Quem anunciaria no Twitter?

por Alexandre Fugita

Twitter Bom, nos últimos dias vi alguns textos em blogs discutindo possíveis modelos de negócios para o Twitter. Como muitas startups, o Twitter surgiu, cresceu como uma febre e todos começaram a questionar como eles vão ganhar dinheiro. É um problema clássico, já enfrentado por gigantes como o YouTube.

Duas propostas me chamaram a atenção, uma delas dizia que ninguém se incomodaria com um anúncio perdido a cada 100 mensagens vistas na plataforma web. A discussão caía no problema de que a maioria dos usuários do Twitter acessa o serviço via API, através de IMs (Gtalk deve ser o mais usado) ou plugins do Firefox como o TwitterFox . Sim, isso seria um problema, mas possivelmente o serviço atingiria uma massa crítica de anúncios para pelo menos ganhar uns trocados.

A outra solução seria cobrar de usuários que quisessem um serviço Premium enquanto a maior parte da base continuaria não pagando nada, aquele esquema conhecido como Freemium. Os usuários pagantes teriam serviços adicionais além de garantia de uptime altíssima, ou seja, serviço no ar 99,9999999 e lá vai noves porcento… Claro, quanto mais noves, mais caro é manter a infra, algo logarítimico, imagino…

Daí fiquei pensando em quem se interessaria por anunciar no Twitter. Um dos grandes interessados, a meu ver, seriam as operadoras e/ ou fabricantes de celular. Como assim? Já vi mais de uma pessoa interessada em comprar um celular (ou smartphone) capaz de acessar a internet só para twittar. Parece exagero?

O Twitter só faz esse sucesso pois oferece possibilidade de ser usado de forma móvel facilmente. Concorrentes como o Pownce só adotaram essa possibilidade recentemente e aquele nacional, o Gozub, não tem essa funcionalidade. Parte da graça de twittar é fazê-lo de qualquer lugar e não apenas do seu computador no trabalho ou em casa.

Na época de ouro do orkut aqui no Brasil vi casos similares de pessoas comprando um PC, endividando-se no limite, apenas para poder gerenciar o perfil no orkut de casa. Ou seja, a realidade de mais e mais pessoas entrarem no mundo da internet móvel só por causa do Twitter não é tão viajante assim. E levam de brinde várias outros serviços on-line.

2008 e os blogs

por Alexandre Fugita

Hanabi - Fogos de artifício Primeiro de tudo, Feliz 2008! Bom, o Techbits esteve em recesso nos últimos dias – férias coletivas, claro! – mas volta agora com esse primeiro post de 2008 e muitos outros que seguirão. Isso já é uma daquelas resoluções de Ano Novo, ou seja, muitos posts para refletir e criar ótimas discussões.

O ano de 2007 foi fantástico para os blogs, pelo menos na minha visão. Na verdade essa era uma dúvida que eu tinha pois o Techbits existe desde 2006 e não tinha certeza se 2007 foi um ótimo ano para a blogosfera ou isso era apenas uma constatação particular relacionada a este site. Mas conversando com outros blogueiros experientes e de longa data, descobri que realmente 2007 foi ótimo para os blogs.

O ano que se inicia hoje provavelmente será melhor ainda. Blogs estabelecidos vão crescer. Blogs novos vão surgir. A massa de blogs continuará a aumentar. E isso é ótimo para todo o mercado, que deve amadurecer ainda mais, criar mais profissionais, aumentar o interesse das empresas nessa mídia que forma opinião.

Meio que respondendo a uma tag sobre objetivos para 2008, diria que quero manter o crescimento do Techbits e dominar o mundo. Claro que essa parte de dominar o mundo é brincadeira, mas como sei que os blogs brasileiros têm um enorme potencial de crescimento neste ano, mais do que no ano que passou, enxergo o Techbits fazendo sua parte neste mercado.

