Campus Party: falhas, falhas e falhas

por Alexandre Fugita

Campus Party 2008 Olha só que divertido. Resolvi acompanhar a coletiva de imprensa final do Campus Party como blogueiro do Techbits. Depois de muito discurso finalmente chegou o momento das perguntas. Como estava com algo entalado na garganta resolvi levantar a mão para pedir o microfone. A moça que controlava a ordem das perguntas logo chegou questionando se eu era de algum veículo. Normal, ela nunca deve ter me visto na vida.

Falha 1

“Sim, sou do blog Techbits”, respondi. E ela: “… é… nós estamos dando preferência primeiro para veículos de imprensa. Eu vou lá (apontou para os dinossauros) e se der você pergunta no final.”. Como? Questionei esse modus operandi, disse que eu sou um veículo como outro qualquer, que história é essa que blogs não podem perguntar na ordem da fila e só se sobrar tempo? Será que ela não viu nenhuma das inúmeras discussões sobre esse assunto que rolaram durante a semana?

Jornal Neandertal

No final consegui meu espaço e, claro, resolvi criticar na frente do trio organizador do evento o que tinha acabado de acontecer. Eu quis enteder por que diabos eles acabaram de se vangloriar de que o Campus Party Brasil teve 70% da banda usada para upload (ou seja, UGC segundo eles) e eu, que faço parte desse fenômeno, tinha que ficar à margem em uma coletiva? Os organizadores ficaram indignados com meu questionamento… Seriam eles dinossauros disfarçados?

Falha 2

Pra finalizar, já que estava em poder do microfone, fiz a minha pergunta planejada. Questionei o procedimento de segurança em relação aos nossos notebooks e computadores. Foi sorte não terem roubado nada. Vamos ver se eu entendi… eu subo à área de computadores com um notebook que ninguém sabe que é meu… circulo, circulo e na hora de ir embora tenho que provar que é meu… para provar é só ir aos postos de cadastros que se limitam a colar um adesivo violável com o número do seu RG. Hum…

Notebooks inseguros?!

Quer dizer que se eu achar um note por aí sem esse adesivo e reclamar a propriedade, o note passa automaticamente a ser meu? Isso mesmo! Ao invés de cadastrarem nossos gadgets no momento do check-in no evento – o que seria mais lógico – cadastram sem critério algum… é só mostrar e dizer que é seu… Que lógica é essa? E eles disseram que eu estava ensinando o segredo ao ladrão, insinuando que provavelmente só eu pensei nisso. A informação não é livre? Eles mesmo disseram algo assim 15 minutos antes, na palestra coletiva. Sério, não entendi nada! Será que se eu tivesse me identificado como blogueiro de aluguel da Intel o tratamento recebido teria sido diferente? Desculpem-me mas só entro as 16h…

Falha 3

Ninguém pode entrar no Campus Party depois da meia-noite. Claro, regras do parque. Mas então, por que diabos fizeram ontem uma festa em uma casa noturna grátis para os participantes? É só pra quem está hospedado em hotel/ mora em SP? Quem estava no prédio da Bienal sabe que se sair não volta… Regras do parque, tudo bem, mas então que façam a festa aqui dentro!

Falha 4

São três mil inscritos… cada um com um só crachá, não? O credenciamento de participantes foi extremamente falho. Um amigo meu está aqui com três crachás, sendo um deles do tipo “C”, de colaborador, verde. Mas ele não é colaborador do #cparty mas poderia facilmente colocar quem ele quisesse aqui dentro. Inclusive o ladrão citado pelos organizadores na falha 2. Claro, ele não fez nada disso, mas vi essa dos crachás múltiplos acontecerem com vários conhecidos meus. Espero que no ano que vem (e até 2013) essas e outras falhas sejam sanadas.

Falha 5

Ah, desisti… tá ficando um post gigante…

Campus Party do conteúdo gerado pelo usuário

por Alexandre Fugita

Campus PartyQue o conteúdo gerado pelo usuário está na moda, não há dúvidas. Mas no Campus Party isso ficou evidenciado de forma extrema. Por todos os lugares que passei sempre via um notebook aberto, alguém tirando fotos, fatos sendo postados incessantemente no YouTube, Flickr, Twitter e blogs espalhados por aí.

Um exemplo extremo do UGC é o Pedro Villalobos que está transmitindo o evento via streaming ao vivo pelo UStream. Para não ficar para trás o Manoel Netto também criou sua transmissão alternativa, mas não garante transmissão integral. Apesar da banda gigante de 5Gbps fornecida pela Telefónica, aparentemente hoje o link está pedindo água

Câmeras, ação!

A foto acima foi tirada durante a abertura oficial do Campus Party, com a presença ilustre do hipnótico ministro da cultura, Gilberto Gil. Todo mundo o tempo todo com as câmeras digitais apontadas ora para o palco, ora para as mulatas da Nêne de Vila Matilde. Enquanto todos registravam os momentos perdi um tempo tirando umas 20 fotos de pessoas tirando fotos, hehe! Afinal, conteúdo gerado pelo usuário está na moda e os blogs são uma das facetas desta forma de produzir.

