O sistema operacional é um acessório do Chrome
Já escrevi um texto com título muito parecido, só substituí o Firefox pelo Chrome desta vez e o PC pelo S.O. A mensagem é clara. Toda aquela história de que a computação na nuvem é o “the next big thing” está se tornando realidade. O movimento da Google na semana passada ao anunciar o navegador Chrome só me dá mais certeza de que tudo o que vamos precisar é a janela do browser. Só isso. O hardware, o sistema operacional por trás, tudo será um acessório.
O Chrome – farei uma análise dele e do IE8 no TechbitsReview.com.br em breve – está para o Windows 98 assim como os outros navegadores estão para o Windows 3.1. Explico. Antigamente um crash em um software causava problemas em todo o sistema operacional. Nos browsers anteriores ao Chrome um crash em uma aba fechava todo o navegador. Acho que foi depois do Win98 que as coisas mudaram. Processos separados passaram a cuidar de cada programa aberto.
Surpreendentemente é assim com o Chrome e IE8. Ambos apresentam processos separados para cada aba. Um site se comportou mal? Só aquela aba fica comprometida. O resto continua rodando tranqüilo. Essa simples mudança é comparável a quando os sistemas operacionais passaram pelo mesmo processo, uma evolução na plataforma que a tornou mais estável. Então oChrome é o tal do Google OS ? Mais ou menos isso…
Android e a estratégia Google
Agora tudo faz mais sentido. A Google está para lançar o Android, seu sistema operacional móvel. Lá os serviços serão baseados na nuvem com apoio de aplicações “normais”. Todos nós já usamos vários serviços da gigante de Montain View, todos baseados na nuvem. Ontem mesmo me surpreendi com alguém falando do Google Earth… faz tempo que nem abro esse software pois o Maps (webapp) está tão bom que supre minhas necessidades.
O Chrome encaixa-se perfeitamente neste cenário. Ao introduzir um engine novo para javascript, o tal do V8, fez isso com o diferencial correto: velocidade. A grande reclamação dos webapps é que a resposta a um comando é lenta. Com o V8 fica tudo mais rápido, aproximando a responsividade de um aplicativo web ajax ao seu similar desktop.
O Google que já domina a web expande-se agora para transformar o sistema operacional em commodity. Eu sei, precisaremos de um sistema operacional para rodar o Chrome. Mas qual deles? Tanto faz… quero dizer… quando lançarem versões para linux e mac, tanto faz… ou seja, neste ponto o S.O. será uma verdadeira commodity na qual rodamos os webapps, tanto da Google quanto de outros fornecedores.
O PC morreu? Não sei… mas está quase lá…
Leia também:
- Google Chrome OS, via Aberto até de Madrugada
- Mozilla: Web apps faster with Firefox 3.1, via Cnet Business Tech
Opa Fugita!
Humm imagina que o cara com o seu chorme abra uma página com um código malicioso para a infrae-estrutura (Sistema Operacional). Sabemos todos que o sistema mais utilizado é mais favorável a ser derrubado por um destes expedientes do que outros sistema s mais modulares (Linux, Unix, BSD (que inclúi o MAC OS)…
Então, a tese de que o sistema operacional será um acessório cai totalmente por terra :-)
Mas, sem dúvida, ele deixará de ser um item determinante. Isto já experimentamos quando usamos algumas aplicações do celular, de pda ou do desktop, sem muitas diferenças!
abraços
Olá Fugita,
É claro que usar processos separados é algo bem interessante, entretanto, há um problema nisso, que é o aumento do consumo de memória conforme se abre mais e mais processos diferentes do aplicativo. Não sei até que ponto exatamente isso valeria a pena, é difícil dizer. Claro que temos que considerar também o baixo preço das memórias e que atualmente não existe nenhum navegador estável que usa tal método.
Quanto ao Windows, se não me engano, o Windows NT já considerava processos de forma independente do kernel, de forma a não travar todo o sistema. O problema é que a base NT só foi apresentada aos usuários comuns no Windows XP, já o NT e 2000 passam batidos na maioria das vezes.
