24 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Recentemente descobri um novo blog que pela proposta achei interessante. Totalmente uncool e se chama Boring Boring, com o slogan “Um monte de coisa impopular”. O nome, além de remeter à palavra boring (algo como chato, em português) nos faz lembrar do famoso Boing Boing, “a directory of wonderful things”. Fiquei extremamente interessado e resolvi investigar esse novo site. O mais engraçado é o Boring Boring se auto-define como uma grande sátira da efêmera “cultura do cool“. Nada mais cool do que isso. Lá pelas tantas, descobri coisas interessantes que levam a teorias conspiratórias de que esse blog tem algo a ver com o iminente lançamento do Office 2007 e Windows Vista. Hum…
Evidências colhidas
Primeiro que um dos temas é falar sobre tudo que é impopular no Office 2007. Por exemplo, a Rak Patel, blogueira desta parte do conteúdo, outro dia contou o número de células que existe em uma planilha Excel. Nada mais uncool do que isso. Descobriu que usando a seta para baixo, demora-se 34 minutos para chegar à base da planilha depois de 65536 linhas… Os assuntos são sempre referentes ao Office 2007, com um leve toque jornalístico, o que denuncia não ser um blog “normal”.
No rodapé do blog está escrito “copyright 2007 Um projeto Microsoft”. Depois de ver isso resolvi ir até o Registro.br para ver quem detém o domínio. Aí que as coisas começaram a ficar interessantes. Trata-se de uma agência de publicidade que faz o chamado marketing de guerrilha. Tem alguma coisa aí! Entrei em contato com a agência mas o máximo que me revelaram é que estou no caminho certo.
Um fato que vai contra essas evidências é que o blog usa o WordPress, software open-source para blogs, estranho partindo de algo relacionado à Microsoft. Antes essa informação estava no código html da página de forma evidente, mas tiraram. No entanto ainda é possível determinar isso pois a localização da folha de estilos CSS é uma pasta padrão WordPress.
Office 2007 e Windows Vista
Bom, o Office 2007 e Windows Vista estão aí, com lançamento oficial para o dia 30 deste mês. O Boring Boring parece ser patrocinado pela gigante de Redmond. Microsoft fazendo buzz? Vamos pagar pra ver!
24 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Conversando com um amigo descobri que uma de suas preocupações era de como a internet expõe as pessoas. Uma simples pesquisa no Google revela muita coisa sobre cada um de nós. Imagina o orkut. Isso pode ser útil quando você quer checar uma pessoa. Rh de empresas fazem isso o tempo todo. Mas pode ser ruim quando alguma informação, não necessariamente prejudicial, pode estar disponível na internet sem que você queira. Segundo um artigo no The State: “Prediction: The new hot thing in our future will be anonymity. To be un-famous. To be Googled — and to not be there. No link. No Wiki. No tube, space or face. No nothing.” (*). Sério mesmo, você vai querer permanecer anônimo.
(*) ia traduzir, mas perderia o sentido.
15 minutos de fama
É famosa a frase de Andy Warhol dizendo que “um dia, todos terão 15 minutos de fama”. Transpondo essa frase para o fenômeno cultural chamado internet podemos dizer que é verdade. No YouTube não param de surgir celebridades. Tivemos a LonelyGirl que depois descobrimos ser uma jogada publicitária. Outros vídeos ficam famosos da noite para o dia. No orkut, todo mundo tem 300 amigos. Acho que isso pode ser interpretado como os 15 minutos de fama. Ninguém tem 300 amigos fora do orkut. Fora que ser dono de uma comunidade conhecida é ser famoso.
Há sites na web dedicados a esquadrinhar atitudes nem sempre louváveis de pessoas. Um exemplo é o Não saia com ele, site feito por mulheres que ficham seus ex-futuros cara metades. A idéia foi baseada na versão americana Don’t date him, girl. Outros se dedicam a exibir fotos de carros de pessoas que estacionam mal, ou ainda de quem dirige atrapalhando o trânsito. Não duvido nada que existam outros sites do gênero. Ficar famoso em um deles não é exatamente os 15 minutos de fama almejado por alguns.
