Web 2.0 não é uma besteira sem tamanho

por Alexandre Fugita

[Web 2.0, fonte: http://hello.eboy.com/eboy/shop/] A chamada web 2.0 tem seus críticos e adoradores. Os críticos dizem que web 2.0 não significa nada. Provam dizendo que todas as tecnologias usadas já existiam previamente ou ainda que a única diferença para a web 1.0 é a maior quantidade de pessoas acessando a rede. Por sua vez, os entusiastas idolatram serviços na web, mágicas com Ajax e querem tudo on-line. As tecnologias todas realmente já existiam. Mas é necessário aquele estalo de criatividade para compreender, juntá-las e criar todo um novo modelo de negócios.

Web 2.0, tecnologias antigas

Um texto criticando a web 2.0 no Webinsider, “Web 2.0 é uma revolução? Então me deixem criticar”, chamou a atenção. É uma leitura interessante, mas a idéia de criticar a web 2.0 não é nova e já tinha sido feita pelo blog Revolução Etc um ano atrás. A crítica principal do Webinsider é que todas essas tecnologias já existiam.

Segundo o texto, a colaboração já ocorria nos tempos de newsgroups. Sim, verdade: evoluíram para fóruns, listas de discussão e mais recentemente tomaram conta da internet. Um bom exemplo de colaboração na divulgação de conteúdo são sites como o Digg ou a Wikipédia, coisas bem diferentes de um newsgroup. No mesmo texto fala-se da inteligência coletiva, também chamada de sabedoria das multidões. Diz que isso já existia e cita como exemplo antigo a Amazon que, não por acaso, tornou-se um dos expoentes da chamada web 2.0.

Discutindo sobre a web como plataforma, as críticas relembram que o conceito foi desenvolvido na década de 90. Sim, mas naquela época não era possível a criação de tudo isso pois não existia uma rede forte e rápida como encontramos hoje. Ajax e RSS são tecnologias derivadas de outras que já existiam. Também é verdade, mas foi só recentemente que começaram a ser usadas de forma útil. Propaganda por links patrocinados não foram inventados pelo Google mas foi essa empresa que, desenvolvendo a idéia, tornou esse mercado possível.

Idéias sem rumo

Certa vez li em um clássico da literatura (seria Machado de Assis?) que uma laranja só passa a existir a partir do momento que alguém a encontra e colhe da árvore. Fazendo uma analogia com as idéias discutidas aqui, pergunto: se já sabíamos que tudo isso existia, por que não fizemos nada para ganhar rios de dinheiro no desenvolvimento da agora chamada web 2.0?

Uma idéia, um conceito, precisam de um visionário que enxergue além do que os outros. A maioria de nós não possui esta dádiva, e ficamos achando que só porque algo já existia mas era visto de outra forma, o desenvolvimento daqueles conceitos em coisas úteis não valem nada. Pra mim a web 2.0 é alguma coisa, é a realização de uma visão de empreendedores. E também não existe outra buzzword melhor para nos referirmos a essa “tecnologia”.

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Comentários do Facebook
22 comentários
  1. Olá Alexandre!

    Eu concordo 100% com você! Pode ser que as tecnologias já até existissem, mas o paradigma de uso das mesmas era outro!

    Como *as pessoas* e *as empresas* estão usando a web de um modo diferente, é oportuno uma nova denominação… como diria o Exupery:

    “As palavras são fontes de mal entendidos!”

    No texto em questão (do Webinsider) há pontos interessantes, como a questão do excessivo markenting em todo do termo Web 2.0… No texto do Henrique, me pareceu aquele discurso adolescente do “eu sou do contra”…

    mas também tem os seus méritos!

    []’s

  2. Olá Sergio!

    Sim, os paradigmas mudaram, exatamente isso que eu tentei passar. Pegando o iPhone, por exemplo: tudo que ele faz o meu palm ou alguns celulares também fazem. Mas revolucionou-se a interface e isso faz toda a diferença.

    Abraços!

  3. O problema que eu vejo, é o uso indevido das palavras. Muita gente por aí, pensa que web2.0 é ajax e o pior que ajax é animação.

    As pessoas pensam que sabem o que é ajax, mas no fundo no fundo, a maioria das aplicações que vemos por aí é puro javascript, sem xml nem httpxmlrequest nem nada…

    Vemos por aí, como criar logos web2.0 tal site vira 2.0 e na verdade todo mundo fez maior hype e entendeu tudo errado hehe.

    Agora ninguém mais quer nem ouvir a palavra 2.0 por que o sentido dela é promíscuo!

