9 fevereiro 2007
por Alexandre Fugita
[Atualizado] Lembro-me que antigamente vídeos pela internet eram terrivelmente ruins. Aquelas imagens em movimento com resolução 50 x 30 pixels não ajudavam em nada. Os tempos mudaram e veio o YouTube. Felizmente a tecnologia não pára e recentemente surgiu o Joost, uma forma inovadora de TV via internet. A distribuição de conteúdo se dá por P2P (Peer-to-peer) e o “sinal” chega de forma rápida e com boa qualidade. É provável que faça muito sucesso pois tem como criadores os mesmos gênios por trás do Skype. A idéia em si é simples e a implementação, inovadora. Tem tudo para mudar radicalmente a distribuição de conteúdo nos próximos anos e talvez transformar o YouTube em peça de museu.
Como o Joost funciona?
Primeiro vamos olhar para o YouTube. Lá um vídeo é postado e quando você quer assistí-lo, o “sinal” (ou streaming) vem direto dos servidores do YouTube. No ano passado, quando o serviço ficou conhecido do grande público, uma das discussões intermináveis era como o YouTube estava pagando suas despesas com gastos de banda, pois os cálculos mostravam números gigantescos. Tempos depois o site foi comprado pela Google e esses problemas, minimizados. Mas olhando o funcionamento do YouTube percebemos que quanto mais um vídeo é assistido, mais banda do site é gasta, gerando despesas.
O Joost (ex-Venice Project) adota uma forma diferente, mais eficiente em termos de gastos de banda, dividindo entre seus usuários esta carga. Como? Vem aí a “mágica” do P2P. Ao mesmo tempo que um telespectador do Joost recebe e consome megabytes de vídeo, está enviando outros tantos megabytes para os demais usuários. É mais ou menos o mesmo princípio de funcionamento do torrent. Para se ter uma idéia, uma hora de Joost consome entre 220 e 425 MB de banda, contando download e upload, dependendo da qualidade do vídeo. É uma quantidade enorme de dados, compensadas com a qualidade relativamente boa da transmissão.
Usando o Joost
Atualmente estão disponíveis 22 canais contendo 422 programas de TV, o que dá uma média de 19 atrações por canal. A duração de cada programa varia bastante, desde 3 minutos, chegando até quase 90 minutos. Há algumas propagandas, coisa de 2 segundos, só mostrando a logomarca do patrocinador. A transição entre um programa e outro demora alguns segundos, típico de transmissões digitais.
A variedade de assuntos vai de documentários, clipes musicais, desenhos, esportes com carros, mais clipes e desenhos… Por estar em teste beta, a variedade não é o forte. Creio que seja possível gastar umas 48h direto assistindo a todos os programas seqüencialmente, mas está longe do ideal. É bem provável que quando lançado oficialmente muito mais conteúdo esteja disponível.
O futuro da TV
Certamente o futuro da TV não está no VHF ou UHF. Nem na TV à cabo. Tudo será transportado pela internet. Problemas antes insolúveis como os gastos com banda acharam uma solução. A multidão pede programas via internet, vide o sucesso do YouTube e de downloads do Lost nas redes de bittorrent. Talvez o Joost represente a revolução que a TV necessita, uma quebra de paradigmas, sei lá. Vamos aguardar para assistir.
Requisitos mínimos
Seguindo sugestão do Sérgio Lima (comentário #6, abaixo), acrescento os requisitos mínimos de hardware. Por enquanto só funciona na plataforma Windows. Mac e Linux estão em desenvolvimento.
- Windows XP SP2
- Pentium 4, 1GHz, 512 MB RAM
- Placa de Vídeo com 32 MB e que suporte DirectX 9.0c
- 500 MB livres no HD
- Banda Larga de 1 Mbit/s de download e 512 kbit/s de upload
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8 fevereiro 2007
por Alexandre Fugita
O fato é: em um futuro próximo as compras de música e filmes serão feitas, em sua maioria, através de arquivos digitais. Um exemplo da mudança nesta direção é o anúncio da Wal-Mart que agora passará a vender filmes por download ao mesmo tempo que vende em mídias físicas. No mercado de música a Apple é responsável por boa parte das vendas digitais através da sua loja virtual ITMS. Para se ter uma idéia, já venderam mais de 2 bilhões de músicas (com DRM) através deste sistema. Mas tudo isso traz um problema: antes a escassez era controlada pois era necessário fabricar mídias físicas para vender. Agora, a escassez é gerada artificialmente com o DRM. Restringir o uso é a função desta tecnologia. Alguns comentários como a recente carta do Steve Jobs e declaração similar do Bill Gates sinalizam uma mudança da escassez para a abundância. Será o fim do DRM?
