17 outubro 2006
por Alexandre Fugita
Muitas empresas de tecnologia americanas estão sob investigação refente à compra retroativa de ações (backdating) por parte de diretores ou outros acionistas. O procedimento não é ilegal se corretamente documentado, mas pode levar a rápidos ganhos financeiros já que com o backdating compra-se ações, hoje valorizadas, por um preço antigo. Muitas demitiram seus CEOs. A Apple está no meio desse fogo cruzado e, diferentemente das outras organizações, não demitiu (e nem dá sinais disso) o seu CEO e principal executivo Steve Jobs.
Cabeças cortadas
Na semana passada algumas cabeças rolaram por causa deste escândalo. Caiu o fundador e diretor presidente da CNET, site de notícias e conteúdo variado sobre tecnologia, e também o presidente e CEO da McAfee, fornecedora de soluções de segurança em TI.
Até o momento um total de 17 empresas perderam diretores, presidentes, etc… por demissão ou renúncia ao cargo, devido ao escândalo do backdating. Empresas envolvidas correm o risco de serem tiradas da Nasdaq, a bolsa de valores da tecnologia, como aconteceu com três delas.
Enquanto isso lá na Apple
Para não dizer que não tomou atitudes, o antigo CFO (Chief Financial Officer), que até então era membro do conselho administrativo da Apple, foi demitido na semana passada. Mas isso não resolve o problema já que Steve Jobs é quem comanda a empresa, sabia do backdating, e talvez devesse ser responsabilizado.
Steve Jobs é a Apple, a Apple é Steve Jobs. Talvez isso tenha pesado na hora de decidir se o CEO deveria ser afastado ou não do cargo. Alguns sites até listaram possíveis substitutos. Resta saber se alguma outra atitude será tomada pela empresa da maçã.
17 outubro 2006
por Alexandre Fugita
O MMOG (Massively Multiplayer Online Game) mais quente do momento é o Second Life. No jogo, um mundo virtual 3D, os residentes (jogadores) interagem entre si como se fosse um mundo real realizando negócios, construindo casas, emprendimentos, etc. O interessante é que existe até um dinheiro interno que pode ser trocado por dinheiro de verdade e vice-versa. Empresas do mundo real já perceberam o potencial lucrativo deste mundo virtual e começam a entrar no Second Life de olho nos US$ 350 mil de transações diárias. A última tacada é da Reuters, que abrirá uma agência de notícias dentro do jogo.
Reuters
A Reuters – uma das maiores agências de notícias do mundo – vai começa a operar nesta semana dentro do Second Life oferecendo notícias tanto do mundo real quando dos acontecimentos da economia e cultura do jogo virtual. Adam Pasik, repórter da Reuters que encarnará no game o personagem dirigente da agência virtual de notícias, disse que o mundo do Second Life em nada difere, do ponto de vista jornalístico, do que acontece aqui, fora da Matrix.
Há fatos, curiosidades, notícias a serem contadas. Uma equipe de jornalistas da Reuters real se dedicará a descobrir essas coisas e publicar no mundo virtual. Os residentes do Second Life poderão acompanhar as últimas notícias através de um aparelho virtual que poderão carregar dentro do ambiente do jogo. O foco dos assuntos pode ser desde a crescente vida cultural e econômica do Second Life, quanto fatos importantes que estão acontecendo no mundo externo.
Economia
Várias empresas já estão dentro do jogo. A Adidas vende tênis esportivo para os residentes. A Toyota vende um modelo de seus carros. Os próprios usuários criam empreendimentos e vendem produtos e serviços. O dinheiro local, chamado de Linden (L$), possui câmbio flutuante e pode ser trocado por dólares de verdade no mundo real. O fato da maioria dos habitantes do mundo virtual não possuirem fonte de renda dentro do jogo, e sim, colocarem dinheiro de fora, causa alguns fenômenos econômicos estranhos.
