2 outubro 2006
por Alexandre Fugita
Domingo e segunda-feira foram dominados pelos resultados do primeiro turno das eleições. Ou seja, todos estão craques em porcentagens e estatísticas. Por isso resolvi contribuir e divulgar as estatísticas do mês de Setembro do Techbits. Eu sei que ninguém vai ler mas isso é um ego-post. Eu me diverti analisando alguns dados fornecidos pelo Google Analytics sobre a visitação que recebi neste segundo mês do site. Foram 30 dias de crescimento quase contínuo.
Navegadores da web
O Firefox foi o navegador mais usado nas visitas a este blog. Quase vence em primeiro turno, com 49,7% das visitas. Em segundo lugar vem o Internet Explorer. É interessante notar que por ser um site sobre tecnologia a maioria use o Firefox. Acho que tenho muitos leitores geeks.
- Firefox: 49,7%
- Internet Explorer: 46,1%
- Opera: 2,5%
- Safari: 1,3%
- Mozilla e Netscape: menos de 1%
De onde você é?
As visitas vieram de quase todos os Estados, exceto Roraima, Acre e Amapá.
- SP: 39,1%
- MG: 11,5%
- RJ: 9,9%
- RS: 7,5%
- DF: 6,3%
- PR: 5,6%
- SC: 3,0%
- PB: 2,8%
- BA: 2,0%
- Demais Estados: 12,3%
Recebi visitas de 25 países. Dez desses países trouxeram um único visitante. Outros 5 países trouxeram dois visitantes. Na verdade acho que caíram aqui sem querer ou são brasileiros perdidos ao redor do globo.
- Portugal: 40,5%
- EUA: 28,5%
- Japão: 9,0%
- Demais países: 22%
Google e outros mecanismos de busca
Quando se fala na Busca, o Google é imbatível. Pelo menos para gerar tráfego para um site. Ah, 27% das visitas originam-se do Google.
- Google: 82,8%
- Yahoo: 14,7%
- Demais mecanismos: 2,5%
Em relação às pesquisas, mais de 300 termos diferentes foram usados para chegar ao Techbits. Alguns repetem-se várias vezes e outros (a maioria) foram procurados uma única vez. Diria que uns 60% dos que chegam aqui via mecanismos de busca acham o que querem. Mas também percebe-se que tem muita gente procurando por filmes para download ou tentando descobrir formas de invadir o orkut… Fiquei intrigado pois alguns procuraram pelo meu nome no Google. E não fui eu…
Os mais lidos
Os cinco artigos mais lidos foram:
É interessante notar que o segundo colocado foi postado no final do mês (dia 20) e que o da Cauda Longa (terceiro colocado) é de Agosto.
Conclusão
Se alguém ainda estiver lendo, espero que tenha achado interessante. Um fato que me surpreendeu foi que o site, surgido no dia 2 de Agosto, teve em de Setembro quase 5 vezes mais visitantes que no mês de estréia (sim, tive 3 visitantes em Agosto e 14 em Setembro…). Espero que este mês a visitação aumente mas provavelmente não será nesta proporção.
30 setembro 2006
por Alexandre Fugita
Ontem tivemos a triste notícia de que um Boeing 737-800 Next Generation da Gol Linhas Aéreas desapareceu caiu após uma colisão em pleno vôo. Existe um sistema aviônico criado exatamente para evitar colisões entre aeronaves. Ambos os aviões envolvidos no acidente eram de última geração e contavam com o TCAS (Traffic allert and Collision Avoidance System – Sistema de alerta de Tráfego e Evitador de Colisão). Dá pra confiar na tecnologia?
Subir, Subir… Descer, Descer
Basicamente o TCAS (foto ao lado) de uma aeronave é um radar que se comunica com o TCAS de outras aeronaves e analisa se há rota de colisão entre elas. O raio de ação é definido pelo piloto e varia de no mínimo 4 ao máximo de 48 Km. Ao detectar aviões que podem ser ameaças de colisão é acionado um TA (aviso de tráfego) que emite uma voz dizendo: “tráfego, tráfego” (traffic, traffic), sem sugestões de atitudes a tomar. Mas se a situação piora e uma colisão torna-se iminente, o TCAS entra no modo RA (resolução de tráfego) e emite uma voz dizendo “subir, subir” (climb, climb) ou “descer, descer” (descend, descend) ou ainda “monitore a velocidade vertical” (monitor vertical speed), para manter a altitude.
