6 dezembro 2007
por Alexandre Fugita
Acabei de ler no IDG Now! que o WordPress tem crescido bastante no Brasil e pode começar a ameaçar a ferramenta dominante, o ruim Blogspot/ Blogger, da Google. Essa é uma ótima notícia e melhora ainda mais quando descobrimos como foi feita a medição. Os dados são do IBOPE/ NetRatings e levam em conta o domínio visitado, ou seja, o WordPress.com. Conclusão, todos os blogs hospedados em servidor próprio e que usam o WordPress como ferramenta de CMS não estão contabilizados nesta estatística. E tenho certeza que estes, se adicionados, aumentariam significativamente o marketshare do WordPress.
CMS flexível
O WordPress é com certeza um dos CMS (Content Management System) dos mais flexíveis. Basicamente serve para criar um blog, mas quem tiver criatividade consegue transformar o WordPress em base para qualquer tipo de site. Uma loja virtual? WordPress! Um portfólio? WordPress! Um site de notícias? WordPress! Um “qualquer coisa”… WordPress, nem precisa esperar a resposta. Para se ter uma idéia, o ótimo Web Insider, roda em WordPress. O gigante blog Techcrunch também. É a ferramenta de escolha mais usada atualmente.
Se você está pensando em criar um blog ou um site de outro tipo, não hesite em perguntar para o desenvolvedor se tudo aquilo não poderia rodar em WordPress. Você terá uma ferramenta poderosa e flexível ao seu dispor, com facilidade de atualização das informações e além disso, suporte de uma rede de desenvolvedores que criam plugins para tudo que é funcionalidade e também contribuem para a segurança e melhora da plataforma em velocidades incríveis.
Só para vocês terem uma ídeia, outro dia expliquei para um colega que diabos é um blog, ele ficou impressionado e criou o seu, um tal de Tô com fome, que pretende concorrer com o Vale 9 Conto. WordPress, claro!
Outros CMS
Bom, fora o WordPress existem outras ferramentas de CMS gratuitas, baseadas em software livre. Uma delas é o Drupal, usada também por grandes blogs como o BR-Linux ou o Meio Bit. É uma ferramenta bastante poderosa mas ao mesmo tempo mais complicada. Recomendo para usuários avançados.
Também temos o Movable Type, outro mecanismo usado por blogs como o Digital Drops. Não tenho o que dizer pois na verdade nunca usei, mas creio que seja boa também. Alguns preferem o B2 Evolution, como o Sérgio Lima 2.4 e a rede Interney Blogs. Se não me engano é parecido com o WordPress, mas tem suas características próprias que angaria fãs. Quanto a outras ferramentas, quem quiser discorrer sobre elas, fique a vontade nos comentários.
5 dezembro 2007
por Alexandre Fugita
Um dos assuntos que me chamou a atenção nos últimos dias é uma funcionalidade adicionada ao Facebook chamada Beacon, um mês atrás. O Beacon é uma ferramenta de recomendação que analisa os hábitos de navegação dos usuários do Facebook em alguns sites e informa sua rede de amigos sobre suas ações. Mais ou menos um BigBrother das suas andanças pela internet. Tudo isso não teria causado polêmica não fosse o fato do Beacon funcionar sem você solicitar e sem possibilidade de opt-out fácil.
Demografia
A ferramenta é excelente para obter dados demográficos que tanto os sites necessitam. Sem eles fica mais complicado vender anúncios, por exemplo. Blogs e sites em geral podem se beneficiar das informações obtidas. Aqui no Brasil o Tecnocracia fez uma pesquisa e o Meio Bit faz uma promoção para obter esses preciosos dados demográficos. Até onde sei outros blogs planejam ações semelhantes. O que o Facebook está fazendo é um facilitador para obter essas informações, um CRM dos hábitos de navegação.
A questão em jogo é como o Facebook está tratando essa vigilância. Foi quase que uma imposição e os usuários se revoltaram. Por causa disso o Beacon estava mutação diariamente para tentar se adequar à demanda dos facebookers. Mas, toda essa vigilância sobre o que fazemos não lembra alguém não? Vou dar uma dica, começa com Goo e termina com gle.
Google
Sim, o Google há tempos é o maior CRM do mundo. Aqui no Techbits já até havia questionado se a gigante de Montain View não seria um spyware disfarçado de mecanismo de busca/ publicidade. Por que será que o Google oferece o Analytics de graça? Para nós é ótimo saber as estatísticas de visitação de nossos blogs. Para eles é excelente saber os hábitos de navegação de todo mundo e um pouquinho mais. Melhoram sua ferramenta de anúncios possibilitando melhor retorno do investimento.
O Facebook não está fazendo nada que a Google já não faz ao armazenar nossos hábitos. O grande problema é que está compartilhando com outros usuários essas informações. Esse é o X da questão. Nós não ligamos que alguém nos vigie, desde que não conte pra ninguém o que fazemos. E se você quer se livrar de qualquer mecanismo de vigilância, aprenda o poder do arquivo Host. É usado para evitar spywares e bloquear anúncios, mas pode ser adaptado para torná-lo invisível da maioria das formas de tracking da web.
4 dezembro 2007
por Alexandre Fugita
Demorei um pouco para escrever este texto, o timing ideal teria sido dois dias atrás, na estréia da TV digital no Brasil. O vídeo de lançamento foi bastante interessante, com um mashup de cenas memoráveis da época analógica. Concordo que a evolução que o novo serviço traz é comparável à transição do preto e branco para a TV em cores.
