Cadê a nuvem que estava aqui?
Várias vezes já falei aqui no Techbits sobre softwares on-line e sua vantagem sobre os tradicionais instalados em desktops. Na maioria das vezes defendi os webapps pois suas vantagens são mais fortes que as desvantagens. Quantas vezes não fui questionado em comentários ou posts em outros blogs que talvez estivesse viajando pois o mercado corporativo dificilmente adotaria webapps? A questão é que isso continua sendo uma verdade.
Ontem um blecaute de cerca de duas horas no Gmail e Google Apps causou alvoroço pela internet. Milhares de pessoas no Twitter e em blogs ficaram preocupadíssimas com suas preciosas informações armazenadas nos servidores do Google. Um problema no sistema de contatos deixou a inteface gráfica versão ajax fora do ar enquanto quase todas as outras camadas do serviço permaneceram intactas.
Webapps têm a desvantagem de só estarem disponíveis quando a internet estiver disponível. Parece óbvio, parece surreal mas não é. Episódios recentes mostram o quanto a infra-estrutura ainda não está preparada para aplicativos hospedados na nuvem. Apagão do Speedy, alguém?
Na nuvem vs. Local
Bom, a grande vantagem que vejo na nuvem do Google é ela ser em cluster ou mais ou menos isso. Eles usam um tal de Google File System (GFS) que espalha arquivos por servidores ao redor do mundo de forma que sempre há replicação dos dados em três ou mais lugares. Se o Big One acontecer, é provável que o sistema GFS ainda opere e os dados não sejam perdidos.
Comparando isso com o modo tradicional de armazenagem dos dados, ou seja, localmente, vejo muito mais fragilidade nesta opção. Neste caso temos que fazer backups e mantê-los em lugares fisicamente separados para evitar a síndrome do Boeing. Isso tudo custa dinheiro e usar a computação em cluster do Google soa muito mais seguro.
Além disso, com o uso de notebooks cada vez mais comum, a perda deste equipamento – um roubo, por exemplo – leva todos os dados embora que são a parte mais valiosa da máquina. Desde que comecei a usar o Gmail, em 2004, jamais perdi uma mensagem. Mas só nesse meio tempo deve ter perdido uns dois HDs. Fica a pergunta: a computação na nuvem é segura?
É um post meio desesperado/desesperador… meio fim do mundo. Como comentaram no twitter: ligaram o LHC?
Como curar essa síndrome de Boeing? Eu ainda não vi um sistema eficaz de becape para a “empresa física”, o carinha que, como vc e eu e quase todos que trabalham tb em casa/mobile, é uma empresa por si só.
Se o Google pode não ser confiável e HDs também não, devemos viver num estado de neurose permanente com nossos dados? e tempo pra isso? :P
A computação “na nuvem” é tão segura quanto a segurança do fornecedor que você escolhe – o que, aliás, é bem parecido com o que ocorre na computação “fora da nuvem”. E, se alguém tem alguma dúvida com relação a isso, sugiro ler sobre o megaFAIL que é o Mobile Me, com direito a emails perdidos e tudo.
Olá Fugita,
Fiz um post parecido com este, mas usei como exemplo os bookmarks. Onde é mais fácil acontecer um acidente com o seu navegador ou seu sistema operacional do que o delicious desparecer com eles.
No caso dos bookmarks eles so fazem sentido quando a internet “tá ligada”. Quando tiver um blecaute no Speedy por exemplo, tanto faz que eu tenha os bookmarks no navegador ou no delicious você não conseguir acessá-los mesmo.
Existem outras “categorias de dados” e essa questão é interessante e claro que vai muito do que o Cesar falou. Depende muito do fornecedor. Tanto dentro quanto fora da nuvem.
http://tomas.wordpress.com/2008/06/30/na-social-web-as-informacoes-sao-pra-sempre/
Fugita, bem vindo de volta a nuvem da blogosfera! hehehe :)
[…] que esse evento foi suficiente para fazer o fantasminha-camarada Fugita reaparecer para perguntar se você pode confiar na nuvem. (Tecnicamente, tivemos DOIS eventos extraordinários nas últimas 24 horas, o Gmail caindo e o […]
Manter backups locais que é coisa do passado, somente dados MUITO sensíveis, como plantas de bombas nucleares, precisam de copias locais, a maior parte de nós DEVE deixar tudo online, sempre. O problema de infra-estrutura vai ser resolvido, e banda será cada vez mais barata e constante, até o limite de haver quanta banda quisermos, onde quisermos (sim, é possível).
O perigoso não é deixar os dados “na internet”, é deixar “num lugar apenas”, quem deixou tudo no Gmail, perdeu, mas se você mantiver backups no Gmail e Yahoo, se garante muito mais contra falhas, já que os dois sistemas dificilmente sairão do ar ao mesmo tempo, e isso pode ser escalado: Gmail + Yahoo + Hotmail + QualquerOutro.
Portanto, se você ficou órfão dos seus dados, vá no Gmail agora e habilite o Forward de todas as mensagens pro seu Yahoo Mail, assim, terá todas as mensagens em ambos os sistemas, e quando o GMail cair, vc vai no Yahoo e usa como “reserva” até o Gmail voltar :)
[…] posts sobre o: Gmail está fora do ar [Erro Temporário 502] Cadê a nuvem que estava aqui? (ótimo título) Google desculpa-se pelo problema no Gmail Imagem do dia: GMail baleiando […]
Não é segura.
E eu já falei sobre isso aqui http://mvmr.wordpress.com/2007/04/03/algumas-coisas-sobre-privacidade-e-sites-de-armazenamento-online/
O grande fator é que, tudo “depende” de que tipo de informação nós iremos querer deixar na rede.
E isso valerá para todos. Desde pessoas físicas à empresas média e bigs em geral.
