14 setembro 2007
por Alexandre Fugita
Uma das coisas mais interessantes da web certamente são os mashups. Boa parte deles utiliza mapas como parte da mistura de informações. Alguns até previram que mashups usando o Google Maps tenderiam a acabar pois a cada atualização do serviço, boas idéias são incorporadas. Não acredito nisso pois a criatividade da multidão faz surgir grandes novidades todo dia. Mas a multidão também pode ser usada para outras coisas, como trabalhar de graça crowdsourcing. O exemplo mais recente deste fenômeno é o MapMixer (o mapa acima é interativo, tente! achei melhor substituir por uma imagem fixa…), mashup baseada no Yahoo! Maps.
Como a própria descrição do serviço informa, o mundo é um lugar muito grande. Então, para ajudar a descrever locais que você conhece bem, que tal criar seu mapa e incluí-lo no serviço como uma camada? É isso que o MapMixer faz. Nós podemos incluir um mapa de uma determinada região no mashup, melhorando a informação disponível para todos. Um exemplo similar é a Wikimapia, mas neste caso nós colocamos informações relevantes, na forma de artigo, de cada ponto do planeta.
O MapMixer está totalmente dentro da essência colaborativa da chamada web 2.0, nos quais os dois milhões de artigos na Wikipédia em inglês são um verdadeiro marco. Usar o crowdsourcing para alavancar um serviço é muito mais fácil do que contratar mão-de-obra especializada para reformatar a informação. Aparece, então, o questionamento da qualidade do material criado. A grosso modo podemos dizer que a Wikipédia é um bom exemplo de que atingir qualidade é possível. Pessoas gostam de colaborar em troca de reconhecimento da comunidade. É quase um socialismo… mas na internet isso se chama colaboração.
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13 setembro 2007
por Alexandre Fugita
Quem se lembra do “documentário” EPIC 2014? Naquele vídeo, bastante interessante na época (2004) o autor previa o surgimento do Googlezon e o fim da mídia tradicional como conhecemos. No vídeo máquinas seriam responsáveis por processar todas as notícias e exibi-las de forma personalizada.
Uma coisa que aconteceu duas semanas atrás me fez lembrar do Googlezon. O Google News passou a licenciar conteúdo de algumas agências de notícias. Até então o serviço apenas vasculhava a web, criava pesquisas com notícias relevantes e encaminhava os leitores para a fonte do texto. Agora passa também a hospedar conteúdo.
Essa é uma mudança significativa no modelo de negócios do Google News. Alguns editores reclamavam que o Google News os indexava e que isso configuraria pirataria, mas na verdade o que o serviço sempre fez foi levar tráfego para as fontes de informação, sem exibir matérias completas. Agora tudo pode mudar. Ao licenciar conteúdo o Google News pode exibir em seu site as notícias e monetizá-las com anúncios direcionados. Elimina a necessidade de visitarmos o Estadão que tem as mesmas notícias da Folha pois ambas compraram textos da France-Presse, por exemplo.
Notícia pura e simples é commodity. A previsão do Googlezon de reformatar a informação, pegando pedaços aqui e ali, exibindo-as de forma personalizada é perfeitamente possível dentro deste cenário. Notícia pura e simples é commodity. O Google News deu o primeiro passo. Resta saber se irão mashup-izar esse conteúdo nos moldes do EPIC 2014.
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12 setembro 2007
por Alexandre Fugita
Ontem o Manoel Fernandes da revista Bites promoveu um encontro de alguns blogueiros de tecnologia com o pessoal do Yahoo! Brasil. Antes do evento alguns de nós confabulávamos sobre os motivos do encontro. Na verdade não existiu uma pauta definida, foi um bate-papo informal. O Yahoo!, representado pelo seu presidente Guilherme Ribenboim e outros executivos, estava curioso. Como funciona esse negócio de viver de blog? Quem traz tráfego para vocês? Que tipos de ferramentas estão faltando e que o Y! possa oferecer?
Do lado dos blogs, vários representantes. O Edney Souza (Interney) demonstrou sua teoria de como funciona a blogosfera. Uma rede com alguns pontos chamados de hubs e que são influentes. Aliás veio o questionamento: é melhor ser influente ou ter tráfego? A Lucia Freitas (LadyBug Brasil) fez a pergunta que não queria calar: o que o Yahoo! quer com os blogs? Não houve uma resposta única e sim várias possibilidades que o Yet Another Hierarchical Officious Oracle aventou. Nada concreto, apenas possibilidades. A certa altura o Edney falou de um tal de scrubles (*) – algo assim – que ninguém na sala sabia o que era. Descobrimos depois tratar-se do equivalente ao Google Bot (robô do Google que varre a internet), do Yahoo!.
obs: (*) ver comentário #1
Entre outros assuntos discutidos foram a possibilidade de conseguirmos testar serviços da Yahoo! que estão em beta fechado como o novo delicious, quando o Panamá chegará ao Brasil (calma, Panamá é o nome do sistema de monetização do Yahoo!), se redes sociais como o Orkut são úteis e o relacionamento da empresa com os blogs. Também discutimos a “teoria do NeckTail”, um derivado da cauda longa. Há sites que estão na cabeça e outros na cauda. Alguns ficam no pescoço.