  4. sim, e o nome certo do objeto é XmlHttpRequest

  5. Lucas,

    Bom, eu continuo usando o termo web 2.0. O que ocorre é o exagero no seu uso, como bem pontuou o Sérgio (comentário #1). Esse objeto, XML request, eu já li como funciona, é muito interessante e torna possível as “mágicas do ajax”, hehehe! Ops, Ajax não! O povo parece que não gosta desta palavra também…

  6. Alexandre
    Quem critica a web 2.0 está querendo chamar atenção para suas opiniões e suas criticas.
    No fundo (para mim e para você) nós sabemos que só estão demonstrando sua incapacidade em ver melhor as coisas e produzí-las bem.

    Eu odeio críticos.
    Pensam que sabem de tudo e só demonstram que não sabem é de nada.

    Longa vida à web 2.0!

  7. Olá Neto!

    Discussão de idéias é sempre saudável. Eu costumo criticar muita coisa aqui no blog, mas fico pensando se estou fazendo certo.

    Uma de suas frases me chamou atenção: “eu odeio críticos. Pensam que sabem tudo e só demonstram que não sabem é de nada.”. Eu adoro cinema. Leio críticas a filmes sempre que possível. Concordo ou discordo. Mas uma coisa que às vezes falo é que crítico de cinema não pode falar tudo que fala pois em geral eles não dirigem/ produzem/ atuam em filmes, ficam só no plano filosófico da coisa. E eu faço coisa parecida aqui.

    Quanto à web 2.0, acho que são idéias inovadoras com essa que produzem avanços. Pode ser que seja pura besteira agora mas isso levará a outras idéias e conceitos que com certeza farão parte de nossas vidas. Longa vida à web 2.0!

    Abraços!

  8. As críticas são importantes, acho que o mais importante é observar a intenção. Se é construtiva ou destrutiva.

    Já tem um conceito de opinião, que se mistura com crítica. Você pode criticar algo que está pronto e é imutável como um filme? Alguém pode ir lá e melhorar o filme depois que ele está pronto? acredito que não, então isso deveria ser considerado como uma opinião. Mas o termo crítica também é promíscuo assim como web2.0

  9. Olá Alexandre!
    Meu frase citada acima para mim é correto.
    Eu não me abstenho de críticas, e entendo o termo quando se baseia em uma discussão inteligente que leva a mais profundidade nos fatos.
    Desta maneira criticar é bom. Passa a ser sadio.

    O que acontece porem, é que eu vejo muito na web, blogs e sites que criticam apenas pelo fato de “ser contra a novidade”.
    Apresentam ideologias vagas (tentam impô-las aos outros) e não agregam nada de valor à o fato em si.

    São os tais negativistas de plantão que nunca vêem luz no fim de uma idéia por mais que ela pareça “bobagem” hoje.

    É como diz a filosofia (para ficar nesse exemplo):
    Existem 3 tipos de pessoas:
    As que fazem.
    As que seguem o que os outros fazem.
    E as que ficam só de olhar.
    E por não saber o que fazer, e nem ter uma idéia melhor, preferem criticar para chamar atenção.

    Particularmente, eu também sou um crítico, mas só quando participo ativamente na questão e a mesma está dentro de minha alçada.
    Assim criticar para mim me parece mais óbvio.
    De resto, é aquilo mesmo que falei lá encima.

    Abraços Alexandre.
    ps. E não leve isso para o lado pessoal.
    Nada contra você, ok!
    Até.

  10. Lucas,

    Sim, é verdade. Críticas são importantes. Tanto que esse assunto sobre a web 2.0 gerou, além do post inicial do Webinsider, pelo menos este e mais outro na blogosfera. Fora todo mundo que comentou em cada um dos textos.

    Eu gosto deste espaço dos comentários pois as pessoas podem dizer o que pensam, concordar ou discordar das minhas idéias, espero de forma construtiva.

    Qto a filmes, é verdade, são obras prontas, não há mais o que mudar, imprimem exatamente as características de cada diretor e seu grupo de trabalho. Os críticos dão sua opinião assim como nós bloggers damos a nossa.

    Viva a discussão! hehehe! Adoro isso!

    Abraços!

  11. Neto,

    Sim, sempre que surge algo novo e muito interessante, que todos falam bem, alguém precisa (ou quer, pra ser mais exato) ser a primeira voz contra, como vc mesmo disse em seu comentário. Não sei se adoto esse comportamento aqui, talvez. Mas sempre tento me basear em fundamentos que reforçam as idéias propagadas.

    O que acredito é o que disse no texto e devo ter repetido em algum comentário: idéias novas são ótimas pois leva a outras novas idéias e assim as coisas caminham para frente. Essa história de web 2.0 é um nome, sim, só um nome. Mas também, como vc mesmo falou, não precisam jogá-lo no lixo só pra ser “do contra”. A chamada web 2.0 é uma inovação que levará a outras, talvez com nome mais estranho ainda, mas é assim que caminha a evolução.

