8 novembro 2007
por Alexandre Fugita
Essa semana aconteceu em São Paulo o Café.com Blog de tecnologia, idealizado e promovido por Manoel Netto, Lúcia Freitas e Revista Bites. Dez blogueiros e vinte empresas misturados em um mesmo salão. A intenção do Manoel Fernandes, publisher da Bites, é exatamente promover a interação entre empresas e blogs. Nitidamente podemos notar que o ano de 2007, foi o ano que as empresas no Brasil despertaram para a existência desta comunidade influenciadora chamada blogosfera.
Achei a iniciativa da revista Bites fantástica e vai de ao encontro dos interesses de todos os envolvidos. Mas o formato da reunião foi um pouco engessado. Claro que uma desconferência não se encaixaria no modelo esperado por parte do público, mas acho que faltou um pouco mais de interação entre as partes, blogueiros e empresários. Uma das tentativas de quebrar esse gelo foi misturar o pessoal de terno com o de camisas (arquivo PDF, com uma descrição do encontro).
A presença de nomes de peso como Forrester Research, iG (sim, o Caio Túlio Costa estava lá), S2 (assessoria de imprensa da Microsoft), Espalhe (agência de marketing de guerrilha por trás do caso Gossip Girl, que provocou buzz na twittosfera), Edelman (vide Phil Gomes), entre outros, mostra que tem gente de peso interessada nos blogs. O caso do encontro com blogueiros promovido pelo pessoal da gigante de Redmond foi apresentado como um dos pilares desse interesse.
A questão a saber é se o interesse das empresas e seus executivos é real. Já que blogs são formadores de opinião, qual é o interesse deles na gente? Querem um canal de mídia espontânea ou querem uma parceria interessante (anúncios!) para ambos os lados e de longo prazo? Creio que o melhor é algo balanceado nesses dois conceitos.
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5 novembro 2007
por Alexandre Fugita
Estou exagerando no número acima, na verdade deveria ser parte 3. É a terceira vez (1, 2) que escrevo um título em um blog dizendo que o gPhone não existe. E não é que acertei? As minhas razões são simples de entender. O Google nunca vendeu, para o consumidor final (*), qualquer tipo de hardware. Não faz parte do core business deles. A gigante de Montain View é basicamente uma empresa de software. No começo de 2006, todo mundo achava que a Google venderia um PC – notem, hardware – com Google OS. Nada feito, lançaram o Google Pack.
(*) leia os comentários números 9 a 15, pelo menos… :-)
Faz todo sentido do mundo que o esperado gPhone seja na verdade um sistema operacional e um SDK para dispositivos móveis. E ainda, com os movimentos da semana passada, de criar uma plataforma de aplicativos web, juntamente com a tendência a transformar tudo em pequenos softwares que interagem com a nuvem da internet (widgets, alguém?), o círculo se fecha. APIs livres e pululantes, soltando bits pra quem quiser.
There is no spoon
Já dizia o garotinho prodígio do primeiro Matrix, “there is no spoon, ops, gPhone“. O que existe é o Android, um sistema operacional, uma plataforma de desenvolvimento e que vem para tirar a importância do SO dos dispositivos móveis, tal como a Google e toda essa história de web 2.0 fez para com o desktop. Mas como assim, se estão lançando um SO? Tudo está explicado no post do blog official da Google: quem não tiver um dispositivo rodando Android continua a ter todos os serviços Google do seu navegador web mobile preferido. Ou com algumas aplicações multi-plataformas como o Google Maps. Exatamente o que o Nando do Undergoogle faz…
Palm com Linux? Tsc, tsc…
Quem deve estar comendo o chapéu agora é o pessoal da Palm, que está para lançar um novo sistema operacional baseado em Linux já faz uns… 5 anos… nem lembro mais. Depois do fracasso do Foleo – que teria tudo para ser a janela web da máxima “o PC é um acessório do Firefox”, agora vem o ataque de gente grande, que entra no jogo para ganhar. Não duvido nada que o PalmOS Linux seja abortado também… R.I.P.
5 novembro 2007
por Alexandre Fugita
Na semana passada uma revolução aconteceu, fiz um preview, mas errei um pouco o que deveria ter entendido na ocasião. O que está em jogo com o OpenSocial é o fim da era desktop e a ascensão da web como plataforma. Ok, você já deve ter lido isso aqui e em outros lugares várias vezes, está cansado de profetizarem os softwares on-line, mas esse movimento da Google, objetivando a criação de uma plataforma de web services aberta, é uma aposta gigante em tudo isso que estamos ouvindo desde que inventaram o termo web 2.0.