Fui a uma loja de SP para conferir a tão falada qualidade de imagem digital. O aparelho de TV era um Full HD 1080i, 50 polegadas e o programa, uma novela da Globo. Enquanto a qualidade da imagem é impressionante, não podemos falar o mesmo do programa que estava passando…
O grande problema da TV digital é o mesmo da TV analógica e aparentemente continuará assim por muito tempo e se chama distribuição de conteúdo. A mesma restrição de escolha, a mesma restrição de grade de programação, a mesma escassez que essa mídia sempre ofereceu, continua.
O advento da internet nos acostumou mal, consumimos conteúdo quando, onde e o que quisermos. Nós fazemos as escolhas, temos variedade para selecionar aquilo que nos agrada, essas coisas. Na internet temos abundância e os filtros personalizados, bem diferente da escassez encontrada na forma de distribuição da TV digital ou analógica.
A qualidade da imagem é o diferencial, como diria o Solon. Mas em termos práticos é só isso que está mudando. O que importa, ou seja, a possibilidade de escolha que a internet nos ensinou, continua restrita à grade imposta pela emissora de TV. Já havia dito isso antes, mas minha TV digital é a internet. Prefiro mil vezes a variedade e liberdade de escolha de um YouTube.
(*) imagem deste post, via Flickr
1 dezembro 2007
por Alexandre Fugita
Ontem a Google anunciou oficialmente a intenção de dar um lance no leilão da faixa de 700 Mhz – liberado pela antiga TV analógica – para prover acesso móvel à interweb lá nos EUA. Daí vem a pergunta que não quer calar: por que diabos a Google, gigante de buscas e publicidade on-line, teria esse interesse diferente do seu negócio principal? Seria algo pra dominar o mundo ou outra coisa?
As razões podem ser variadas, mas o press-release desta oficialização dá umas dicas. O Eric Schmidt, CEO da gigante de Montain View, diz que qualquer que seja o resultado do leilão, os consumidores serão beneficiados por uma rede mais aberta, própria para tráfego de dados dos widgets e mashups que caracterizam a web como plataforma.
Relacionando o assunto com a controvérsia da Net Neutrality, as coisas começam a fazer mais sentido. Talvez a Google queira evitar para o mercado de internet móvel uma nova discussão de neutralidade da rede que ameaçou tomar conta da internets e que culminou com a declaração humorística do senador americano Ted Stevens, de que a internets é uma série de tubos. A mobilidade não quer ficar refém dos tubos.
E realmente para nós consumidores, toda aquela ladainha de arrepiar os cabelos dos executivos das bells americanas, da Google exigir do FCC que a faixa dos 700 Mhz siga alguns princípios de acesso aberto, traz benefícios. A oferta mínima de US$ 4,6 bi, se atingida por qualquer um (leia-se Google ou concorrentes) garante uma rede móvel aberta. Se ninguém atingir esse valor – o que duvido muito – vai haver um segundo leilão no qual os princípios não são garantidos.
E aí entra a questão do Android OS e do Open Handset Alliance, como isso se encaixa? Fácil! O Android OS será um sistema operacional para suportar os widgets tanto da Google quanto aqueles feito pela comunidade de desenvolvedores que já se formou (aprenda com isso, Apple!). Provavemente a maioria desses pequenos softwares se comunicarão com a nuvem da internet, seja para obter dados de outros serviços, seja para trocar informações com o resto do mundo.
Esse é o pulo do gato. Uma rede 700 Mhz o mais aberta possível para tráfego de dados, junto com um sistema operacional baseado em widgets sedentos por comunicar-se com a nuvem. Tenho muitas razões pra acreditar que tudo isso mudará a forma como interagimos com nossos gadgets, internet e pessoas.
29 novembro 2007
por Alexandre Fugita
Um texto do Techbits do começo deste ano atraiu a fúria de um leitor que chegou no site via pesquisa Google. O post fala sobre os problemas de segurança do Internet Explorer – 284 dias inseguro durante o ano de 2006 – e recomenda o uso de outros navegadores como o Firefox. Nenhuma novidade, apenas uma constatação.
Semanas atrás estava desenvolvendo o novo layout do Techbits. Tudo funcionava bem em navegadores modernos como o Firefox, o IE7, o Opera, o Safari, etc… Mas teimava em quebrar quando abria o site no IE6 e versões anteriores. Penei, gastei um bom tempo de desenvolvimento – juro, no mínimo duplicou esse tempo – tentando acertar os problemas, e quase escrevi este texto que você lê agora. Mas segurei, achei que o calor do momento – sim, apedrejei o IE diversas vezes – poderia atrapalhar minha argumentação.
Claro, concordo que cerca de 80% dos usuários ainda usem o IE como forma básica de acesso à web, poucos deles estão no IE7, que é a versão mais bem feita do navegador, mas fala sério, não pretendo mais desenvolver para o layout ficar certo do IE6 para baixo. O único jeito de acabar com esse bug da web é parar de desenvolver para ele.
A Microsoft liberou tempos atrás o Internet Explorer 7 para todo mundo, ou seja, para quem tem cópia pirata do Windows. Claro, usuário é preguiçoso, não vai atualizar. Não vou ficar aqui falando maravilhas do Firefox, para não dizerem que sou favorável a ele (e sou mesmo). Cada um decide o que é melhor como janela para a web. Torço apenas que todo mundo atualize pelo menos para o IE7, por uma web melhor, com menos bugs e tempo de desenvolvimento reduzido.