Use a web em benefício próprio
Caiu na internet, já era. A informação vai ficar ecoando pelos bits e bytes por muito tempo. Então o negócio é usá-la para seu próprio benefício. Quando alguém procurar seu nome no Google, que apareça nas primeiras posições algo que seja útil para você, e não sua ficha em algum dos sites acima mencionados, ou pior, na imprensa relacionado a algum caso embaraçoso.
Existe uma certeza: o Rh vai checar você no Google quando estiver participando de um processo seletivo. Seu chefe vai fazer o mesmo quando estiver indeciso sobre quem será promovido para aquela vaga que acabou de abrir. Aquela gatinha que você vai encontrar hoje à noite já checou tudo antes pela internet. Então o melhor a fazer é estar bem na foto, pois a foto sempre vai existir, queira você ou não.
[Atualização]: Leia o excelente texto Será que sabemos usar a internet? do blog 3pontozero.
22 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
A Wikipédia, enciclopédia on-line colaborativa mais atualizada do mundo, está bloqueando a sabedoria das multidões. Rankings de mecanismos de busca como o do Google são criados a partir de links entre sites, entre outras variáveis. Quanto mais citado é um site, melhor. Quanto mais importante é o site que cita o outro, melhor. Isso faz a pontuação aumentar e, conforme o caso, aparecer na primeira página dos resultados de uma pesquisa. Como a maioria das pessoas só clica em links que aparecem na primeira página, figurar nela é garantia de tráfego. A Wikipédia começou a bloquear mecanismos de busca de indexarem esse tipo de link com o objetivo de diminuir o SPAM que suas páginas recebem. Se por um lado a justificativa faz sentido, do outro trata-se de uma grande perda para a sabedoria das multidões pelo bloqueio de links legítimos.
Malditos Spammers
Spam: isso é o que vai “acabar” com a internet. Recebemos diariamente dezenas de spam. O Techbits filtra diariamente outro tanto de comentários spam. Até no orkut há relatos de infestação por spam. A internet é um meio livre e barato de se marcar presença. Fazer spam é um negócio que deve movimentar dinheiro. Se de cada milhão de mensagens spam, 100 pessoas (0,01%) clicarem e comprarem o produto oferecido, o lucro está garantido. Ou outros 99.99% vão perder seu tempo, gastar recursos de internet, ou seja, serão incomodados, às custas do 0,01% dos que caem nessas armadilhas. Por esse motivo – funcionar – o spam continua.
Na Wikipédia, spammers postavam links para seus sites por vandalismo, e até alguém perceber e reverter a mudança, o Google já tinha passado por lá e indexado esse novo link no seu PageRank (sistema de pontuação de sites do Google). Com isso, conseguiam melhorar posições no Google e outros mecanismos de pesquisa, gerando tráfego, fazendo Google Bombing e até ganhando concursos de SEO (Search Engine Optimization). Por estes motivos, a Wikipédia decidiu, pelo menos por enquanto, bloquear os mecanismos de busca de seguir os links externos através do “comando” NOFOLLOW em seu código HTML.
A Sabedoria das Multidões
A sabedoria das multidões (wisdom of crowds) é como se fosse uma inteligência coletiva, um raio X do que as pessoas que estão na web (navegando, blogando, pesquisando) pensam. É a análise de bilhões de pedaços de informação que juntos fazem um sistema de CRM parecer coisa de criança. Dá pra brincar de descobrir o que as pessoa pensam no Google Trends.
Há críticos, claro. Dizem que essa inteligência é na verdade a burrice das multidões. De qualquer forma os motivos da Wikipédia são válidos e os prejuízos para a web, enormes. Malditos sejam os spammers.