Até mais!
Li em algum lugar alguém falando que o Chrome é uma tentativa do google de fazer um SO online, utilizando o Gears. É um pouco diferente (ou não) do que estávamos pensando em termos de GoogleOS, mas creio que seja bem isto mesmo.
No caso do Firefox ele podia influenciar no futuro, mas não definir o mesmo. Com o Chrome, ele decide.
Porém, o projeto ainda está muito imaturo e não funciona quase nada comigo. Acabei desinstalando e vou esperar para instalar mais à frente. Acho que ele não sabe trabalhar muito bem por trás de um proxy, mas lá em casa sem proxy também dava problemas de carregamento na página (carregava pela metade).
Sobre o comentário do Sérgio, ainda acho que o argumento não cai por terra, justamente porque o código malicioso pode atingir outros sistemas operacionais que não os sistemas windows. Basta que o programador do código o adapte ou escreva para tal finalidade.
@Bruno Tsubouchi Eu também pensei que o aumento no consumo de memória poderia ser uma desvantagem do Chrome, no entanto devido a arquitetura do mesmo, esse problema é um tanto aliviado. Eu explico.
Cada tab (processo, no caso do Chrome) terá seu espaço de endereçamento na memória e por causa disso, quando um desses processos forem fechados uma grande porção da memória será liberada. Outra nova tab (processo) poderá usar esse mesmo espaço de memória que recebeu free, visto que os recursos iniciais de cada tab são os mesmos (ou quase). Desse modo, o Chrome resolve o problema de fragmentação na memória que outros browsers não resolvem. É um tradeoff de engenharia. Pra saber o que é melhor, só com bechmarks mesmo.
Resumindo, não precisa ter medo do Chrome matar sua memória não =)
E como você mesmo citou (e de modo geral, Gordon Moore falou) os preços de hardware só tendem a cair em relação a sua capacidade. Então podemos cria software que vai usar mais hardware.
Hugo,
Há controvérsias. Se for tratar desta forma, todo mundo já teria migrado para o Vista. Este foi o mesmo argumento dado quando o software foi lançado, de que o preço dos micros e equipamentos estariam mais baixos. Até hoje não vi uma massa de Windows Vista.
kra o que eu sei é que o navegador q dar um passo grande de verdade nesta corrida é o que adotar uma questão polêmica, suporte a download de torrents pelo browser, cada hd seria como um site de serviços… eu escrevi um post sobre os rumos q eu axo q vai dar isto tb, mas abordo um pouco a parte social da coisa tb, keria indicar aki, espero q gostem, sou assinante do blog grd abço http://www.diegolopes.com.br/blog/index.php/2008/09/passado-presente-e-futuro-da-internet/
[…] Alexandre Fugita do TechBits publicou um post muito interessante sobre o Chrome, Google, sistemas operacionais (SO) e onde vai parar tudo isto […]
Eu, sinceramente, acho que o problema não é essa história de processos separados, memória e outras coisas.
Computação nas nuvens é fato, mas dizer que isso vai se generalizar pra todo tipo de aplicação e que ninguem vai usar aplicativos desktop é perigoso e possivelmente exagero. Isso pode acontecer, mas vai demorar um pouquinho. Algum profissional vai deixar de usar o seu photoshop/corel/dreamweaver offline? 3D Studio Max? Eu não consigo usar Instant messenger no browser. Entre vários outros aplicativos.
O navegador está centralizando muita coisa, mas tem muita coisa fora, e que provavelmente vai continuar fora.
Pra mim, ainda é muito cedo pra dizer que o SO já era e browser é o rei, hehe.
SO ainda é extremamente importante e vai continuar sendo por uma boa década no mínimo. Um processo no Linux é consideravelmente diferente do Windows.
Vai continuar havendo vírus pra Windows, mesmo com o browser sendo o centro de tudo.
Enfim…
Abraço!
