O sistema operacional é um acessório do Chrome

por Alexandre Fugita

Já escrevi um texto com título muito parecido, só substituí o Firefox pelo Chrome desta vez e o PC pelo S.O. A mensagem é clara. Toda aquela história de que a computação na nuvem é o “the next big thing” está se tornando realidade. O movimento da Google na semana passada ao anunciar o navegador Chrome só me dá mais certeza de que tudo o que vamos precisar é a janela do browser. Só isso. O hardware, o sistema operacional por trás, tudo será um acessório.

O Chrome – farei uma análise dele e do IE8 no TechbitsReview.com.br em breve – está para o Windows 98 assim como os outros navegadores estão para o Windows 3.1. Explico. Antigamente um crash em um software causava problemas em todo o sistema operacional. Nos browsers anteriores ao Chrome um crash em uma aba fechava todo o navegador. Acho que foi depois do Win98 que as coisas mudaram. Processos separados passaram a cuidar de cada programa aberto.

Surpreendentemente é assim com o Chrome e IE8. Ambos apresentam processos separados para cada aba. Um site se comportou mal? Só aquela aba fica comprometida. O resto continua rodando tranqüilo. Essa simples mudança é comparável a quando os sistemas operacionais passaram pelo mesmo processo, uma evolução na plataforma que a tornou mais estável. Então oChrome é o tal do Google OS ? Mais ou menos isso…

Android e a estratégia Google

Agora tudo faz mais sentido. A Google está para lançar o Android, seu sistema operacional móvel. Lá os serviços serão baseados na nuvem com apoio de aplicações “normais”. Todos nós já usamos vários serviços da gigante de Montain View, todos baseados na nuvem. Ontem mesmo me surpreendi com alguém falando do Google Earth… faz tempo que nem abro esse software pois o Maps (webapp) está tão bom que supre minhas necessidades.

O Chrome encaixa-se perfeitamente neste cenário. Ao introduzir um engine novo para javascript, o tal do V8, fez isso com o diferencial correto: velocidade. A grande reclamação dos webapps é que a resposta a um comando é lenta. Com o V8 fica tudo mais rápido, aproximando a responsividade de um aplicativo web ajax ao seu similar desktop.

O Google que já domina a web expande-se agora para transformar o sistema operacional em commodity. Eu sei, precisaremos de um sistema operacional para rodar o Chrome. Mas qual deles? Tanto faz… quero dizer… quando lançarem versões para linux e mac, tanto faz… ou seja, neste ponto o S.O. será uma verdadeira commodity na qual rodamos os webapps, tanto da Google quanto de outros fornecedores.

O PC morreu? Não sei… mas está quase lá…

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Sinal dos tempos

por Alexandre Fugita

MultidãoEsta semana fui a uma coletiva de imprensa da Google. Já fui a muitas coletivas de imprensa, mas foi a primeira vez vi tantos blogueiros misturados a jornalistas, lado a lado. Na semana retrasada o CEO da Datasul também convidou blogueiros para um bate-papo durante um evento da empresa. E a Microsoft tem um relacionamento estreito com os maiores blogs de tecnologia do país a ponto de mostrar em primeira mão – com o devido n.d.a. – funcionalidades do seu novo navegador que só seriam divulgadas no dia seguinte.

É interessante notar essa mudança de postura das empresas frente ao que chamamos de mídias sociais. Apesar de acontecerem alguns absurdos, os tempos são outros.

Vamos pegar o exemplo do Google. Muitos blogueiros estavam presentes para o anúncio do Google Chrome, notícia que havia vazado na própria blogosfera no dia anterior. Os blogs fizeram perguntas pertinentes e o pessoal do Google sabia o nome de cada um dos blogueiros. Ótimo!

A Datasul também fez seu encontro com blogueiros. E chamou o CEO para falar conosco. O bate-papo está disponível em podcast no blog do Jonny Ken, Infopod e também descrito em detalhes interessantes pelo Infowester, do Emerson Alecrim. O próprio Jorge Steffens deu suas impressões em um texto em seu blog. Vai aqui um “full disclosure”: trabalho na Polvora!, empresa que cuida da comunicação em mídias sociais da Datasul.