    Fica tranqüilo, Neto! Não levo nada discutido aqui no Techbits para o lado pessoal. Isso aqui é um espaço para discutir idéias a favor e contrárias as dos posts publicados. Fico muito feliz em fomentar essa troca de informações com pessoas do mais alto nível.

    Como disse no comentário acima, viva a discussão! hehe!

    Abraços!

  12. […] serviço segue a linha 2.0, em que os membros da comunidade participam diretamente da elaboração do que é colocado na rede, […]

  13. Escrevi no meu site também um post que é na verdade uma esposta aos que criticam a web 2.0. http://webdoispontozero.com/blog/?p=40

  14. Olá Leonardo!

    Legal, vou checar e comento lá.

  15. Muito bom o seu texto, sem radicalismos…

    Realmente a web 2.0 é um termo que nos diz a tendência da web atual. Cria alguns conceitos novos, apesar de baseados em tecnologias antigas, como o AJAX por exemplo, apesar de já ser utilizado por alguns desenvolvedores há mto tempo.

    A criação do conceito do AJAX fez aparecer toda uma série de frameworks, ferramentas, sites, artigos, livros, melhoria de suporte nos browsers e etc. Esse não é o único conceito por trás da web 2.0, mas assim como o exemplo que eu acabo de citar, os outros acabam evoluindo, junto com a web, criando novas oportunidades e modelos de negócios!

    A criação do conceito de web 2.0 não é fruto da mente de uma pessoa, mas de várias ao longo do tempo, isso não tira o mérito de quem “compilou” e “vendeu” o conceito ao mundo inteiro.

    Eu escrevi um texto falando mais ou menos isso no meu blog.

    Link: http://tomas.wordpress.com/2007/02/09/a-web-20-brasileira/

  16. Olá Tomás!

    Agradeço, li também seu texto e gostei bastante, acho que um complementa o outro.

    Como vc mesmo disse a web 2.0 é resultado de vários fatores que foram evoluindo e culminaram nesse negócio de Ajax e colaboração entre as pessoas.

    Abraços!

  17. […] Junto com a dúvida, sempre as discussões. Uns dizem que o termo web 2.0 não significa nada ou que web 2.0 não existe. Já outros, afirmam que web 2.0 não é uma besteira sem tamanho. […]

  18. Microsoft: blogueiros são importantes…

    Escrever em dois blogs com assuntos relacionados é complicado. Acabei de fazer um post no Meio Bit e vou escrever quase a mesma coisa por aqui. Ontem a Microsoft promoveu em São Paulo um encontro de blogueiros. Há cerca de três semanas vários blog…

  19. […] de um segmento de tecnológico voltada à internet, mas um “momento” em que o uso do desenvolvimento de ferrameta e recursos possibilitou uma nova experiência da comunicação da rede mundial de computadores, a […]

  20. […] Hypes à parte, a Internet está revolucionando a forma de fazer propaganda. Aliás, a Internet está finalmente sendo feita por pessoas, sobre pessoas e para pessoas e com isso está revolucionando a forma com que as pessoas fazem e absorvem propaganda, TV, conteúdo, notícias, entretenimento, etc. O consumidor não quer mais assistir comerciais na TV – o próprio Martin Lindstrom em sua palestra afirmou que a criança de hoje é capaz de acompanhar 5.4 canais de TV simultaneamente, contra 1.7 canais de um adulto médio. Nós mudamos de canal durante as propagandas; Nós compramos canais por assinatura para fugir da propaganda da TV aberta; Nós assistimos ao Joost, baixamos episódios pela Internet, vemos vídeos no YouTube. Nós selecionamos a propaganda que queremos ver. […]

  21. […] Web 2.0 não é uma besteira sem tamanho […]

  22. […] Hypes à parte, a Internet está revolucionando a forma de fazer propaganda. Aliás, a Internet está finalmente sendo feita por pessoas, sobre pessoas e para pessoas e com isso está revolucionando a forma com que as pessoas fazem e absorvem propaganda, TV, conteúdo, notícias, entretenimento, etc. O consumidor não quer mais assistir comerciais na TV – o próprio Martin Lindstrom em sua palestra afirmou que a criança de hoje é capaz de acompanhar 5.4 canais de TV simultaneamente, contra 1.7 canais de um adulto médio. Nós mudamos de canal durante as propagandas; Nós compramos canais por assinatura para fugir da propaganda da TV aberta; Nós assistimos ao Joost, baixamos episódios pela Internet, vemos vídeos no YouTube. Nós selecionamos a propaganda que queremos ver. […]

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