Paradigmas da web móvel

por Alexandre Fugita

[DeepFish e Safari] Algo que vem me preocupando ultimamente é a forma como os novos browsers mobile mostram a informação. A Apple revelou o Safari do iPhone, com suas capacidades de zoom e de manter o layout original das páginas web em uma tela de 3,5 polegadas… A Microsoft lançou recentemente o DeepFish, navegador que pretende manter também o formato original das páginas web na mesma minúscula tela de PDAs e smartphones. Mas será que é isso mesmo que vai dar certo em navegação móvel? Como vou saber se aquele texto minúsculo é aquilo que quero ler? E toda aquela história de criar um CSS otimizado que se traduz em navegação mobile e desktop confortável? Apesar de achar interessante esses novos browsers móveis, ainda prefiro um sistema que mostre corretamente o conteúdo e não fique se preocupando com layout em telas minúsculas.

Um pouco de história

Houve uma época na qual quiseram criar duas webs: a normal, para computadores normais (desktop, notebooks) e outra mobile, para dispositivos móveis. Surgiu então o WAP, acrônimo para Wireless Application Protocol. As fabricantes começaram a lançar celulares com WAP, mas a tecnologia nunca vingou. O principal motivo: criar um site “normal” já é complicado, imagina criar uma versão wap da mesma coisa, ou seja, uma segunda internet, com seus próprios domínios, complicações, etc… Esse é o mesmo motivo que me leva a crer que a web semântica nunca vai conseguir implantar microformatos, etc… mas isso é outra história…

O ideal é ter uma coisa só, uma única página web que sirva para tudo. O Techbits e boa parte dos blogs que conheço por aí são otimizados para dispositivos móveis. Ninguém tem uma versão WAP do site e nem precisam. Com o uso de padrões web e CSS qualquer site fica leve e roda tranqüilo no celular, PDA ou smartphone. Além do que hoje existe o RSS e os sites que visitamos com freqüência podem ficar guardados no agregador de feeds mobile favorito, deixando de existir a necessidade de navegar naquelas telas minúsculas.

Safari mobile e Deepfish

O que esses dois navegadores querem fazer é transformar sua tela de dezessete ou mais polegadas em uma imagem de 3,5 polegadas… Tudo vai diminuir nesta proporção não será possível ler qualquer texto. É só ver o exemplo abaixo retirado do blog da Garota Sem Fio em seus testes iniciais com o DeepFish. Técnicas de aumento de texto como o duplo clique/ multi-touch do iPhone vem a resolver parte do problema mas ainda acho que a navegação fica comprometida.

Quando um site é visto sem CSS em um dispositivo móvel, tudo fica em uma única coluna (veja esta página com CSS aqui). Se o site for bem feito, o conteúdo fica disponível logo no começo. Para ler é só baixar, nada de andar para os lados, ou dar zoom, o que complica demais a localização das coisas na tela.

[exemplo do DeepFish browser

Conclusão

A sua intenção com o dispositivo móvel não é substituir o desktop como meio principal de navegação e sim apenas consultar uma ou outra informação quando não existe um computador por perto. Ou seja, prefiro ainda a navegação móvel com otimização no CSS e não miniaturas inteligíveis de uma página web que precisam de técnicas de zoom complicadas. Pra finalizar, recomendo a leitura de um texto do Sérgio Lima sobre Computação Móvel Sensata, que não é exatamente a discussão do mesmo assunto, mas é relacionado.

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