No Brasil…
Há residentes brasileiros no jogo. São poucos relativamente ao total da população. Mas isso está pra mudar. O jogo chegará oficialmente ao Brasil até o final deste ano e incluirá cenários nacionais como o Pão de Açucar (RJ) ou o Parque do Ibirapuera (SP). Como o brasileiro adora interagir em comunidades, o Second Life talvez faça muito sucesso por aqui.
14 outubro 2006
por Alexandre Fugita
Em uma semana que fomos surpreendidos com a venda do YouTube para o Google, e em um mundo em que a distribuição de conteúdo enfrenta novos paradigmas, finalmente veio a declaração que todos esperavam: Anne Sweeney, presidente do grupo de TV Disney-ABC, que faz entre outras a série Lost, reconheceu que a pirataria é um modelo de negócios e que compete com os meios tradicionais de distribuição de conteúdo. E a constatação veio da observação de que 15 minutos após o término da transmissão de suas séries pela TV, arquivos digitais de alta qualidade já estavam disponíveis para download na internet.
A declaração
“Então, nós entendemos a pirataria como modelo de negócios. Ela existe para suprir uma necessidade do mercado, especificamente para aqueles consumidores que querem conteúdo de TV sob demanda, e compete conosco da mesma forma que fazemos, através de alta qualidade, preço e disponibilidade. Nós não gostamos da pirataria, mas percebemos que se trata de um importante competidor. E nós criamos uma estratégia para contornar esta ameaça com meios atrativos e fáceis dos espectadores conseguirem o conteúdo desejado de nós, legalmente. Em outras palavras, manter pessoas honestas, honestas.”
Disponibilidade de conteúdo
A Disney reconheceu que o que o consumidor quer é disponibilidade de conteúdo. Talvez você tenha perdido sua série favorita na TV. Atualmente a Disney-ABC disponibiliza via internet, com propagandas, o mesmo episódio que passou na TV, horas após a transmissão original. A qualidade não é lá essas coisas, não é possível gravar em seu computador, e o serviço está restrito aos EUA. Mas já é um avanço.
Nas redes de BitTorrent, minutos após a transmissão de séries americanas de TV, já é possível baixá-las para assistir em qualquer lugar do mundo. A disponibilidade é o rei pois é isso que os consumidores querem. Ao invés de tratar os fãs como inimigos, que tal se juntar a eles? É isso que indica a nova postura da Disney-ABC. E essa disponibilidade, ao contrário do que se imagina, aumenta a audiência do programa de TV, que por conseqüência aumenta a receita com anúncios, e todo mundo fica satisfeito.
Só resta saber se essa declaração foi montada para agradar a audiência ou realmente trata-se de uma mudança na postura da indústria.
Leia também, assunto relacionado:
Blog do Rafael Arcanjo: Microsoft x SPP + Vista = Tiro no Pé
13 outubro 2006
por Alexandre Fugita
Quem é do tempo dos dinossauros, deve se lembrar de um vírus chamado Sexta-feira 13, que atacava exatamente em dias como hoje, sextas que caem no dia 13. Naquela época os vírus de computador preocupavam. Eles simplesmente apagavam o HD ou inutilizavam o micro de alguma forma. Saía até no jornal os dias que não deveríamos ligar o PC – ou pelo menos tomar cuidado – sob risco de ataque viral. Atualmente a tática dos malwares mudou. Nada de destruir computadores, o negócio é usá-los como robôs para ações coordenadas. Se seu computador está com comportamento estranho, pode ser que esteja contaminado com um spyware.
Botnets, as redes robôs
Destruir computadores era comum nos malwares de antigamente. Tática burra pois perdia-se um aliado. Atualmente os malwares seqüestram PCs espalhados pelo globo, transformando-os em robôs controlados remotamente. O mais incrível é a forma de comunicação entre tais máquinas zumbis. Elas entram em chats tipo IRC e ficam aguardando instruções de seus criadores.