Quem disse que os dados precisava ficar só on-line ou só local. Basta os programas manterem cópias locais conforme as necessidades e desejos dos cliente. Por exemplo, no caso do google, a queda foi só na interface, quem usa IMAP, como eu, pode acessar normalmente. Eu uso o webmail também, apenas escolho conforme minha necessidades do momento. O mesmo para o del.icio.us (com extensões do firefox) que foi citado e cada situação pode ser adaptada, para se manter cópias locais sincronizadas.
Concluído, não há necessidade de uma guerra em a nuvem e o local, e sim uma união.
Juliana,
O que vale é sempre ser paranóico. Mas eu fico tranqüilo com meus dados na nuvem, hehe!
Cesar,
Vc tem razão. Aliás recomendo o pessoal ler o seu texto:
http://zyakannazio.eti.br/fudeblog/2008/08/12/servico-na-nuvem-e-na-terra/
Tomás,
Certa vez eu, como exemplo de que manter na nuvem é confiável, disse, exagerando: “se a internet deixar de existir, é pq algo muito grave está ocorrendo e todos nós teremos outras preocupações que não usar a internets”. É mais ou menos o seu comentário em relação ao delicious…
Renê,
Valeu! Mas como disse via Gtalk, sempre estou na nuvem! Sou o cara online mais offline que existe!
Marco,
Falou e disse!
neto,
Bom, só informação muito sensível precisa ficar segura em algum lugar secreto. O resto eu acho que dá pra deixar na rede. Mas como existe a cripografia assimétrica, o problema de segurança é pequeno. O que pega mesmo é a disponibilidade dos serviços.
Hugo,
Essa é a tática da Microsoft com aquela história de Software + Services…
Abraços a todos!
Preocupação legítima e termo q já deveria ser melhor debatido na rede. Em 2011 teremos 1,8 zettabytes de dados produzidos e que precisam ser guardados e trocados por aí.
Há muito o q falar sobre isso. Já no início do ano, o S3 da Amazon, a nuvem deles, derrubou o Twitter e outros serviços. (edição 202 da http://www.informationweek.com.br/ com o PDF no link, se quiser ver mais).
Mas, o q fez o assunto ganhar destaque é q a tal nuvem é barata. Um pouco menos segura, é verdade… mas é barata. Alguma coisa vai pra ela.
No fundo, será a mesma decisão q fez empresas irem pra internet e a arquitetura cliente-servidor em vez de gastarem os tubos mantendo tudo em mainframe e EDI.
Alguns processo não tão críticos e mais operacionais vão pra nuvem cedo ou tarde.
Até pq haverá como fazer redundância disso. Caiu o Google? Liga o Sun ou o Microsoft apps (ou qq coisa do tipo).
Opa Fugita!
Já disseram tudo (replicar os dados) é a chave… então só passei aqui para registrar que senti um abalo na força… era o Fugita voltando a blogar :-)
abraços
Tb acho que a maioria de nós não tem documentos ensinando a fazer a bomba H e podem usar a nuvem numa boa. E com o Marco, de que a infra vai se aperfeiçoar sempre. Mas, só pra fazer uma comparação rápida, mesmo um HD de backup às vezes trava, arranha, ou deixa de funcionar um dia, né?
Abs!
Concordo com o Rafael Bucco….
nada está fora de erros….
Nossa!
Confesso que nunca deixei nenhum conteúdo “on-line” e somente on-line, sempre tenho a versão *.*
Me preocupo um pouco com essa convergência que a internet (leiam Google) causa em nós… Ficamos escravos.
Sem o Google ficamos sem nossos emails (gmail), sem nossas fotos (picassa), sem nossos vídeos (YouTube), sem nossos DOCs (Google Docs), sem nosso contatos (orkut) e sem ler os blogs (Reader)!
Isso me lembra quando deu uma falha na NET de um amigo meu… ele ficou sem televisão, sem internet e sem telefone… Tinha todos os serviços em um só!
Será que um dia, vamos ter só 3 ou 4 empresas satisfazendo nossas necessidades? Espero que não!
Abraços,
Patrick
Tratando-se do Google, não tenho dúvidas em afirmar com convicção que o armazenamento de dados em diretórios digitais é seguro.
Porém devemos ficar atentos em relação ao armazenamento de arquivos e informações em aplicativos de outras empresas.
Obrigado.
André Rodrigues
http://www.vendagora.com.br
foice a tempo que o googl:x queria inovar, a personalidade mais forte de um dos socios reprimiu as vontades do outro que não queria nem anuncios no buscador, mais como tudo na internet e dinheiro ( e se vinher um pouco pra mim eu não reclamo) a google deixa de inovar para ganhar dinheiro, lembram de alguem que fez isso M$, devemos muito a M$ talves quase tudo mais não podemos fechar os olhos pro mundo, se quiser troca windows por linux ou mac, e com a google o que fazer trocar de internet hummmmmmmmmmmm??
ja estou analizando o Chrome e ja achei um erro critico e alem disso quero saber se não e igual ao iphone que fica me vigiando, olho aberto meu povo de boa intenção o inferno ta cheio.
O proprio nome, computação em nuvem, já sugere insegurança e parece mais coisa de desligados… hehehhe
– Tem que começar mudando o nome.
– Fazer sistemas de criptografias seguras, para as empresas colocarem seus preciosos dados lá.
– Mostrarem para as pessoas e empresas que os dados estão replicados em pelo menos 2 continentes.
– A questão da segurança da transmissão dos dados, antes de chegarem na nuvem ou depois que saem delas.
Se não fizerem o que listei acima, a nuvem vai continuar sendo um lugar para armazenar fotos, mp3, tranqueiras diversas ou dados de rotina diaria de empresas sem nenhum valor.