16 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
[atualizado] Já nem me surpreendo quando descobrem algum problema de segurança em softwares da Microsoft. São vários por mês. Só que a bola da vez agora é o Google. Nos últimos 17 dias, três problemas sérios de segurança foram descobertos. Na medida que softwares estão migrando para a web, ganhando complexidade e mais e mais usuários se tornam adeptos deles, problemas de segurança podem ser catastróficos. Você confiaria seus dados ao Google?
Os problemas
No último dia de 2006, foi descoberta uma vulnerabilidade que permitia a visualização dos contatos do Gmail. No último dia 12, descobriu-se uma forma de copiar os cookies dos serviços do Google tornando possível invadir qualquer serviço que o visitante tivesse registrado com a possibilidade de acesso a e-mails, documentos de texto e planilhas, etc… O último, recém-descoberto (16/01/2006), ainda está sem correção e não se divulgaram detalhes, foi corrigido em poucas horas.
Na verdade esses problemas são provas de conceito, ou seja, foram feitos experimentalmente e imediatamente reportadas à empresa de Montain View assim que descobertos. A gigante da internet agiu rapidamente e corrigiu os problemas de segurança. Só depois das correções é que os “descobridores” divulgaram a natureza dos experimentos que realizaram, mas aí não havia mais perigo. As falhas não ficaram exposta aos hackers de plantão para serem explorados. E todos necessitavam a visitação de sites com código malicioso ao mesmo tempo que você estivesse logado a algum serviço do Google.
Provavelmente não relacionado a este assunto, mas só para deixar registrado, tivemos ainda o caso dos emails apagados do Gmail, que afetou ao redor de 60 usuários do serviço.
Software on-line vs. Software off-line
Algo que preocupa ao usarmos muitos softwares on-line, é a segurança das informações. Eu uso processador de textos, planilha, calendário, webmail, estatísticas, leitor de RSS, mensageiro instantâneo, etc… Tudo on-line. Se alguém conseguir invadir ou descobrir minha senha, corro o risco de perder todos os dados. Por outro lado, usando somente softwares off-line (de desktop) seria mais complicado alguém invadir essas informações (colega da mesa ao lado quando vou buscar um café? hacker entrando pela conexão da internet?).
Quando uma empresa de software para desktops libera uma correção de segurança, é necessário a ação pró-ativa do usuário, do departamento de TI ou do sistema operacional na atualização. Se isso não ocorrer, o buraco de segurança fica descoberto. Em softwares on-line, quando a fornecedora do software libera a correção, essa passa imediatamente a valer para todos os usuários, nada de downloads e atualizações. Claro, há sempre o risco se um problema desses cai na mão de pessoas mal intencionadas.
No caso do Google apresentaram correções rapidamente para os problemas verificados. A Microsoft, sabemos, fica até 30 dias com falhas abertas e, quando soltam a correção, muita gente demora para atualizar seus sistemas e acaba sendo vítima de problemas já solucionados. Colocando tudo na balança, quer saber, continuo com os softwares on-line.
14 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Se você achou graça na tirinha acima, esse post é pra você. Mas se não entendeu, mesmo assim continue lendo para não perder a viagem. A piada geek foi retirada do blog tmp/karlisson e, segundo o próprio Karlisson, “é altamente nerd“. O motivo para colocá-lo aqui é que vou falar sobre o Google Code Jam América Latina 2007, competição que premiará os melhores programadores (ops!) desenvolvedores da região. Se você se considera um deles, não perca tempo. O prazo para inscrições acaba em cerca de uma semana (23 de janeiro, 10h, hora de Brasília, -2:00 GMT) e há muitos brasileiros inscritos.
A competição
Você pode escolher uma entre cinco linguagens de programação disponíveis: Java, C++, C#, VB.NET e Python. Há três fases on-line, cronometradas, que vão eliminando os que pontuarem menos. Após essas peneiradas os até 50 finalistas ganham uma viagem a Belo Horizonte para participar da fase final nos escritórios da Google. Prêmios variam de 350 a 6 mil reais. É uma chance de chamar a atenção da gigante da internet e, quem sabe, arrumar as malas de vez para Minas Gerais ou, vai saber, para Califórnia. (obs: isso é apenas uma suposição…)
As regras – há muitas – são encontradas no site do Google Code Jam Latin America 2007. Se você realmente achou a piada do início do post divertida, vale a pena tentar.
(*) obs: o Google Code Jam está anunciando no Techbits. Estou escrevendo um post sobre o assunto pois pode ser de interesse de parte dos leitores do blog.