E torço para que a forte blogosfera brasileira faça a sua parte, que os empreendedores brasileiros atinjam seus objetivos e que 2008 seja o ano dos blogs. De novo!

(*) foto deste post obtida no Flickr, licença Creative Commons.

Testando o Google Maps com o Meu Local

por Alexandre Fugita

Google Maps Mobile logoJá uso o Google Maps Mobile (google.com/gmm) no meu Treo há um bom tempo. Em São Paulo é bastante útil para achar aquela ruazinha perdida no meio das avenidas conhecidas. Fora de São Paulo, já me foi extremamente útil para encontrar o hotel ou o lugar que precisava ir. O problema sempre foi saber onde você está inicialmente, para procurar nas redondezas. Claro, um GPS ajudaria, mas o equipamento ainda é caro e eu não tenho.

Faz cerca de um mês que o Google atualizou o software para a versão 2, com a funcionalidade de localização baseada em antenas de celular (ERBs), chamada de Meu Local. É como mágica. O aparelho detecta as ERBs próximas, no mínimo três, e calcula a sua posição aproximada. Imaginei que isso não seria tão preciso, mas por incrível que pareça, é. Na verdade o Google ainda não atualizou o software para o Treo, mas como recebi emprestado um E61i, por estar escrevendo no blog Nokia Intellisync, consegui testar.

Google Maps Mobile em SP

Funciona razoavelmente bem em São Paulo, na maioria das vezes você está bem próximo do local que o Google Maps aponta no mapa. A Lu Monte, de Brasília, disse que lá o sistema não funciona. Tanto em Brasília quanto em São Paulo, testamos na rede da TIM. Então descarta-se a não compatibilidade com a operadora. Aqui em SP também testei com a Claro. O que imagino que seja é que o Google ainda não “cadastrou” a posição geográfica das antenas de lá. Não faço a idéia da situação em outras capitais/ cidades – no Rio, funciona.

Google Maps Mobile em SP

Privacidade

Para os paranóicos de plantão – incluindo eu – sempre surge a questão da privacidade. O Google já sabe o que eu leio, o que eu pesquiso, por onde clico. Será que agora também vão registrar onde estou? Por via das dúvidas prefiro só ativar esse serviço em caso de necessidade verdadeira, ou para testes, como fiz aqui na última semana em andanças por SP. De qualquer forma, quem não tem GPS, caça com LBS. Quem não tem nenhum dos dois e nem o Google Maps Mobile, fica perdido!

Radar Cultura e o Twitter

por Alexandre Fugita

Radar Cultura Ontem a noite vários blogueiros foram convidados pela rádio Cultura AM para o lançamento de um novo serviço chamado Radar Cultura. Lembra que antigamente nós ligávamos para a rádio pedindo uma música na tentativa de fazer tocá-la no dial? Pois é, com o Radar Cultura isso foi transferido para a internet, sob a forma de um serviço tipo Digg no qual votamos nossas preferências musicais – só música brasileira.

Quem esteve nos acompanhando via Twitter, percebeu que a interação é em tempo real e que alguns flashmobs foram possíveis para emplacar esta ou aquela música. A música do Tom Zé, Sem a Letra A, foi postada como preferida pela blogueira Lúcia Freitas – presente no evento – e divulgada no Twitter. Em 12 minutos recebeu 27 votos e foi ao ar na rádio Cultura, lá pelas 20h15. Parecia que estávamos no antigo Você Decide, mas com possibilidade de interação em tempo real com outros usuários via Twitter.

Pessoas por todo o Brasil, como o Manoel Netto diretamente de Londrina, a Lu Monte, de Brasília, e o Wagner Tamanaha, de São Paulo, participaram votando ou sugerindo músicas. O programa acabou ao redor das 23h e muitas músicas, todas escolhidas pelos internautas, foram ao ar.