Campus Party: maior evento de tecnologia e de hypes

por Alexandre Fugita

Campus Party Hoje começa no prédio da Bienal, Parque do Ibirapuera, o Campus Party, provavelmente o maior evento de tecnologia do ano, pelo menos no Brasil. Reunidos lá, 3 mil geeks de todas as tribos, de áreas como blogs, games, software livre, desenvolvimento, robótica e astronomia, entre outros.

Só pelas coisas que ouvi falar creio que algumas dezenas de hypes tentarão um lugar ao Sol no evento. Blogs-hype, blogueiros(as)-hype, empresas-hype, gamers-hype e por assim vai. Até o astronauta-ex-hype Marco Pontes deve aparecer por lá. Mas aí surge um problema, em um lugar onde todos são iguais quem for diferente é que chama a atenção.

Cada hype terá seu valor, cada hype vai chamar a atenção para uma marca ou serviço, mas as eyeballs têm seu limite, não conseguimos prestar atenção em tudo e mesmo para coisas tão passageiras quanto os hypes, precisamos de filtros.

Claro que o Twitter e o Livestream do Blogblogs – ferramentas fundamentais para o #cparty – , nos ajudarão a filtrar o que é interessante do que não é.

Vou tentar ficar atento a tudo que acontece, nos mais diversos campi, e postar muito no Twitter e os fatos mais interessantes no Techbits. Também, adicionalmente, estarei blogando para a Intel, no blog Brasil Digital junto com outros blogueiros da nossa madura blogosfera. Mas anote aí, em terra de hype quem não faz hype é Rei!

MS – 44bi + Y! < G

por Alexandre Fugita

Flickr BSOD, by @gravehearA véspera do feriadão tem sido quente no mercado de tecnologia, principalmente web. Sim, a Microsoft fez uma oferta de 44 bilhões (62% de ágio) pelo controle da Yahoo!, algo como 27 YouTubes. Eu já estava com o dedo no botão publicar para um outro texto quando alguém gritou no Twitter, parem as impressoras, vamos ter que rodar tudo novamente, entrou uma quentíssima.

Já não é de hoje que a gigante de Redmond mostra interesse no pessoal de Sunnyvale. Muitos rumores já circularam sobre esse possível negócio e sempre com cifras exorbitantes. A Microsoft morre de medo da Google, não há dúvidas agora. Claro, não demorou e no próprio Twitter já começaram as piadas… Será que o Flickr agora vai dar BSDO?, by GuraveHaato desu ka?.

Timing perdido

A conta lá no título não fecha. Na verdade o sinal de menor deveria ser maior… eu sei, estou explicando a piada… Mas não é piada, é a realidade. A Microsoft é um elefante gigante que demora para reagir. Deveria ter comprado o Yahoo! 3 anos atrás. Se fechar o negócio agora, vai ser só pra manter as aparências, pois seu negócio na web não é nada vistoso frente ao pessoal de Montain View.

Lembrem-se, a Microsoft demorou para acreditar que as internets teriam futuro. É famoso o memo do Bill Gates alertando o board da fabricante do Windows que teriam que prestar atenção nessa tal de internets. Os tubos talvez valham dinheiro, pensaram na época. O consultor deles deve ter sido o Ted Stevens.

O que será dos ótimos Flickr e Delicious se a negociação se concretizar só o tempo dirá. Só espero que não percam a aura cool e inovadora que por enquanto mantém na web.

Tim e YouTube: cheiro de Net Neutrality

por Alexandre Fugita

The Internets (is a series of tubes) Peraí, deixa eu entender… saiu por toda a mídia tradicional que a Tim e a Google acabaram de fazer um acordo aqui no Brasil para disponibilizar o YouTube mobile para os clientes da operadora… Ok, tudo bem, nada de mais… se fosse só isso… Segundo as matérias que li quem quiser assistir a vídeos do Iutubiu precisa pagar R$ 2,10 por megabyte. Cuma? Sim, para assistir ao YouTube via rede celular TIM é necessário pagar dois reais e dez centavos por megabyte de tráfego de dados. WTF!?

Lembra daquela história de net neutrality, que gerou o termo “a series of tubes” quando falávamos das internets? Pois é… parece que a TIM está promovendo exatamente isso ao cobrar esse trocado por acesso privilegiado a algo que está livremente disponível na web. Mesmo que fosse Chuck Norris, tinha que ser de graça. Sim, estou reclamando de R$ 2,10 por megabyte (R$ 1,50?). Sim, isso é um absurdo, na internet não deveria existir tarifa para tráfego de serviços abertos.

E, claro, a culpa não é só da operadora de capital italiano. A Google tem sua parcela de culpa, diga-se de passagem, fazendo algo muito feio, bobo e sujo nisso tudo. Não eram eles, diretamente de Montain View, que lutavam contra a cobrança de pedágio para maiores velocidades de dados nas internets, no case Net Neutrality no Senado americano?? Cadê a coerência Hohagem? Cadê a coerência, Eric Schmidt? Não estou encontrando… e, teoricamente, o Google é especialista em encontrar coisas…

Vamos jogar limpo, Google e TIM. Nós consumidores brasileiros não somos idiotas. Não apliquem aquilo que consideram asqueroso lá fora aqui no nosso país. Sério, confio nas duas empresas, ambas são minhas fornecedoras essenciais em termos de internet e mobilidade. Ausência de net neutrality, tô fora!

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