Fora os dois já citados, estiveram presentes também, do lado da blogosfera: Manoel Netto (Tecnocracia), Gabriel Tonobohn (Oito Passos), Thiago Mobilon (Tecnoblog), Renê Fraga (UnderGoogle, ops, Google Discovery – brincadeira, Renê!), Samantha Azevedo (Google Discovery) , Marcellus Pereira (Meio Bit) e Alexandre Fugita (eu, do Techbits, caso alguém não tenha percebido, hehe!).
Pra terminar: primeiro foi a Microsoft. Agora a Yahoo! Cadê a Google?
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11 setembro 2007
por Alexandre Fugita
Um ano atrás escrevi um texto com exatamente o mesmo título que este. Naquela época ninguém lia o Techbits, tinha recebido nem mil visitantes no total naqueles primeiros 40 dias de blog. Acontece que hoje é uma data importante da história recente e que nos faz lembrar que toda empresa, seja ela ligada à tecnologia ou não, precisa tomar alguns cuidados para simplesmente não desaparecer da noite para o dia. Há exatos 6 anos ocorreram os ataques ao WTC em Nova York, entre outros. Segundo o meu próprio texto:
Naquele 11 de setembro empresas literalmente evaporaram. Colaboradores mortos, infra-estrutura destruída. Nada disso impediu que algumas organizações voltassem a operar poucas horas após os prédios terem caído. O caso mais grave envolveu um banco de investimentos de títulos do governo americano que teve cerca de 70% de seus funcionários mortos (658 no total). Voltou a operar 2 dias depois.
Fornecedores de hardware e serviços também foram testados. Reza a lenda que a Dell enviou imediatamente 5000 computadores à região do ataque para suprir a demanda de seus clientes. Conta-se também que a IBM, menos de uma hora após o primeiro avião bater em uma das torres, já oferecia instalações temporárias a seus clientes em uma cidade vizinha a Nova York.
Claro, não é minha intenção ensinar métodos de DRP (Disaster Recovery Plan) aqui. Mas este texto é só uma lembrança que o pior pode acontecer e qualquer organização deste mundo precisa estar preparada caso um Boeing/ um terremoto/ qualquer coisa resolva atacar seus servidores e infraestrutura mínima para manter os serviços funcionando.
Já fez o seu backup hoje? Você os mantém em dois lugares fisicamente separados? Outras pessoas na sua organização têm acesso aos planos de emergência? Testou se tudo isso funciona em caso de necessidade? Mesmo que você seja apenas um blog, fique preparado. Muitos de nós usamos servidores estrangeiros, invariavelmente localizados na Califórnia… Já ouviu falar do Big One?
6 setembro 2007
por Alexandre Fugita
Quem assistiu ao filme Minority Report deve se lembrar das cenas de propaganda personalizada quando o personagem de Tom Cruise passava próximo aos outdoors. Personalização é uma das tendências quentes da web mostrada no Read Write/ Web. Acabei de assistir ao keynote de ontem do Steve Jobs e, fora as notícias que todo mundo publicou, algo me chamou a atenção mais do que tudo. A Starbucks e a iTunes fizeram um acordo e quando adentrarmos uma loja da rede nos EUA será possível comprar a música ambiente que está tocando no momento e as 10 anteriores através do iPod touch e iPhone. Idéia genial.
Toda vez que vamos a algum evento, lugar, etc… e uma música legal toca ao fundo, ficamos curiosos para saber o nome, o artista, essa informações. Certamente ao chegarmos em casa iremos googlar parte da letra na esperança de descobrir a música. Com essa nova funcionalidade do iPod touch e iPhone as coisas ficaram mais simples. E imagino que a Apple pretenda expandir essa forma de comprar música para mais e mais estabelecimentos/ eventos/ shows, etc. É o Minority Report tornando-se realidade.
Enquanto isso na NBC…
Em mais um movimento típico da indústria-que-teima-em-ficar-no-século-XX, na semana passada ficamos sabendo que a NBC e a Apple não renovaram contrato de venda de séries via iTunes. É possível entender perfeitamente os motivos da NBC de querer aumentar os preços. Seus seriados fazem um tremendo sucesso na loja virtual e portanto caberia um reajuste de preços para melhor ajustar o gráfico oferta e demanda. Mas a Apple disse não. A saída da NBC da iTunes é uma grande perda tanto para os fãs (será mesmo?) quanto para a própria NBC.
Claro, existe toda aquela questão do DRM e do fato de ao comprarmos música na iTunes talvez ficaremos preso a ela para sempre. Mas essa altura do campeonato, na qual a iTunes é a maior vendedora de mídia digital do mundo, e terceira maior vendedora de música dos EUA, é uma idiotice ficar fora dela. Tem gente que prefere a prateleira empoeirada…