Mas qual a utilidade de tudo isso? Bom, seguindo as ordens de seus “mestres” os PCs robôs promovem ataques conjuntos contra sites na tentativa de derrubá-los. É o chamado ataque DDoS (Distributed Denial of Service, ataque de negação de serviço distribuído) na qual um site recebe tantas solicitações que não consegue atender às chamadas legítimas, ou seja, para efeitos práticos fica fora do ar. Outra utilidade é fazer esses robôs enviarem spam, a praga dos emails.
Você pode ser um botnet e nem faz idéia
Os leitores regulares deste blog provavelmente não sofrem deste mal. Mas é mais comum do que se imagina. O Windows – sistema operacional dominante – tem uma série de falhas de segurança descoberta todo mês. A última leva de correções, do dia 10 de outubro, foi recorde: 26 problemas. Navegar por aí usando uma máquina Windows é procurar problemas, principalmente se você usa o Internet Explorer.
Estimativas mostram que há milhões de computadores zumbis, e o seu pode ser um deles, ou seja, você pode ser um spammer e estar participando de DDoS e nem sabe. Por isso listo abaixo coisas a fazer para evitar ser contaminado:
- mantenha sempre atualizado seu Windows. Toda segunda terça-feira de cada mês a Microsoft libera as correções referentes ao período de 30 dias anterior;
- use sempre um software anti-vírus, anti-spyware, e se possível, um firewall;
- não abra e-mails de desconhecidos, principalmente se vierem anexos; Aqueles assuntos interessantes como fotos do acidente da Gol ou as últimas peripécias da Cicarelli são fonte corriqueira de malwares, isso vale também para o orkut;
- evite usar o Internet Explorer 6. A versão nova está pra sair e promete ser mais segura. Existem alternativas como o Firefox;
- se você realmente ficou assustado e não quer problemas, uma dica: não use a internet;
Mais informações:
13 outubro 2006
por Alexandre Fugita
Há muito se fala na morte dos PDAs. A Palm acaba de lançar o Treo 680, um smartphone simples voltado para o usuário comum e que pretende atender à crescente demanda por este tipo arde dispositivo. É o quarto Treo lançado pela Palm este ano e, juntando ao fato de que já faz um ano desde o lançamento do último PDA pela empresa (Palm TX), entramos definitivamente na era dos smartphones.
Gartner destaca o crescimento dos smartphones
A Gartner Research – consultoria que analisa as tendências da tecnologia – aponta em seu último relatório sobre o mercado de handhelds (PDAs e smartphones) que, não só o crescimento dos smartphones (75%) supera o de PDAs (7%, em relação ao mesmo período do ano passado), como também vende-se quatro vezes mais smartphones do que PDAs. Os números referem-se ao primeiro semestre de 2006.
O grande desafio dos fabricantes é criar um produto barato, já que boa parte dos smartphones fica fora das listas de compra dos consumidores pelo preço. A Nokia já havia percebido isso há tempos. Tanto é que é líder em smtphones com 42% do market share. A Palm – pioneira no mercado de handhelds – quer crescer e por isso apresenta um produto com ótimo custo benefício, como disse Ed Colligan, CEO, na coletiva à imprensa disponível em webcast. As cores serão 4 (foto), e é outra aposta no mercado do consumidor final.
Dados a preço de ouro
A idéia de um smartphone é permitir acesso à internet de qualquer lugar que você esteja. Checar seu email, verificar o trânsito, ouvir uma rádio por streaming, descobrir a pizzaria mais próxima. Isso não é possível se dependemos do wi-fi. A rede wi-fi, como já disse, não é internet móvel. Por isso os smartphones possuem tecnologias de dados rápidas como o EDGE e o EVDO. Em qualquer lugar que exista uma rede celular, temos acesso móvel à internet.
Mas, quem pode pagar pelos dados via rede celular? Operadoras cobram muito caro. Aqui no Brasil a média é de seis reais por megabyte, o que inviabiliza a navegação como hábito. Por isso todo mundo quer wi-fi no seu equipamento. Se eu fosse a operadora de celular cobraria menos pelos dados. Aumentaria bastante o uso e nós não precisaríamos ficar caçando redes wi-fi perdidas nas ruas das cidades.
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