Na atual versão do TCAS os comandos limitam-se a esses três: subir, descer ou manter. Não existe o “vire à direita” ou “vire à esquerda”. Uma nova versão, ainda em desenvolvimento, contempla essas possibilidades.
Dá pra confiar na tecnologia?
Essas decisões são tomadas automaticamente pelo sistema, após consulta entre os TCAS das aeronaves, para coordenar o máximo afastamento entre elas. De nada adianta ambos aviões descerem ou subirem ao mesmo tempo. Continuarão em rota de colisão. O sistema coordena para que uma aeronave suba e a outra desça, por exemplo.
A recomendação é que os pilotos obedeçam à voz do sistema mesmo que houver conflito com o que um operador humano na torre de controle mais próxima orientar. Desastres deste tipo são raríssimos. Em 2002, uma colisão ocorreu após um dos pilotos seguir recomendações da torre de controle e o outro do TCAS. Se ambos tivessem seguido as ordens do sistema eletrônico provavelmente o acidente teria sido evitado.
28 setembro 2006
por Alexandre Fugita
Os últimos tempos não têm sido bons para a Sony. Conhecida por fabricar produtos de qualidade, está com sérios problemas em seu futuro. Atualmente a empresa enfrenta o inferno pois suas baterias problemáticas estão por todo lado. Dell, Apple, Toshiba e agora a Lenovo já convocaram recalls para baterias potencialmente explosivas fabricadas pela Sony. Prejuízo financeiro. A empresa recentemente esteve envolvida no escândalo do rootkit. Prejuízo na imagem. E o aguardado PlayStation 3 fará o rombo do caixa aumentar ainda mais.
O caso das baterias explosivas
Esse título parece um episódio dos Mythbusters, mas não: é o mundo real. O fato é que nos últimos dois meses a Sony fez recall de 6,7 milhões de baterias para grandes fabricantes de notebooks. O prejuízo financeiro é estimado em mais de US$ 500 milhões. O prejuízo à imagem da organização é incalculável. A foto ao lado é famosa: um notebook Dell com bateria da Sony explodindo durante uma conferência no Japão. Imagina isso dentro de um avião…
Rootkit: o DRM do mal
O DRM é a moda da indústria de conteúdo multimídia. Falar que o DRM é “do mal” parece redundância. Mas a Sony se superou. No final de 2005 resolveu embutir em seus CDs um software que era instalado secretamente nos PCs dos usuários e mandava informações sobre as músicas ouvidas para a Sony Music. Mas o problema maior nem foi esse, e sim que o software instalado era um rootkit que permitiu a proliferação de malware indetectável nos sistemas dos usuários. Péssimo para imagem da Sony…
PlayStation 3: quanto mais vendas, pior
O PS3 foi anunciado há mais de um ano e até agora não saiu para vendas. O que está acontecendo? Problemas de licenciamento como diz a Sony? Não, o buraco é mais profundo. Estudos mostraram que o custo de produção do videogame supera em pelo menos 300 dólares seu preço anunciado de venda. Multiplique isso por 2 milhões de unidades que a pretendem vender até o final deste ano e outros 4 milhões nos dois anos seguintes. Some a isso a concorrência do XBox 360 da Microsoft e do Nintendo Wii. Previsões mostram que a Sony terá entre 1,8 bilhão e 2,4 bilhões de dólares de prejuízo com a divisão de videogames nos próximos 3 anos.
Blu-ray já nasce morto
O PS3 enfrenta problemas devido ao Blu-ray. O custo de um drive deste padrão é muito alto e não dá sinais de que vá cair rapidamente pois essas novas mídias de alta definição não estão empolgando. Só posso entender que a Sony resolveu criar seu próprio padrão de disco de alta definição pois a empresa tem mania de criar tecnologias proprietárias fechadas (e.g, Memory Stick). Com tantos problemas assim o futuro parece sombrio. Quem salvará a Sony?
26 setembro 2006
por Alexandre Fugita
Desde que o Techbits existe, cerca de 19% dos visitantes vieram do Google. É provável que uma parte deles tenha se tornado leitor regular. Por isso figurar em mecanismos de buscas como o Google ou Yahoo! é um ótimo negócio: ganha-se visibilidade e novos leitores. Mas não é assim que pensa uma associação de jornais da Bélgica. Ganharam na justiça uma ação obrigando o Google a não mais indexar suas páginas. Azar deles.