12 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
O lendário iPhone foi lançado esta semana. Na verdade só estará disponível para venda, via Cingular (operadora GSM dos EUA), daqui cerca de meio ano. A Apple preferiu fazer o pré-lançamento antecipado pois não conseguiria esconder o produto até a versão final, pois o processo de regulamentação de um celular novo via FCC é público e aberto. Sendo a empresa da maçã cheia de segredos, melhor sabermos do iPhone por ela do que pelo órgão do governo americano. O fator Uau! do aparelho é fantástico. A agitação com o iPhone fez com que a CES, aquela convenção de tecnologia acontecendo em Las Vegas, ficasse em segundo plano. Como heavy user de PDAs e celulares, farei uma análise (*) do iPhone, baseado no que assisti no keynote (vale a pena assistir mesmo que você não entenda inglês) e nas impressões colhidas pela blogosfera.
Usabilidade: Zen of Apple
A Apple é uma empresa preocupada com usabilidade. Seus produtos como o Mac e o iPod prezam pela facilidade de uso e interface agradável. Não é difícil imaginar que o iPhone também terá ótima usabilidade. Atualmente uso um Palm TX, e posso dizer que a usabilidade é boa. É fácil achar o que preciso, não demora mais do que alguns segundos e poucos cliques. A demonstração do Steve Jobs mostrou que o iPhone adotará formas de interação intuitivas. Fiquei impressinado com o multi-touch, idéia simples mas muito bem implementada. Como exemplo Jobs fez zoom em fotos através de dois toques simultâneos com os dedos afastando um do outro. Uau! Também achei interessante a rolagem de tela na pesquisa de contatos, mas acho que uma outra forma de pesquisa, através de partes do nome, deveria ser implementada.
Há poucos botões: um central chamado Home, outro lateral para volume, mais um para controle de toque (como no Treo) e, por fim, um que ativa e desativa o aparelho. Interessante isso pois todos estamos acostumados a botões físicos para navegar por menus ou selecionar uma opção. Uma questão que surgiu é que atualmente muitos usam celulares como despertador e nessa interação, procuramos um botão para desativar o alarme. Sem botões, como isso ficaria? Também foi ótima a idéia de abolir a stylus (aquela canetinha). No meu uso do Palm, quase sempre clico com o dedo diretamente na tela. A stylus serve só para escrever no alfabeto Graffitti característica dos PDAs.
“Matador” mesmo foi o rotacionamento automático da tela. Fantástico. Um acelerômetro sente qual a parte que está para baixo e gira a tela conforme a posição espacial do dispositivo. Outra característica interessante é o desligamento automático da tela ao se aproximar do ouvido para atender a uma ligação. Sem contar, é claro, com a regulagem automática de luminosidade para diferentes ambientes.
Softwares
Segundo o Gui Leite, em podcast com a Bia Kunze sobre as novidades da MacWorld, não será possível instalar softwares de terceiros no aparelho (podsemfio MacWorld I e MacWorld II). Isso é ruim pois não apresentaram processador de textos ou agregador de RSS. Acredito que este último é quase essencial para um dispositivo conectado como o iPhone. Processamento de texto sempre é útil para profissionais on the go. O iPhone terá gerenciamento de contatos (PIM), câmera fotográfica de 2 megapixels, SMS em formato de chat, e-mail, navegador de internet e Google Maps.
Aliás, o navegador merece atenção especial. Um mini Safari estará embutido no iPhone, com zoom através de multi-touch. Com certeza será o melhor browser entre todos os dispositivos móveis que conheço. Quanto ao e-mail, será possível receber push-mail de contas do Yahoo, sem custo algum. Incluso nos softwares está o Google Maps (também disponível para Palm), com funcionalidades incríveis como achar uma cafeteria nas imediações e permitir ligação direta com eles. O Steve Jobs fez uma brincadeira nesta hora, ligou para a Starbucks local e pediu 4 mil cafezinhos…
Chip da Samsung, não Intel
Uma das perguntas que estavam no ar era qual o chip que rodava dentro do iPhone. O ArsTechnica descobriu e trata-se de um Samsung. O motivo seria que chips da Intel demandam muita energia e não agüentariam 5 horas de conversação.
Conclusão
O aparelho será um sucesso de vendas. Muitos relatam problemas em algumas áreas mas trata-se de um equipamento em desenvolvimento. Quando do lançamento daqui a alguns meses muitas mudanças terão ocorridas e com certeza será o melhor quase smartphone do mercado, deixando os concorrentes preocupados. Para conferir o que os concorrentes acharam do iPhone, leia os depoimentos no Geek42. Só não gostei do anúncio da Cingular de que possuem contrato de exclusividade para venda do aparelho por bastante tempo. Nós pobres mortais, sedentos para nos livrarmos de nossos gadgets em favor do iPhone vamos ficar mesmo é no sonho. Ou melhor, iríamos, pois é possível montar seu próprio iPhone.
(*) isto não é um review completo e sim uma visão geral do iPhone.
12 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Pode parecer estranho mas nem sempre a melhor tecnologia é o melhor para o consumidor final. Neste post vou pegar pelo menos três exemplos para tentar demonstrar tal afirmação, com fatos da tecnologia que estão ocorrendo neste exato momento. Uma dela envolve a implantação de uma rede GSM pela operadora Vivo. O outro, a disputa Blu-Ray vs. HD-DVD e, por fim, a guerra dos consoles Wii e PS3.