No caso da gigante de Redmond, o Galileu Vieira, gerente de novas tecnologias da Microsoft, tem feito um trabalho fantástico com blogs de tecnologia. Sempre que precisamos podemos contar com ele lá dentro para nos esclarecer dúvidas. Além disso recebemos sempre convites para eventos e encontros de blogueiros na sede deles aqui de São Paulo. Desta vez nos mostraram o IE8 e suas novas funcionalidades.

Pra finalizar, já que falamos de Google e Microsoft, por que não falar de Apple? Essa semana o Cardoso do Meio Bit, o Nick Ellis do Digital Drops e o Filipe Alvarenga do Macmagazine foram para Belo Horizonte conhecer e bater um papo com o Woz, um dos fundadores da Apple. Sinal dos tempos!

Claro, que genial!

por Alexandre Fugita

Claro iPhone 3GComo todo mundo nesse Brasil também quero um iPhone 3G. Tanto que me inscrevi no site da Claro para ser avisado das novidades do lançamento pela operadora. Hoje pela manhã recebi uma ligação de um suposto consultor da Claro falando que poderia reservar o objeto de desejo por 100 reais. Até aí, ok, sem problemas. Podemos considerar isso comum para algo que certamente terá demanda elevada.

A conversa continuou e fui informado que só poderia fazer isso por telefone, naquela ligação e teria que passar o meu cartão de crédito para o vendedor. Como? Sim, isso mesmo. Um cara me liga e pede meu cartão de crédito. De imediato neguei a reserva. Não passo nem o nome do meu cachorro por telefone!

Concordo que fui eu quem passou as informações de contato para a Claro, ou seja, devo ter concordado em alguma letra minúscula que receberia essa oferta via ligação. Mas considero isso uma falha de segurança incrível.

E se alguém mal intencionado resolve ligar aleatoriamente para pessoas dizendo ser da Claro e que para a reserva precisa do cartão de crédito? Não ficaria espantado se muita gente concordasse tamanho o poder de persuasão dos bandidos. Vai ter até gente comprando 100 reais de crédito para pré-pago Claro e passando isso por telefone… Não acredita?

Lição de casa

Como todo blogueiro que se preza, fiz a lição de casa. Liguei para a assessoria de imprensa da Claro e tirei minhas dúvidas em relação a esse procedimento. É isso mesmo, confirmado com a assessoria de imprensa. Questionei a segurança do processo e fui informado que é a mesma coisa que tele-vendas ativo, ou seja, padrão. Informei minha preocupação com golpes e disseram que há todo um protocolo de segurança que é seguido. Ok, mas eu não dou o nome do cachorro por telefone pra ninguém!

Quanto a preço e disponibilidade, há vários boatos por aí. Mas a resposta padrão é que não podem informar isso ainda. Ah, e o boato que não devolverão os 100 reais da reserva, é mentira! Vão devolver sim.

No mais é isso. Sinceramente não gostei da forma que estão procedendo na reserva do iPhone. Não sei de quem foi essa idéia genial lá dentro da Claro. O detalhe é que a idéia é idiota… E daqui a pouco vai virar golpe e sair no Balela.info.

Vai uma análise aí?

por Alexandre Fugita e Juliana Garcia Sales

Techbits reviewJá faz muito tempo que quero criar seções novas no Techbits. Uma delas estou criando hoje. Ou melhor, estamos. Resolvi convidar a Juliana Garcia Sales para ser a editora da área de reviews do Techbits. Depois de negociar os benefícios – duas horas de almoço, por exemplo – ela topou!

Bom, para deixar as coisas claras, o Techbits da forma que vocês já conhecem continua do mesmo jeito. Aqui na página principal do blog você encontrará – se eu não resolver ficar mais dois meses sem postar – opiniões sobre tecnologia, em sua maioria relacionados à web. No techbits.com.br/review você encontrará análises de produtos e serviços relacionados à tecnologia.