A Busca impulsiona os negócios
No livro “A Busca” (compre no Submarino), John Battelle cita o caso de uma loja de sapatos que, da noite para o dia, viu seu faturamento despencar por ter caído no ranking do Google. A loja virtual, que vendia cerca de 40 mil dólares por mês, ficou com estoques encalhados às vésperas do Natal de 2003. A busca impulsiona visitantes, o faturamento e os negócios. Sair da primeira página do Google para outra qualquer fez todos esse índices despencarem.
Não é à toa que encontramos pela web empresas vendendo SEO (Search Engine Optimization – Otimização em Mecanismos de Busca), muitas delas oferecendo práticas não aceitas pelo Google e, portanto, passíveis de exclusão do mecanismo de busca como ocorreu recentemente com a BMW alemã.
Os livros e a prateleira infinita indexável
Controvérsia parecida ocorre com as editoras de livros e o Google. O projeto Google Livros pretende escanear e tornar disponível a busca por todos os livros existentes. As editoras não gostaram da idéia. Mas como fazer para que aquele livro, perdido em uma estante empoeirada, seja descoberto? Só com a busca na prateleira infinita da Cauda Longa. E isso provavelmente aumentará as vendas.
Azar deles
Dizem por aí que cerca de 40% das visitas a sites de notícia originam-se de serviços agregadores como o Google News. Por que então uma empresa de mídia prefere ficar fora do Google? A verdade é que as empresas representadas neste processo querem continuar no Google News, mas exigem pagamento de taxas de direito de uso de trechos de seus textos.
O Google defende-se dizendo que não fatura em cima do serviço Google News (não há anúncios), e que qualquer site pode se auto excluir de mecanismos de buscas apenas configurando corretamente o robots.txt, arquivo padronizado que alerta robôs de mecanismos de buscas sobre qual conteúdo [não] indexar.
Só posso entender que os jornais belgas não querem atrair leitores… azar deles.
25 setembro 2006
por Alexandre Fugita
De vez em quando a Apple resolve tomar atitudes antipáticas contra sua grande comunidade de adoradores (*). Recentemente queriam processar blogs por divulgar rumores de seus produtos. Desistiram. Desta vez enviaram notificação a um site por usar a palavra podcast em sua logomarca. Daí vem o questionamento: a Apple é dona da marca podcast?
O que é um podcast?
Um blog de audio? Um programa de rádio via internet? Bom, essas são explicações simples para fazer os outros entenderem. Mas creio que um definição mais correta seja: podcast é um conteúdo de audio/ vídeo que pode ser assinado via RSS, ou seja, é disponibilizado de forma automática em seu tocador de mp3 (iPod, computador ou um mp3 player genérico).
A Apple e o podcast
A Apple possui o mp3 player mais desejado do mundo, o iPod. Mas não foi ela quem criou o termo podcast. Pioneiros como Adam Curry ajudaram a criar o conceito mas o foi Ben Hammersley quem finalmente cunhou a palavra podcast em um artigo no The Guardian. No ano de 2005 o dicionário New American Oxford considerou o podcast como a palavra do ano. Grandes organizações, como a IBM ou a Tecnisa, usam o podcast como forma de comunicação interna e/ ou externa. É uma mídia que vem crescendo fortemente e alguns já consideram mais importante que os blogs.
A Apple abraçou a causa ao incorporar em seu software iTunes funcionalidades que facilitam (será mesmo?) a procura e gerenciamento de podcasts. Mas de vez em quando organizações se metem em enrascadas ao tentarem patentear termos que estão em domínio público. Vide caso web 2.0 vs. O’Reilly.
Pod ou não pod?
Acredito que o uso de variantes do nome “pod” seja benéfico para a Apple. Todos conhecem o iPod. Deixar o termo podcast em domínio público ajuda a aumentar as vendas de seu aparelho. Espero que desistam dessa idéia de acabar com o uso “indevido” de variantes de sua marca. Se não teremos que voltar no tempo e chamar os podcasts de audioblogs ou coisa parecida. Não há apelo de marketing algum…
(*) sim, parece uma religião…