O Ajax – eu sei, tudo tecnologia velha, rearranjada de uma maneira diferente – o SilverLight, o Adobe Flex, todas essas formas de desenvolver Rich Internet Applications estão na luta para tentar dominar a nova era. Hoje tanto faz o sistema operacional que você roda em sua máquina. Linux, MacOS com o novíssimo mega sucesso Leopard, Windows Vista ou XP ou mais antigo… Que se dane o sistema operacional, o PC é um acessório do Firefox. Tudo que precisamos é um navegador web, uma janela para as aplicações on-line, um browser decente.
A minha preocupação agora é tentar descobrir qual será a nova quebra de paradigma – desculpa aí, Faxinar – a mudar o mundo da tecnologia. E não é a web como plataforma, isso já está virando lugar comum. A IBM teve sua época, a Microsoft também. O Google domina essa era, mas está pra surgir a nova empresa que vai assustar e ao mesmo tempo causar admiração em todos, e deixar a gigante deMontain View para trás. Não, não estou falando da bolha do Adsense. Estamos na era da web. Qual será a próxima? Web off-line? Mobile? Cadê o Google Phone?
(*) foto deste post, via Flickr
31 outubro 2007
por Alexandre Fugita
Um dos grandes problemas das redes sociais é o isolamento que cada uma promove. Não no sentido de ficar longe das pessoas que você conhece e sim, se você faz parte da rede social X e seus amigos, da Y, não existe como conversar um com o outro. Segundo o Techcrunch, esses problemas estão para acabar com o possível lançamento amanhã do ex-SocialStream e agora chamado OpenSocial, da Google.
Houve uma época, no estouro do Orkut aqui no Brasil, que chegou-se a falar na extinção do e-mail como forma de comunicação. Alguns até dizem que e-mail é para os dinossauros enquanto que as novas formas de comunicação como IMs e twitters vieram para substituí-lo. Nunca acreditei em nada disso pois o e-mail é uma plataforma universal e pertencer a essa ou aquela rede de comunicação, é moda passageira.
E o Facebook?
O Facebook foi cotado a ser o grande agregador de redes sociais. Lá, aplicações web de todos os tipos, podem rodar e compartilhar dados através de APIs, tranqüilamente. Muitas redes sociais e serviços web têm sua versão Facebook. Nada mais natural que integremos tudo por lá, usando as características individuais de cada rede. Mas o OpenSocial pode mudar tudo.
Medo do Big Brother
Assim como o RSS agrega suas leituras, faz todo sentido um sistema que agregue seus perfis sociais por toda a web. O Google, lançando essa ferramenta, vai aumentar sua base de dados das intenções no maior CRM do mundo. Informação no século XXI é poder. E o Google armazena muito desse poder em seus servidores. Imagine todo o seu grafo social nas mãos do Grande Irmão. Que medo!
29 outubro 2007
por Alexandre Fugita
Alguém se lembra do fenômeno dos flash mobs? Um grupo de desconhecidos surgia do nada, realizavam alguma ação inusitada e dispersavam rapidamente. Isso ainda acontece e os mais interessantes parecem ser nas estações de metrô de Londres. Todos os desconhecidos envolvidos combinavam os flash mobs via SMS ou email. Era um viral e de acordo com a teoria dos seis graus de separação, muita gente ficava sabendo. Pois é, flash mob por SMS está fora de moda. O esquema agora é marcar via Twitter.
InterCon 2007 e a revolta dos Twitters
Quem esteve no InterCon, ou mesmo que não esteve, mas acompanhou via Twitter, percebeu o poder da ferramenta. Aparentemente aquela pergunta “O que você está fazendo?” não faz sentido algum. Mas quando se junta um monte de gente em um mesmo lugar, a resposta é quase um revolução.
As palestras eram comentadas por uma massa de twitteros em tempo real. Carbono 14 tem a ver com aquecimento global? Não! E lá foi a multidão prontamente protestar contra as palavras vindas de um representante do oráculo. Do grego, internet, do francês, interneté, e o auditório ovacionou. Lá no twitter, aplausos virtuais. Tudo em tempo real, todo mundo interagindo, mesmo que fosse para conversar com o cara do lado via micro-blogging.
Uma das palestras não agradou o público mais conectado do InterCon. No Twitter começou a pipocar a palavra desconferência, modelo mais anárquico adorado por geeks. Não deu outra, em 10 minutos uma multidão se reuniu nos puffs do saguão e passou a discutir assuntos aleatórios. Não pude comparecer pois estava no palco vendo ensinamentos do que é Wikipédia. Alguém aí sabe? Explique nos comentários.
Com quem você está fazendo?
O Orkut surgiu com a pergunta “Quem você conhece?”. Na vez do Twitter a pergunta mudou para “O que você está fazendo?”. Estou esperando para ver uma nova rede social surgindo, com um nome esquisito e uma pergunta bombástica: “Com quem você está fazendo?”.