29 janeiro 2008
por Alexandre Fugita
Calma pessoal, o Techbits continua aqui. Acontece que no último mês o volume de trabalho triplicou e fiquei sem tempo pra postar. Claro, estou me reestruturando para não deixar o Techbits tanto tempo sem textos, mesmo por que nesta altura do campeonato há toda uma sorte de stakeholders que exigem satisfação, desde os fiéis leitores a fornecedores. Mas não é sobre isso que estou blogando e sim sobre possíveis modelos de negócios para serviços de documentos on-line.
Uma das coisas que me chamam atenção são sites que hospedam documentos como o Scribd e o Slideshare. O Scribd, creio que a maioria conheça, possibilita upload de PDFs, DOCs, XLSs, etc … O Slideshare, como o próprio nome indica, é ideal para arquivos PPT. Ambos, a exemplo do YouTube, permitem “embedar” tais documentos dentro de simples páginas web.
Organizar documentos nas empresas é um caos. Coisas se perdem nas complicadas árvores e quem está acostumado com o sistema de tags, estranha a “old school” de coisas organizadas em pastas.
Não seria ótimo se todos os documentos corporativos estivessem embedados em páginas web e buscáveis através de tags, além dos métodos tradicionais? Usar Scribd e Slideshare resolveria o problema… em termos… pois a grande maioria desses documentos é confidencial. Nem uma conta corporativa com senha só para os colaboradores resolveria a questão. Como confiar em armazenamento on-line de informação sensitiva?
Uma solução que vejo e empresas vanguardistas certamente adotariam em um piscar de olhos é serviços como o Slideshare e Scribd venderem soluções que rodem localmente. Melhor, venderem o serviço e não o software em si, para ficarem dentro do modelo de SaaS. Você compraria ou sugeriria esta solução para a bagunça que é achar aquele arquivo na rede?
16 janeiro 2008
por Alexandre Fugita
Assisti ao keynote do Steve Jobs na MacWorld (veja o vídeo) e posso dizer, depois de acompanhar tantas apresentações do CEO da Apple, esse não foi dos mais empolgantes. Toda expectativa que se cria ao redor dos lançamentos da maçã fraqueja se a surpresa não for grande o suficiente para causar “ohhhs” de admiração. Mas como sempre é um prazer assistir, mesmo já sabendo dos principais pontos, pois o Steve é um showman genial.
A primeira coisa que se nota depois ver o keynote, é que a Apple simplesmente tomou a liderança e acabou com a mídia física. Claro, vai demorar anos até que esses disquinhos de plástico e alumínio realmente sumam de nossas vidas – como foi com o disquete de 3 1/2 – mas o primeiro passo foi dado. A iTunes lançou aluguel de filmes de 12 grandes estúdios de Hollywood, praticamente todos os que nos importa, via streaming ou download. O Apple TV não precisa mais de computador e permite a compra e o aluguel de mídia direto do sofá. O novo MacBook Air não tem drive óptico, ou seja, mídia física já era! Aliás, esse MacBook Air já deve ter virado sonho de consumo de todo übbergeek do planeta Terra.