Jogando com o sistema

O Radar Cultura ainda está no começo, achei bem interessante, e ao abrir a possibilidade de votação pela internet, permite que um maior número de usuários tenha poder de decisão. A minha preocupação surge do fato de aparentemente ainda não existir um sistema anti-fraude das votações. Claro que ontem ninguém fraudou o sistema para que a música X ou Y fosse ao ar. Mas tendo em vista que é possível combinar com um monte de gente para votarem todo mundo em uma seqüência combinada de músicas, fica claro que podemos jogar com o sistema.

A maioria das músicas emplacadas no programa de estréia contou com votos invariavelmente das mesmas pessoas. O Digg, sistema um pouco mais refinado na mensuração da sabedoria das multidões, acaba dando peso menor para votos em massa vindos sempre de um mesmo pequeno grupo de pessoas. Com o crescimento do número de usuários na base do serviço, o problema fica minimizado. Mas, claro, a iniciativa é bem vinda!

Leia mais:

O case GameSpot e os blogs

por Alexandre Fugita

GameSpot Eu sei, faz uma semana que não escrevo nada aqui no Techbits. Para compensar essa ausência, lá vai um post polêmico. Um assunto que tem me chamado a atenção no último mês é o caso GameSpot. Para quem não sabe, um editor do blog mantido pela CNet foi demitido após publicar um review desfavorável a um jogo, exatamente o mesmo que patrocinava a maioria dos espaços publicitários do blog. A blogosfera americana caiu em cima, criticando pesadamente a CNet e o GameSpot de se influenciar por um patrocinador.

Caso semelhante ocorreu recentemente com a PC World, que teve o texto de um de seus colaboradores bloqueado para publicação pois criticava a Apple, um dos anunciantes da revista. Novamente naquela época a internet veio abaixo contra a atitude não ética da revista.

Bom, um dos assuntos discutidos à exaustão na blogosfera brasileira é se o review pago deve ou não ser feito. A minha postura é que o Techbits jamais vai fazer algo do tipo. Na verdade já recebi várias propostas de review pago e todas elas foram negadas, educadamente. O grande motivo para isso se chama credibilidade.

Ok, eu sei que a maioria dos blogs é lido em sua maior parte por blogueiros e estes sabem por antemão que aquele texto, mesmo que seja um review patrocinado, não terá qualquer viés influenciado pelo dinheiro. Mas e os outros leitores, aqueles que não são blogueiros, o que será que acham disso? Bom, o senso comum leva a crer que um texto pago em qualquer publicação é algo ruim. Mas nos blogs não?

Aí vão aparecer alguns dizendo que o Techbits não gosta de dinheiro, que sou comunista, essas coisas… Não, definitivamente não. Quem me conhece sabe que sou a favor do liberalismo econômico, político e tudo neste sentido. Que o governo fique longe da iniciativa privada, bem longe. Além disso, não querendo ser arrogante, mas apenas fazendo uma constatação óbvia, o Techbits fatura muito mais do que a maioria dos blogs que defendem o post pago, simples assim. Aqui ganha-se dinheiro com credibilidade e não com os dé reau (sic) de um post patrocinado.

Com certeza acabo de perder uma boa parcela de leitores, todos aqueles atingidos por este post. Ok, não culpo vocês, tento acreditar que a maioria que faz posts patrocinados realmente não se deixa influenciar pelo dinheiro, mas certamente uma parte cairá na tentação, aí que mora o perigo, e isso é ruim para todo o mercado.

É um problema complicado. Por via das dúvidas aqui não entra post patrocinado. E se a blogosfera quer ganhar credibilidade, que não faça reviews pagos. Ganhe credibilidade para receber produtos para review e poder escolher aqueles que você quer publicar. Não existe essa história de que não será influenciada pelo dinheiro do anunciante. E se você acha que o case GameSpot nada tem a ver com isso, no fundo é tudo a mesma coisa. Bom, coloquei a cara à tapa, que venham os comentários…

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