DRM: inimigo número 1
O uso do DRM gera escassez em um ambiente puro de abundância: arquivos digitais. Até outro dia nós consumidores é que éramos contra o DRM. Dizíamos palavras impublicáveis contra essa tecnologia restritiva. Nos últimos tempos os supostos inimigos viraram nossos amigos. Gates e Jobs deram suas visões e ambos, pelo menos em público, são contra o DRM.
A carta aberta do Steve Jobs analisou três cenários futuros. O primeiro seria continuarmos do jeito que está, ou seja, cada mp3 player só toca músicas com DRM compradas da loja virtual correspondente. Nada mais restritivo do que isso. O segundo cenário analisado seria criar um DRM igual para todas as lojas virtuais, uma espécie de abundância controlada. Mas logo descarta essa possibilidade pois assim que alguém conseguir quebrar tal proteção, seria impossível atualizar todos os dispositivos, de todas as licenciadas com um novo DRM até que seja novamente quebrado. Uma briga de gato e rato.
O último cenário foi o mais discutido na blogosfera (1, 2, 3 e 4) e seria libertar toda indústria do DRM. Jobs exemplificou dizendo que os CDs, em sua maioria, são desprotegidos de DRM e ainda representam boa parte do faturamento da indústria. Essa seria com certeza a melhor opção já que eliminaria as restrições, dando aos consumidores exatamente o que queremos: abundância e possibilidade de escolha na grande variedade de arquivos digitais. Claro, o Steve Jobs está tirando o corpo fora e passando a culpa para os detentores dos direitos autorais. Não sei se isso é um sinal de fim do DRM ou apenas algo para ficar de bem com o público.
1 fevereiro 2007
por Alexandre Fugita
Uma coisa que nós blogueiros sabemos e nossos leitores também sabem é que blogs são uma mídia confiável. Informações por nós divulgadas são tão ou até mais precisas do que as encontradas na chamada mídia tradicional. Nos últimos tempos juntei alguns fatos que podem demonstrar isso na prática. Um dos casos envolve a confirmação do bloqueio do YouTube feita pela Garota Sem Fio, Bia Kunze. Tem também uma matéria que saiu na última revista Veja sobre blogs de adolescentes e ainda a capa da revista SuperInteressante. Há vários outros casos, mas vou analisar somente estes três.
Garota Sem Fio descobre o bloqueio do YouTube
Na manhã do primeiro Domingo de 2007, a blogger Bia Kunze (com ajuda do Cardoso e da CBN Curitiba) divulgou com exclusividade o bloqueio do YouTube pela Brasil Telecom. Neste mesmo momento ela enviou esse material para uma série de empresas de mídia tradicional (leia-se jornais, revistas, portais, TVs), dizendo que já havia confirmado diretamente com a assessoria de imprensa da Brasil Telecom da existência do bloqueio. Somente uma hora depois, segundo a Garota Sem Fio, um grande portal divulgou a mesma notícia e citou como fonte a revista Info, que tinha divulgado com esse mesmo atraso em relação ao blog da curitibana.
Em entrevista ao Leonardo do Blogue Isso!, a Bia Kunze conta todo seu drama. Ao cobrar deste grande portal que a fonte era ela e não a revista Info, recebeu como resposta que ela é apenas uma blogueira e que a revista tem mais credibilidade. O fato é: ela apurou a notícia, antes de todo mundo, e divulgou em primeira mão. Não recebeu os méritos da imprensa tradicional que preferiram citar a Info ou aguardar o pronunciamento oficial da operadora que só ocorreu no dia seguinte.
Melissa patrocina fotologs
As blogueiras Mari Moon, Apê, Maluka e Lolly ganharam patrocínio da fabricante de calçados Melissa em seus blogs. O público delas é adolescente e as tomam como celebridades virtuais e modelos de comportamento. Nada mais natural uma grande empresa patrociná-las. O que no começo era apenas uma brincadeira virou um negócio sério. A confiança que as leitoras destes blogs depositam no que é postado faz delas investimento certo de empresas que querem atingir este público.