Faz tempo que nem esquento com essa briga que não leva a lugar algum do HD-DVD vs. Blu-Ray. Cada vez faz menos sentido pensar em adquirir um equipamento desses. Concordo que no Brasil toda essa tecnologia de aluguel on-line de filmes vai demorar um pouco mais para chegar, mas toda essa estratégia faz sentido na direção de finalmente acabar com essa idéia antiga de suporte físico para nossos filmes. O mercado de música digital que o diga, Jobs já vendeu mais de 4 bilhões de faixas na iTMS. Claro, odeio DRM, mas isso é outra história…
Blecaute no Twitter
Todo hype e expectativa ao redor do keynote de abertura da MacWorld é exagerado, a ansiedade estraga a surpresa. No mundo conectado de hoje, ficamos sabendo primeiro na blogosfera e twittosfera. A blogosfera se vira bem em atender à demanda por informação. O Engadget faz esse trabalho muito bem, e o Meio Bit também! Mesmo com milhares de hits por segundo em seus posts de live-blogging, o site fica no ar e conseguimos acompanhar em tempo quase real tudo que acontece nos principais eventos do mundo. O mesmo não podemos dizer do Twitter…
O micro-blogging mais usado do mundo não agüentou o tranco logo no início do keynote do Steve Jobs. Esse foi o primeiro keynote da MacWorld que a ferramenta enfrentou depois de sua popularização em Março do ano passado na SFSX, mas não resistiu. Nem a mensagem de que voltava “in a heartbeat” apareceu. Para mim o site do Twitter simplesmente ficou fora do ar. Alguns disseram que as APIs funcionaram, mas o serviço deixou a desejar justo na hora que o mundo todo queria ver o seu poder a todo vapor. Vamos lá Twitter, o povo te adora! Não nos deixe na mão… o concorrente está a apenas um clique…
9 janeiro 2008
por Alexandre Fugita
Já faz um tempo que o Google Reader começou a exibir as leituras compartilhadas de quem está na minha lista de contatos. Filtro! Vira e mexe recebemos dicas no Twitter de assuntos interessantes e por vezes inéditos. Filtro! No Via6 é possível não só compartilhar suas leituras em tempo real como enviar dicas aos amigos. Com tantos filtros assim, não preciso mais de rss.
Na era da informação, do conteúdo gerado pelo usuário, a quantidade de textos que surgem para ler todos o dias ultrapassa o limite do tempo que nossas eyeballs podem se dedicar a cada item. Filtrar de maneira eficiente é imprescindível. Mais ainda, saber usar a informação é imprescindível.Quando comecei a usar o RSS imaginei que seria uma ótima forma de ficar por dentro dos assuntos. E é! Mas é necessário filtrar apenas o que é relevante e nem sempre temos disponibilidade para essa tarefa.
Filtros como as leituras compartilhadas do Google Reader ou dicas de leituras do StumbleUpon tornam-se valiosas no sentido de economizar tempo. Claro, não vamos desassinar todos os RSS, mas usar ferramentas complementares para otimizar o tempo.
Para leigos o RSS parece não fazer sentido. Mas o formato não se resume a um mero suporte para distribuir a informação, é muito mais do que isso. É quase a essência por trás da web hoje. Informações trafegam mais facilmente, são misturadas no liquidificador, enfim, ficam mais fáceis de serem digeridas.
Os filtros humanos – seus amigos – ajudam cada vez mais encontrarmos o que é relevante na web. Como sempre, é a sabedoria das multidões que resolve os problemas da web. Não vou mais assinar feed de sites, vou assinar os amigos.
7 janeiro 2008
por Alexandre Fugita
Acabei de assistir, ao vivo, via streaming, o último keynote do Bill Gates na CES. A transmissão durou cerca de uma hora e foi razoavelmente interessante. Como sempre – esse é o terceiro ano que assisto pela internet – o Gates aproveitou para mostrar algumas tecnologias da Microsoft. Desta vez não vi muitas novidades, pareceu mais uma repetição do keynote do ano passado. Os movimentos da câmera também repetiram o que foi feito no ano passado e deram um ar mais informal ao evento.
Uma das melhores partes do keynote foi o vídeo bem produzido de como deverá ser o último dia do Bill Gates na Microsoft (assista aqui). Alguns executivos importantes da empresa aparecem como o Steve Ballmer e suas piadas e também o Ray Ozzie, que assumirá o lugar do chefão da MS.
Divertido, em seu último dia de trabalho na gigante de Redmond, Bill Gates passa o tempo todo ligando para amigos – leia-se George Clooney, Jon Stewart, Barack Obama, Hillary Clinton, Al Gore, Bono Vox e outros – para saber quem pode substituí-lo. Não entendi se era no cargo ou para algum filme sobre o Gates, a transmissão estava entre-cortada.
