uma infração e poderá ser parado pela fiscalização. Que fiscalização? Se já não existem recursos humanos para fiscalizar as ruas de hoje, imagina se existirão guardas suficientes para parar todos os carros sem o chip identificador. Tudo ficará como antes mas o governo terá gasto milhões em infraestrutura.
Tecnologia e privacidade
A privacidade é importante? Muita gente acha que não. A tecnologia avança e cria novos meios de rastrear, catalogar, guardar informações infinitas sobre tudo e sobre todos. Hoje é impossível não constar em algum banco de dados que pode analisar o seu perfil. Se você possui cartão do banco, toda compra cria seu histórico de uso. Se você já usou o Google, todas suas buscas estão atreladas a um perfil, mesmo que você nunca tenha se cadastrado em qualquer serviço deles. Eles sabem quem é você, o que procura, o que quer, o que faz. Tudo, tudo mesmo. No final das contas todos nos acostumamos e privacidade passará a ser uma palavra antiga do dicionário que as gerações futuras não saberão o significado.
23 novembro 2006
por Alexandre Fugita
A Americanas.com surgiu como a operação virtual de uma loja conhecida no mundo real, com lojas físicas e tudo mais. O Submarino já nasceu virtual. Tudo isso em 1999, época da primeira grande onda da internet. Enfrentaram o estouro da bolha em 2000 e discutiram pela primeira vez a possibilidade de juntar as operações. Passada a crise cada uma foi para seu lado, crescendo de forma consistente. Agora os dois maiores players do mercado brasileiro se fundem em uma empresa (chamada de B2W) que, estima-se, venderá R$ 2 bilhões este ano.
Cauda Longa e Disponibilidade
Ambas as empresas já atuam na Cauda Longa. Possuem prateleiras gigantes, quase infinitas, na qual vendem milhares de produtos. Essa é a vantagem de ser virtual. Aparentemente, pelo que entendi dos press releases, as operações de lojas físicas da Americanas ficam de fora do negócio. Desta forma a empresa criada é totalmente virtual e, portanto, consegue tirar vantagem da Cauda Longa. Se bem que se usarem as lojas físicas da Americanas como estoque pode ajudar a diminuir custos de uma prateleira infinita.
Outro fato que se nota nesta fusão é a atuação múltipla da B2W. A Americanas havia comprado o canal de TV e e-commerce Shoptime. Por sua vez o Submarino agrega os serviços de vendas do Ingresso.com e da TravelWeb. A B2W atuará no comércio eletrônico de bens de consumo, ingressos, viagens e também tem um canal de TV para divulgar seus produtos. Ou seja, disponibilidade por vários meios. Uma verdadeira potência.
Amazon
Há rumores que a Amazon está se preparando para finalmente atuar no Brasil. Hoje só podemos comprar livros, se não me engano. Uma operação brasileira da maior do comércio eletrônico mundial seria ótimo para o consumidor. Seria a fusão uma indicação de que os rumores da Amazon são pra valer?
20 novembro 2006
por Alexandre Fugita
O Yahoo! está em crise. Isso todos já sabiam há algum tempo. O novo projeto de propaganda atrasou e os lucros estão diminuido. Mas o buraco é mais embaixo: estão perdidos, não sabem que direção tomar, o que comprar, o que fazer com os diversos serviços conflitantes que possuem. Tudo isso era apenas especulação da blogosfera e da mídia mas parece que é pra valer. Há alguns dias “vazou” um memorando interno do Yahoo! detalhando pontos de preocupação de um VP Senior da empresa, e lá dizia: precisamos mudar!
Web 2.0 vs. Web 1.0
O Yahoo! tem feito várias aquisições de serviços da chamada Web 2.0. Entre as mais importantes podemos citar o Flickr e o Del.ici.ous. O grande problema é no geral os sites comprados entram em conflito com serviços que o Yahoo! já possui. Como todos sabem o Flickr é o expoente web 2.0 das fotos. Mas o Yahoo! já possui o serviço Fotos versão web 1.0 da mesma idéia. O Del.icio.ous pra quem não sabe é o expoente web 2.0 quando se fala de bookmarking social. Mas o Yahoo! já possui o serviço My Web, novamente a versão web 1.0 da mesma idéia.
E a lista é grande… Alguns podem dizer que o público dos serviços web 2.0 é formado por early-adopters (pessoas que adotam primeiro as novas tendências) e que o serviços web 1.0 tem como público a audiência menos antenada da internet e que, portanto, não há conflito. Bom, seria interessante ver características inovadoras entrando nos serviços antigos assim como uma melhor integração entre eles.