SuperInteressante: já li isso em algum lugar
Quando vi a capa da revista SuperInteressante deste mês nas bancas, a primeira coisa que pensei: já escrevi exatamente sobre a mesma coisa 4 meses atrás. O título do meu texto era: LOST e o paradigma da distribuição do conteúdo. Virou LOST, e o fim da TV. Passei na livraria mais próxima e folheei a matéria. Mais ou menos fala da mesma coisa tratada aqui no Techbits (e provavelmente em outros blogs) meses atrás. (obs: não estou dizendo que a idéia veio do Techbits, mas que saiu na blogosfera antes do que na revista).
Fora do Brasil os blogs já possuem um status de bastante credibilidade. Aqui a situação é outra… Concluindo: quer ficar sabendo das últimas? Quer saber o que os jornais e revistas da semana que vem estarão falando? Leia blogs.
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31 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Nossa, quase esqueci. Ainda bem que resolvi passear pelo meu leitor de RSS e vi, logo de cara, o post do Issamu falando sobre a abelha mais famosa da blogosfera brasileira. O Roberto Machado, da DoceShop, possui um dos blogs corporativos mais interessantes e ativos do Brasil e recentemente lançou um concurso para eleger o nome do mascote da loja e do blog. No concurso os blogs deveriam escrever um post indicando o nome escolhido para a abelha e mandando um trackback para o Roberto. Estou pra fazer isso há tempos mas deixei para última hora (última hora mesmo, falta menos de 10 minutos para o prazo final). Pois bem, leiam e descubram!
[atualização]: saíram os finalistas! Votem!
Uma centena
Apesar de aparente sucesso – quase 100 blogs participaram da sugestão do nome – o objetivo principal dos votantes não será atingido. O Roberto prometeu rodar a baiana, literalmente, pelas ruas de Ribeirão Preto (SP), caso mais de 1000 blogs participassem. Infelizmente o prêmio será somente um mp3 player e não o vídeo-mais-esperado-que-jamais-será-filmado-do-ano. Recentemente a blogosfera brasileira se mobilizou muito mais, por menos. O meme dos objetivos 2007 e das coisas que nos irritam se espalhou feito uma praga.
DoceBee
A minha sugestão para o nome da abelha é DoceBee. É um nome que vai de acordo com o padrão seguido pela empresa. DoceShop, DoceBlog, e agora DoceBee. É isso. Minha sugestão é DoceBee. Vamos aguardar agora a votação e também torcer que outros 910 blogueiros tenham deixado tudo para a última hora!
31 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Não costumo falar muito bem do Orkut aqui no Techbits, mas vou abrir uma exceção. Antes abandonado ao bel prazer de seus usuários, a Google resolveu recentemente investir na maior rede social brasileira (58% dos usuários são brasileiros). O serviço só faz sucesso no Brasil e em alguns poucos países perdidos ao redor do globo. Nos EUA o Orkut é praticamente irrelevante. Isso nunca estimulou a empresa de Mountain View a investir seriamente no site. Mas tudo mudou e novos recursos foram adicionados nos últimos tempos como Gtalk, SMS e finalmente o YouTube.
GTalk: fim do MSN?
Claro, estou exagerando. Mas com a inclusão do Gtalk no Orkut creio que muitos começaram a usar e conhecer o serviço. O GTalk saiu do ostracismo e passou a fazer parte de uma massa de curiosos que passam o dia inteiro pendurados na rede social. Mas ninguém vai substituir o MSN pois lá é possível mandar aquelas mensagens bonitinhas, cheias de recursos (perceberam o sarcasmo aqui?).
SMS: olha a conta do celular!
A Claro passou a oferecer dias atrás a possibilidade de recebimento e envio de scraps por SMS. O serviço é cobrado nas duas direções e, como o orkutianos não sabem o que é e-mail, e trocam todo tipo de mensagem via scrap, quem arquitetou esse serviço deveria ser condecorado por conseguir aumentar substancialmente a receita de SMS da operadora.
YouTube
Agora é possível usar o YouTube para deixar um vídeo no seu perfil do Orkut, o que é muito interessante e mostra o interesse da Google na integração de seus serviços. Só espero que os usuários tenham bom senso e não façam vídeos no estilo “Nem Big, Nem Brother”, dos candidatos a quase famosos do Big Brother Brasil (sim, isso é pra atrair paraquedistas).
Orkut, 3 anos
Segundo o blog de Guerrilha, ontem o Orkut fez 3 anos. Parabéns! No texto, além de falar um pouco de estatísticas da rede social, o blog de Guerrilha fala sobre o preconceito que empresas tem em fazer campanhas dentro do Orkut. Só pra registrar, lembrem-se que recentemente uma comunidade virtual foi comprada para promover Florianópolis.