A base de dados das intenções ao quadrado
Todos sabem que o Google tudo sabe. Onde você faz suas buscas? Google. Onde você lê seu email? Gmail. Onde você se relaciona virtualmente com as pessoas? Orkut. Qual o leitor de RSS dominante? Google Reader. Qual sistema de anúncios que retira o contexto de um texto para atingir melhor o alvo? Adwords/ Adsense… Tudo que o Google faz o tempo todo é analisar o comportamento on-line das pessoas e transformar isso em estatísticas ou melhorias em seus algoritmos. Na semana passada a gigante de Montain View anunciou o Web History, mais um desses serviços que junta dados sobre pessoas. Já se foi o tempo em que você sabia mais sobre você mesmo do que o próprio Google.
Web History
Até então já existia seu histórico de pesquisas na web, por meio do qual, acabo de descobrir que neste ano de 2007 só não pesquisei uma palavra no Google em 17 dos 113 dias decorridos até hoje. Mas agora isso foi englobado pelo Web History, que grava todas as URLs visitadas, com data, hora, número de visualizações… Claro, você é que opta por instalar o software que permite isso. E também opta por deixar a funcionalidade ativa. Eu que sempre apaguei os cookies do browser, jamais deixei rastros dos sites que visitei, dá um nó no cérebro pensar que acabo de ativar tal serviço no Google para testes. E pretendo mantê-lo, explico no final do post o porquê.
Base de dados das Intenções
Quem leu o ótimo livro A Busca, do John Battelle, sabe do que estou falando. O primeiro capítulo é dedicado à base de dados das intenções. É assim que Battelle define a gigante de Montain View. O autor percebeu isso ao analisar o Google Zeitgeist e segundo o livro, a base de dados das intenções…
“(…) é constituída simplesmente pelos resultados agregados de todas as buscas já feitas, todas as listas de resultados já oferecidas e todos os caminhos tomados em conseqüência delas. (…) Em conjunto estas informações representam a história em tempo real da cultura pós-Web – uma enorme base de dados de desejos, necessidades, vontades e preferências que podem ser descobertas, citadas, arquivadas, seguidas e exploradas para todos os fins.”
Ou seja, aquela caixinha de busca do Google sabe o que você quer, sabe o que você clicou, sabe o que você leu. Genial e ao mesmo tempo assustador…
Privacidade
O que o Google faz ao armazenar tanta informação sobre nós? Tem alguém lá lendo tudo que pesquisamos na web ou nossos emails? Creio que não. O Google manipula os dados eletronicamente. Não há pessoas envolvidas e sim máquinas traçando tendências, tipos de comportamento, essas coisas. Se as informações não são usadas por um ser humano, não configura invasão de privacidade.
É isso que me deixa tranqüilo em usar uma funcionalidade que grava tudo que visito no Firefox. Prefiro deixar assim, protegido por senha, ou seja, só eu tenho acesso, do que deixar histórico no navegador, que outras pessoas podem ter acesso.
Leia mais:
- Google Search History Expands, Becomes Web History, via Search Engine Land
Esta questão de privacidade em buscas é um tanto complexa. Eu sinceramente não me preocupo ao extremo com a ferramenta ou mesmo qualquer outro log de acessos que o google possa a ter(já escrevi sobre isso a algum tempo: http://blog.sysgsm.com/2007/03/26/privacidade_buscas_paranoia/). Se eles usam as informações para definir um perfil meu ou gerar estatísticas globais não é o problema. O problema será se estas informações não forem seguras ou sigilosas (o que não acredito que seja).
Adorei o Web History, mais uma vez, a Google acerta na mosca.
Abraços!
Gustavo,
Exatamente isso! Não me preocupo se os dados são usados para estatísticas. Se quisesse me livrar de tudo isso teria que guardar $$ de baixo do colchão, jamais assinar qualquer serviço, não me cadastrar em qualquer lugar. O que não pode acontecer é essas informações ficarem individualmente disponíveis para pessoas manipularem.
Nick,
Achei interessante, guarda tudo que você visita. Isso também pode ser um problema se vc ficar visitando sites considerados impróprios, hehehe!
Abraços a vcs!
Dessa vez acho que o Google não foi pioneiro. Se não estou enganado, a toolbar da Alexa já faz tudo isso há um tempão.
De qualquer forma, eu acho isso tudo muito bonito na teoria, mas não instalaria isso de jeito nenhum no meu PC.
Essa história de que os dados “serão usados apenas eletrônicamente” não é nenhuma garantia de que pessoas não terão acesso à esses dados.
Por exemplo, acabo de ler no MeioBit que as coitadas das pessoas que compraram lubrificante na Astroglide tiveram seus nomes, endereços e telefones expostos.
Tudo isso por que? Porque o “cururu” do programador fez besteira.
Quem me garante que algum funcionário do Google não cometerá erros desse tipo? Somos pessoas e todos podemos cometer erros.