Os blogs são separados. Cada um tem seu RSS, cada um tem sua nuvem de tags, etc… As coisas estavam confusas na preparação do lançamento do Techbits Review. Olha só a conversa que tive com a Juliana nesta madrugada:
nonsense

Bom, agora passo a bola para ela, o post, do próximo parágrafo em diante é dela!

Difícil dizer o quanto esse projeto é importante pra mim, em termos de desenvolvimento pessoal. Ajudar, ou tentar, ao menos, o leitor a aproveitar melhor seus recursos financeiros, temporais, intelectuais, para mim é algo extremamente gratificante. Além de utilizar uma característica minha, a avidez em testar tudo o que cai na minha mão (em matéria de tecnologia, ok?) e ler manuais, hehe.

Num belo dia outonal, cheguei pro Fugita e disse: “cara, por que não aproveitar a marca Techbits pra levar pro pessoal coisas práticas? Fazer algo como um blog ‘guia de consumo’? Não só de gadgets e hardware, mas de sites também, algo que faça com que o cara não perca tempo testando”. O Fugita fez uma cara estranha e depois disse “vamos!”, é um poço de mistério esse rapaz.

Até conciliar os tempos de cada, foram alguns #mobileoffice, muita discussão e uma planilha enorme (Mirian Bottan, agora vc sabe o que é #mobileoffice :P). Enfim, chegamos.

Espero que essa seja uma boa viagem, como será a nós. Tenho que agradecer muito ao Fugita, não só pelo espaço, mas por acreditar nessa idéia. E por ter paciência (se bem que ele alimentava a situação também, vamos combinar) com os brainstorms intermináveis e com o cardápio quase invariável de café com pão de queijo.

Agora, vamos ao que interessa? Um abraço a todos!

ndf: (nota do @fugita): O primeiro review, preparado pela Juliana, é de um aplicativo web da Argentina. Justo hoje, dia de Argentina 3 vs. 0 Brasil… Timing perfeito!

Cadê a nuvem que estava aqui?

por Alexandre Fugita

Gmail fora do arVárias vezes já falei aqui no Techbits sobre softwares on-line e sua vantagem sobre os tradicionais instalados em desktops. Na maioria das vezes defendi os webapps pois suas vantagens são mais fortes que as desvantagens. Quantas vezes não fui questionado em comentários ou posts em outros blogs que talvez estivesse viajando pois o mercado corporativo dificilmente adotaria webapps? A questão é que isso continua sendo uma verdade.

Ontem um blecaute de cerca de duas horas no Gmail e Google Apps causou alvoroço pela internet. Milhares de pessoas no Twitter e em blogs ficaram preocupadíssimas com suas preciosas informações armazenadas nos servidores do Google. Um problema no sistema de contatos deixou a inteface gráfica versão ajax fora do ar enquanto quase todas as outras camadas do serviço permaneceram intactas.

Webapps têm a desvantagem de só estarem disponíveis quando a internet estiver disponível. Parece óbvio, parece surreal mas não é. Episódios recentes mostram o quanto a infra-estrutura ainda não está preparada para aplicativos hospedados na nuvem. Apagão do Speedy, alguém?

Na nuvem vs. Local

Bom, a grande vantagem que vejo na nuvem do Google é ela ser em cluster ou mais ou menos isso. Eles usam um tal de Google File System (GFS) que espalha arquivos por servidores ao redor do mundo de forma que sempre há replicação dos dados em três ou mais lugares. Se o Big One acontecer, é provável que o sistema GFS ainda opere e os dados não sejam perdidos.

Comparando isso com o modo tradicional de armazenagem dos dados, ou seja, localmente, vejo muito mais fragilidade nesta opção. Neste caso temos que fazer backups e mantê-los em lugares fisicamente separados para evitar a síndrome do Boeing. Isso tudo custa dinheiro e usar a computação em cluster do Google soa muito mais seguro.

Além disso, com o uso de notebooks cada vez mais comum, a perda deste equipamento – um roubo, por exemplo – leva todos os dados embora que são a parte mais valiosa da máquina. Desde que comecei a usar o Gmail, em 2004, jamais perdi uma mensagem. Mas só nesse meio tempo deve ter perdido uns dois HDs. Fica a pergunta: a computação na nuvem é segura?

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