Comprar ou não comprar, eis a questão
Após a aquisição do YouTube pelo Google, os rumores indicavam que o revide da Yahoo! seria a compra do Facebook, rede social concorrente do MySpace e, digamos assim, do quase brasileiro orkut. O preço do Facebook foi às alturas e o Yahoo! não pagou pra ver. Alguns disseram que o problema foi que a tomada de decisões no board da Yahoo! é muito lenta e que isso prejudicou as negociações.
Fora isso a Yahoo! tem comprado propriedades na web de forma agressiva. Só na semana passada incorporou o Blix e o MyBlogLogs, mas sofre de problemas internos que dizem, ajudou a perder a oportunidade de comprar o YouTube em uma disputa contra o seu principal inimigo, o Google.
Mais recursos, menos produtos
Recentemente o Google declarou que precisavam de melhorar e aumentar os recursos de seus softwares do que ficar lançando novos serviços. O Google é famosos por lançar dezenas de serviços beta, alguns deles tão fracos que mais parecem uma versão alpha. O caminho a ser trilhado agora é melhorar o que já existe.
O Yahoo! parece que acordou para o mesmo problema. O tal do memorando, chamado de Peanut Butter Manifesto (algo como Manifesto da Pasta de Amendoim – americanos adoram Amendocrem), descreve que o Yahoo! está espalhando pasta de amendoim por vários e vários serviços sem se preocupar em desenvolvê-los adequadamente. E traça linhas gerais sobre o que deveria ser a nova estratégia da empresa em relação às suas propriedades web. Só espero que o Yahoo! não perca “a mão” e simplesmente mate os ótimos Flickr e del.icio.us.
17 novembro 2006
por Alexandre Fugita
Tem maluco pra tudo neste mundo. Eu não lembro exatamente quando mas certo indivíduo teve a “brilhante’ idéia de criar um site pedindo arrecadações para comprar um iPod e destruí-lo em público. Conseguiu rapidamente as doações necessárias, foi a uma loja Apple levando a tiracolo uma equipe para filmar a façanha. Comprou e destruiu ali mesmo o iPod na frente de atônitos vendedores e clientes. O site, claro, chamou a atenção. O prato cheio está de volta. Essa semana dois grandes lançamentos serão destruídos: o PS3 e o Nintendo Wii. O Zune se salvou, ficou fora da lista de destruição.
PlayStation 3
Lançado no Japão e nos EUA, o PlayStation 3 já está em falta. Na verdade a demanda é muito maior do que a oferta o que gerou filas dias antes do lançamento em lojas, pessoas contratando outras para ficar nas filas, leilões do equipamento a preços exorbitantes. De resto, tudo normal: alguém já desmontou o aparelho, outros verificaram que o custo de produção do equipamento dá um prejuízo razoável à Sony. Para ver o site da destruição do PS3, vá em smashmyps3.com. Ou veja o vídeo da destruição no YouTube.
Nintendo Wii
Com um nome estranho o Wii será oficialmente lançado neste Domingo, dia 19. A Nintendo aposta em um videogame fácil de jogar para todas as idades. As demonstrações usaram pessoas pouco familizarizadas com videogames e deram certo. Muitos jogos exigem habilidades físicas – e não o pressionamento de botões – já que os controles sentem os movimentos que você imprime a eles. Veja um comercial do Wii no YouTube que ilustra exatamente isso que acabo de tentar explicar. O site para ver o Wii destruído: smashmywii.com. (obs: o Wii ainda não foi lançado na publicação deste texto, aguarde mais alguns dias) Ou o vídeo da destruição no YouTube.
Microsoft Zune
A Microsoft entra no mercado de mídia digital com uma aposta alta. O Zune traz embutido wi-fi para troca de músicas entre Zunes. Essa é a melhor e a pior característica do aparelho. A música transferida por wi-fi só pode ser tocada três vezes ou por até três dias além de vir embalada em DRM mesmo que use licensa Creative Commons. O site Engadget lançou um “desafio” que seria alguém encontrar, sem combinar previamente, outra pessoa para trocar músicas via wi-fi em locais públicos. Isso seria a prova do sucesso do aparelho. De resto, tudo normal: a instalação é complicada e trava o computador, além do que o Zune é incompatível com o Vista. Isso talvez justifique a falta de necessidade de destruir o aparelho.