Como indicado pelos comentários acima, ainda há muitas questões técnicas a serem tratadas no sentido de tornar o browser o ambiente de desenvolvimento mais importante no PC. De qualquer forma, o fato é que o objetivo do Google com o Chrome, que é open source, é acelerar essa marcha. O novo engine de javascript e a separação da memória e dos processos de cada aba são passos importantes. O interessante desse lançamento é que ele automaticamente me fez lembrar de uma entrevista concedida por Steve Ballmer, atual CEO da Microsoft, à CNET em 1995, no auge do “browser wars” com a Netscape, época em que ele era o executivo chefe de marketing e vendas na empresa, além de braço direito de Bill Gates.
É claro que, nessa época, ainda não se compreendia o impacto que os aplicativos web e todo o modelo de software como serviço teriam sobre a indústria, mas pelo menos o impacto do browser já era claramente percebido.
Seguem abaixo o link para a entrevista e o trecho de relevância para a discussão presente.
http://news.cnet.com/Microsoft-VP-Steve-Ballmer-speaks/2009-1023_3-211769.html?tag=contentMain;contentBody
BALLMER: Windows’ number-one competitor is Netscape today much more than it is OS/2.
C|NET: Why do you say that, even if Navigator isn’t a fully fledged operating system?
BALLMER: Oh, because [Netscape’s Marc] Andreessen says it’s going to be.
C|NET: Really?
BALLMER: Whatever you want to call it–an operating environment. Aren’t you fined a quarter for calling Navigator a “browser” at Netscape? You’re supposed to call it a “client.”
C|NET: Do you take that seriously?
BALLMER: Sure! Let me tell you a story. Once upon a time there was a piece of software that was an extension of an operating system, and it had a nice little user interface and it had some programming interfaces and people kind of liked it, and over time they built on top of it. One day, the thing that it was built on top of wasn’t all that important anymore, and it kind of got subsumed inside of the thing that was originally an extension.
OK, well I’m telling you, of course, the story of Windows 95, Windows, and DOS. And when we tell the story about what’s happening today with browsers ten years from now, I want the thing that replaces Windows to be Windows. I don’t want to wake up in a position one day where the guys at Netscape say, “Isn’t Windows just that little thing that we use to put up menus and draw lines? Let’s just write our own and suck it up into our client.””
Acho que a galera se empolga e exagera muito ao falar que um sistema operacional será mero acessório. Algumas vezes ignoram até muitas questões técnicas.
Olha o google aí novamente!
No mercado mobile o android tem feito muito barulho e creio que irá superar as espectativas!
[…] Faria mais sentido fazer uma campanha cutucando o Google… ele sim vai ser uma ameaça de verdade daqui uns anos. O Chrome é só o começo. […]
Estou esperando ansiosamente a versão para mac.
mto útil o blog, valeu!
Eu sempre digo que o Google vai dominar o Mundo…. Primeiro ele veio com o seu Google.com, fazendo com que TODOS os sites se comportem da forme que eles querem, no caso, sempre buscando aumentar seu pagerank, metas e etc… Suas ferramentas são muito boas e o melhor de tudo free. Com certeza a internet só melhorou com a chegada do google a 10 anos mais ou menos.
O google como sempre facilitando nossas vidas, e por falar em sitema operacional sera q o google ñ vai desenvolver um????????
downloads de musicas e clipes:
http://www.superhits.110mb.com
Eu concordo com essa idéia.
A medida que a computação em nuvem ganhar força o sistema operacional passará para o segundo plano.
E o Google está crescendo exponencialmente na computação em nuvem.
Boa tarde! continuo no tim para conectar,depois de passar pelo contrado fidelidade,6×49.90 e 12×69.90 ,assinei um novo plano de 600kb ilimitado por 89,90 continua bom muito bom, pode ser que eu não tenha 600kbts mais tenho bastante velocidade para navegar,uma dica que eu aprendi de internet lenta seria por motivos de virus e cdzinho pirata,não sei como isso acontece mais com certeza por experiencia e esses os motivos.
Nilton Neves
O Chrome OS vem aí