Primeiro, quero parabenizá-lo pelo post. Ótimo!
Reflete bem o estado atual das pessoas que se preocupam com seus dados e com toda a “(in)segurança” online.
Mas não é só você. Empresas e “Gigantes” da web também se importam com esse assunto.
E não é paranóia.
O Google tem mesmo muito poder.
E aquela frase lema deles “Não faça o Mal”, reflete a filosofia da empresa em relação ao conceito de privacidade.
Mas será verdadeiro? E será firme?
Lembremos o fato da briga com o Governo Americano sobre divulgar as informações após o 11 de setembro…
O Google não cedeu. Muito bem.
Mas na China não se comportou assim (lutar pela liberdade de expressão). Aderiu ao sistema comunista.
A visão deles era entrar no mercado.
Não quero gerar polêmica. Mas onde há dinheiro (e muito dinheiro) todos nós sabemos que é um perigo manter informações pessoais unicamente nas mãos de um só empresa.
E não só pelo seu lema…
Abraços.
[…] A onisciência de Deus posted: Fri 27th Apr, 2007, categories: Cultura Pop na Geral Tudo que o Google faz o tempo todo é analisar o comportamento on-line das pessoas e transformar isso em estatísticas ou melhorias em seus algoritmos. Na semana passada a gigante de Montain View anunciou o Web History, mais um desses serviços que junta dados sobre pessoas. Já se foi o tempo em que você sabia mais sobre você mesmo do que o próprio Google. […]
Caio,
Na verdade nem o Google, nem o Alexa. Os pioneiros desta espiada foram os spywares. Só que eles não avisavam e vendiam os dados para outras empresas.
De qualquer forma eu ainda não sou de escancarar informações pessoais na web. Não faz sentido e pode ser perigoso.
Neto,
Vc tem razão. No caso das subpoenas do governo americano o Google foi o único que não abriu as pernas. Em relação à China, foi como vc disse, uma questão de mercado.
O poder deles está crescendo muito forte pois eles possuem informação sobre pessoas. E informação é poder.
Abraços a vcs!
George Orwell não sabia mas o Grande Irmão agora está completo:
Big Brother = Echelon+Google.
[]s
[…] virtuais varrem a rede com programas Sniffers para descobrir os segredos das empresas e que, a insegurança virtual é uma crescente preocupação. Eu resolvi testar com um amigo, o FreeEnigma. Um programa de criptografia com suporte ao Gmail e […]
Só tenho uma coisa a dizer, a cada dia que passa eu tenho mais medo do google.
Leonardo,
Vc não está sozinho…
Olá Fugita,
parabéns pelo post.
só não entendi essa frase:
“Prefiro deixar assim, protegido por senha, ou seja, só eu tenho acesso, do que deixar histórico no navegador, que outras pessoas podem ter acesso.”
num mundo tão frágil como esse virtuoso mundo virtual o que nos garantiria segurança e exclusividade sobre nossos digitos chamados ‘senhas’, depois de ler seus ‘posts’ estranhei a conclusão tão singela.
quanto ao não uso por “seres humanos”, isso é disponível, se é disponível é também usável, e tem seu valor de mercadoria, quer queiramos ou não.
a história recente da europa nos relata um fato bastante interessante, trata-se do caso em torno da morte do Rei francês que antecedeu Henri IV, o rei protestante da frança católica, vide a troca de informações pelos manipuladores (instalados nos cpds da IHS, não havia ainda o cpd do google) de consicência até que um sujeito (J CLement) aja.
moral: se sei quem você é, posso agir com alguns passos de antecipação, no minimo.
videip,
A frase significa que me preocupo com os ratros deixados no navegador (cookies, histórico de páginas visitadas) por estarem disponíveis para qualquer um que tiver acesso físico ao computador. Mas o histórico do Google está protegido atrás do meu login e senha de forma que teoricamente ninguém tem como acessá-los.
Abraços!
Bom dia amados nós somos estudantes de especialidade de Informática de gestão, e estamos a afazer o projecto final a cera de Base de dados de empresa, e nós queremos mais informações sobre o assunto.
Obrigado pela atenção.
Afonso,
Infelizmente não tenho como ajudá-lo nesta tarefa.
Alexandre,
gostaria de sugerir a tradução do artigo publicado no blog inglês Modern Life sobre o Google, “Google, Privacidade e Você”. É até interessante e acho que poderia virar uma matéria do site:
http://www.modernlifeisrubbish.co.uk/article/google-privacy-and-you
Techer,
Por acaso falei do mesmo assunto tratado nesta matéria aqui:
https://techbits.com.br/2007/o-google-e-a-privacidade/
E não é uma tradução e sim a minha visão da coisa.
[…] agregue seus perfis sociais por toda a web. O Google, lançando essa ferramenta, vai aumentar sua base de dados das intenções no maior CRM do mundo. Informação no século XXI é poder. E o Google armazena muito desse poder em seus servidores. […]
invasôes
Andre,
Concordo, invasões!