Downgrade da Vivo
As pessoas confundem e acham que o GSM é melhor que o CDMA, mas o contrário é verdadeiro. O GSM é uma tecnologia mais antiga, mais difundida, ou seja, com mais usuários ao redor do mundo. O CDMA é uma tecnologia mais nova, com rede de dados mais rápida, uma menor base de usuários e mais cara. Esse fator – preço – é que faz toda diferença. A Vivo estava encontrando dificuldades em concorrer com os subsídios dados pelas operadoras concorrentes já que aparelhos CDMA são invariavelmente mais caros do que seus correspondentes com tecnologia européia. A longo prazo a implantação da rede GSM pela Vivo proporcionará economia e deixará os acionistas mais tranqüilos.
HD-DVD está ganhando a batalha?
Na CES 2007, o HD-DVD está sendo declarado o vencedor da guerra de formatos. Um dos motivos é que a indústria da pornografia vai usar o HD-DVD como o formato de escolha. Sabemos que a pornografia é uma das maiores indústrias na área de entretenimento, capaz de determinar o futuro da tecnologia. Além de tudo isso, leitores e mídias HD-DVD são mais baratas que o formato Blu-Ray. Por sua vez, o Blu-Ray é melhor tecnicamente mas não o suficiente para vencer a batalha. Apesar de terem lançado drives e discos compatíveis ao mesmo tempo com ambas as tecnologias, não entendo o por quê de tanta preocupação ao redor da briga HD-DVD vs. Blu-Ray. Ambos estão com os dias contados.
Wii would like to play
O videogame da Nintendo, apesar de gráficos menos elaborados, está fazendo muito mais sucesso do que o super computador PlayStation 3. Com uma forma diferente de jogar (o controle responde a movimentos, ver propaganda para entender), preço mais em conta e tecnologia inferior, o Wii vendeu muito mais do que o PS3. Muita gente comprou o console da Sony na esperança de vender por altos preços no e-Bay, mas corre o risco de ficar com o prejuízo na mão.
12 janeiro 2007
por Alexandre Fugita
Já faz cerca de uma semana que aparelhos GSM da Vivo estão à venda na cidade de São Paulo. Nas lojas (fui verificar no Shopping Paulista) três aparelhos estão em exposição: Nokia 1600, Sony Ericsson J100A e Motorola F3, todos pré-pagos. A Vivo construiu uma rede GSM em algumas capitais em tempo recorde. E todos sabemos, a pressa é inimiga da perfeição. A estréia comercial oficial da rede, prevista inicialmente para final de novembro, foi adiada sucessivas vezes. Agora estão vendendo, mas sem alarde. Há uma explicação para a estratégia low profile adotada pela Vivo nas vendas do GSM.
Estratégia Low Profile
Ninguém foi avisado, mas estão vendendo GSM. Faz todo sentido já que, com rede nova, sobrecarregar o GSM pode causar interrupções graves ao serviço, prejudicando a imagem da Vivo junto ao consumidor, o que seria muito ruim para uma empresa que está lutando para estancar a sangria do market share. Os aparelhos vendidos atualmente são baratos e habilitados no pré-pago. Provavelmente em Março iniciarão as vendas de pós-pago GSM com seus aparelhos mais caros e bonitos. Talvez, na estréia do pós-pago, os ajustes necessários na rede nova já estejam feitos e finalmente adotarão uma estratégia mais agressiva em relação ao GSM.
Mais testes com o Vivo GSM
Aqui no Techbits estou usando um celular Vivo GSM há três semanas e percebi que em muitos pontos da cidade há falhas de sinal. No primeiro post que escrevi a respeito, estava com o aparelho há apenas 3 dias, insuficiente para “sentir” melhor o comportamento da rede. Naquela ocasião dei uma nota geral boa para o teste. Bom, passadas 3 semanas posso dizer que das várias ligações feitas (e algumas recebidas), muitas delas apresentaram problemas de ruído, som baixo e cortes na transmissão. Ocorreram também algumas quedas de ligação, em plena rua, o que não é normal para uma rede celular nos dias de hoje.
Compre
Neste meio tempo consegui testar o Vivo Chip em um Sony Ericsson W810 W300 quadband desbloqueado. Funcionou perfeitamente mas não foi possível testar a rede de dados devido às configurações que teria que fazer (mas não sabia quais), além do tempo reduzido que fiquei com o aparelho. Apesar disso foi possível notar a presença da letra “E” no visor (foto acima), indicando EDGE. Ótimo! Em relação ao SMS, recebi e enviei para todas as operadoras de SP (TIM, Claro e Vivo), sem problemas. Na média posso dizer que atualmente o serviço de GSM da Vivo está razoável