As risadas da platéia – algo difícil do tio Bill conseguir – vieram fácil desta vez. Gates brincou de Chewbacca, de rapper, Matrix e Guitar Hero (foto abaixo, via Engadget). Em depoimento no vídeo alguém disse que a idéia do famigerado Microsoft Bob foi do Bill. Descobrimos também que o segundo homem mais rico do mundo reclama de ter que pagar 7 dólares para cortar o cabelo.
A transição já está em andamento e tudo corre bem. Dentro de alguns meses o nerd mais bem sucedido do mundo retira-se das atividades da empresa que fundou e vira conselheiro. Também passa a dedicar seu tempo à fundação filantrópica Melinda-Gates, uma das mais endinheiradas e ativas do mundo.
É possível notar parte da estratégia da Microsoft. Desta vez falou-se pouco de Vista. Na verdade as grandes preocupações no momento são a Apple e o Google. Isso ficou patente nas demonstrações de produto. Mostraram produtos conectados de multimídia ao estilo Apple e softwares que rodam na internet, da unidade Live, ao estilo Google como o calendário compartilhado. Isso é ótimo, mais concorrência, melhores produtos para nós, consumidores.
Para o mundo da tecnologia, agora é esperar. Bill Gates sai de cena em breve e a Microsoft tem em 2008 um ano derradeiro com desafios gigantes em um mundo em rápida transformação. Apesar das 100 milhões de cópias em uso, o Windows Vista não tem agradado e os concorrentes estão ganhando massa crítica. A Microsoft sobreviverá? Certamente, mas a fase de ouro já passou.
(*) fotos deste post via Engadget
4 janeiro 2008
por Alexandre Fugita
Bom, nos últimos dias vi alguns textos em blogs discutindo possíveis modelos de negócios para o Twitter. Como muitas startups, o Twitter surgiu, cresceu como uma febre e todos começaram a questionar como eles vão ganhar dinheiro. É um problema clássico, já enfrentado por gigantes como o YouTube.
Duas propostas me chamaram a atenção, uma delas dizia que ninguém se incomodaria com um anúncio perdido a cada 100 mensagens vistas na plataforma web. A discussão caía no problema de que a maioria dos usuários do Twitter acessa o serviço via API, através de IMs (Gtalk deve ser o mais usado) ou plugins do Firefox como o TwitterFox . Sim, isso seria um problema, mas possivelmente o serviço atingiria uma massa crítica de anúncios para pelo menos ganhar uns trocados.
A outra solução seria cobrar de usuários que quisessem um serviço Premium enquanto a maior parte da base continuaria não pagando nada, aquele esquema conhecido como Freemium. Os usuários pagantes teriam serviços adicionais além de garantia de uptime altíssima, ou seja, serviço no ar 99,9999999 e lá vai noves porcento… Claro, quanto mais noves, mais caro é manter a infra, algo logarítimico, imagino…
Daí fiquei pensando em quem se interessaria por anunciar no Twitter. Um dos grandes interessados, a meu ver, seriam as operadoras e/ ou fabricantes de celular. Como assim? Já vi mais de uma pessoa interessada em comprar um celular (ou smartphone) capaz de acessar a internet só para twittar. Parece exagero?
O Twitter só faz esse sucesso pois oferece possibilidade de ser usado de forma móvel facilmente. Concorrentes como o Pownce só adotaram essa possibilidade recentemente e aquele nacional, o Gozub, não tem essa funcionalidade. Parte da graça de twittar é fazê-lo de qualquer lugar e não apenas do seu computador no trabalho ou em casa.
Na época de ouro do orkut aqui no Brasil vi casos similares de pessoas comprando um PC, endividando-se no limite, apenas para poder gerenciar o perfil no orkut de casa. Ou seja, a realidade de mais e mais pessoas entrarem no mundo da internet móvel só por causa do Twitter não é tão viajante assim. E levam de brinde várias outros serviços on-line.