22 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Esse último fim-de-semana foi interessante para os empreendedores da web brasileira. No domingo, um dos blogs mais conhecidos e famosos do mundo, o TechCrunch, postou um texto sobre o boo-box, startup brasileira que deve estrear mundialmente como forma de monetização de blogs. A velha escola da propaganda on-line é formada por banners chamativos piscantes ou ainda por popups, aquelas janelinhas que teimam em abrir e atrapalhar a navegação. Uma segunda leva, mais discreta, são os anúncios de texto contextuais, cujo maior exemplo é o Adsense, que monetiza este site. O boo-box, que tem entre seus idealizadores Marco Gomes, pretende ser menos invasivo e gerar receita para blogs.
Como o boo-box funciona
Pelo que pude ler do texto disponível no site do booBox, os bloggers colocarão um código nas imagens usuais de seus textos, contextualizando através de tags que tipo de produto pode ser interessante para o leitor daquele post. Ao serem clicadas, essas imagens abrem uma janela da loja parceira, sem sair do site e sem antes perguntar para o visitante se é naquele o produto que está interessado. Caso efetue a compra, a loja paga comissão ao afiliado (blogger). Uma idéia simples e interessante, mas não ficou claro a forma como o booBox monetizará seu próprio serviço.
No mesmo texto informam que em cada país será escolhida uma loja virtual que ofereça o máximo possível de mix de produtos para satisfazer a quase todos os tipos de post em blogs. No exemplo acima (via TechCrunch), vemos que uma loja virtual é aberta dentro do site.
Estão abertos a inscrições de beta-testers e visto a exposição alcançado neste fim-de-semana em função do post no TechCrunch, tem tudo para estrear em grande estilo. O próprio Michael Arrington, editor chefe do famoso blog, fez um teste de compra de um iPod através do demo no site do boo-box e funcionou perfeitamente. Ele inclusive considerou a idéia muito interessante e deu um thumbs up antecipado.
Leia também:
20 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Não, não vai ser um artigo dizendo que as mídias físicas estão mortas. Isso eu já escrevi antes. Na semana que passou saiu a notícia de que um filme em HD-DVD foi disponibilizado em BitTorrent. Isso é uma conseqüência do crack publicado na internet no final do ano passado para fazer cópias de discos HD-DVD. O download ilegal de filmes pela internet ganhou mais um formato. Sabendo que um filme gravado em um disco de alta definição ocupa cerca de 20 GB, ou seja, algo muito grande, quem se importa com o HD-DVD crackeado?
Razões para não baixar um filme em HD-DVD
Primeiro, é ilegal. Só isso já bastaria, mas o tamanho do arquivo é que é o problema. Armazená-lo em seu computador ocuparia uma parte considerável do espaço disponível, mesmo que você tenha um HD de 200 GB. Não dá pra gravar em mídia física externa pois ainda não há meios baratos para fazer isso.
O download seria um suplício pois um arquivo de 20 GB gastaria pelo menos 30 GB da sua banda mensal de uso, considerando upload e download. Caso você não saiba, no BitTorrent ao mesmo tempo que você baixa, precisa disponibilizar parte do arquivo para os outros. Fora que ia demorar muito tempo.
Além disso, você, como a maioria dos espertinhos das redes de BitTorrent, não iria querer disponibilizar o arquivo para os outros depois do download terminado pois vai ficar consumido banda e mais banda da sua cota mensal. Ou seja, os outros também vão pensar assim e a disponibilidade do arquivo pode ficar baixa, demorando ainda mais o download.
Blu-Ray também crackeado?
O Engadget acaba de informar que o mesmo hacker que quebrou a proteção do HD-DVD está dizendo agora ser possível copiar filmes em Blu-Ray. Não tem jeito. Os códigos de descriptografia dessas mídias físicas precisa estar presente no hardware ou software dos leitores de discos. Um dia, como está acontecendo agora, alguém consegue acesso a esta informação. Como disse um amigo meu, filosofando sobre o assunto, começou!