Google Phone não existe, parte 65536

por Alexandre Fugita

[Google Phone? Nhé!] Estou exagerando no número acima, na verdade deveria ser parte 3. É a terceira vez (1, 2) que escrevo um título em um blog dizendo que o gPhone não existe. E não é que acertei? As minhas razões são simples de entender. O Google nunca vendeu, para o consumidor final (*), qualquer tipo de hardware. Não faz parte do core business deles. A gigante de Montain View é basicamente uma empresa de software. No começo de 2006, todo mundo achava que a Google venderia um PC – notem, hardware – com Google OS. Nada feito, lançaram o Google Pack.

(*) leia os comentários números 9 a 15, pelo menos… :-)

Faz todo sentido do mundo que o esperado gPhone seja na verdade um sistema operacional e um SDK para dispositivos móveis. E ainda, com os movimentos da semana passada, de criar uma plataforma de aplicativos web, juntamente com a tendência a transformar tudo em pequenos softwares que interagem com a nuvem da internet (widgets, alguém?), o círculo se fecha. APIs livres e pululantes, soltando bits pra quem quiser.

There is no spoon

Já dizia o garotinho prodígio do primeiro Matrix, “there is no spoon, ops, gPhone“. O que existe é o Android, um sistema operacional, uma plataforma de desenvolvimento e que vem para tirar a importância do SO dos dispositivos móveis, tal como a Google e toda essa história de web 2.0 fez para com o desktop. Mas como assim, se estão lançando um SO? Tudo está explicado no post do blog official da Google: quem não tiver um dispositivo rodando Android continua a ter todos os serviços Google do seu navegador web mobile preferido. Ou com algumas aplicações multi-plataformas como o Google Maps. Exatamente o que o Nando do Undergoogle faz

[Google Phone é de todos!]

Palm com Linux? Tsc, tsc…

Quem deve estar comendo o chapéu agora é o pessoal da Palm, que está para lançar um novo sistema operacional baseado em Linux já faz uns… 5 anos… nem lembro mais. Depois do fracasso do Foleo – que teria tudo para ser a janela web da máxima “o PC é um acessório do Firefox”, agora vem o ataque de gente grande, que entra no jogo para ganhar. Não duvido nada que o PalmOS Linux seja abortado também… R.I.P.

Comentários do Facebook
22 comentários
  1. Então, eu não estava tão errado! A coisa só vai ser mais bem organizada. Agora imagina se eu pudesse substituir o Symbian pelo Android, seria perfeito! Mas enfim, até a metade de 2008 já vai ta na hora de trocar de aparelho mesmo…

    E agora, um PowerBy Google Phone ou um iPhone? O jeito é esperar!

  2. Puxa, o meu celular é igual aquele último da direita, o samsung x660… não dá para abrir o google maps, só a agenda e o gmail. Esse não é um google phone definitivamente =(

  3. Nunca acreditei que o Google fosse se meter a fazer hardware.

  4. É claro que ninguém nunca acreditou no GPhone, especialmente depois que a Google anuncia que não há nenhum GPhone. :)

    Quer dizer, deve haver sim com a parceria do HTC: http://www.engadgetmobile.com/2007/11/05/google-and-htcs-dream-phone-prototype-semi-revealed/

    Não confundam, a Google anunciou hoje o Android. Foi um pronunciamento para programadores e não necessariamente para os consumidores. As possibilidades de um GPhone ainda existem. Tanto quanto há um Ferrari phone, Armani phone… ;)

    Por falar nisso, a Google não vende servidores de busca (chamado Google Mini)?? http://www.googlestore.com/appliance/category.asp

    Vamos pesquisar…

  5. É colega. Google quando entra em um mercado é pra fazer barulho.

    Espero que seja tão bom quanto as outras coisas do Goolge =P

  6. Fugita vai levantar a placa de “EU JÁ SABIA”! Hehehhe

    Do resto, é bem parecido com o OpenSocial: o Google entra com o software e as APIs. Aliás, coisa que a Microsoft faz. Coisa que a Symbian faz.

  7. Que que isso Alexandre Fugita ?

    Não concordo com isso “As minhas razões são simples de entender. O Google nunca vendeu, para o consumidor final, qualquer tipo de hardware. Não faz parte do core business deles. A gigante de Montain View é basicamente uma empresa de software. ” .

    O Google gosta sim de hardware, e já vende ao consumidor final há alguns anos.

    http://www.google.com/enterprise/

    Esta certo que hardware tem uma logística de venda bem diferente de sofware, mas levando em conta que o Google sempre tem otimos softwares, acho que seria uma boa jogada fabricarem um celular com todos seus produtos.

  8. Vamos pesquisar….. Como disse o Danilo

  9. Pessoal, especialmente o Fabiano e o Danilo:

    O meu conceito de consumidor final é pessoa física. Com base nisso fiz a afirmação acima. Eu sei que o Google vende hardware para empresas. Se eu não especificasse o consumidor, estaria errado. Mas especifico “consumidor final” para diferenciá-lo de consumidor empresarial.

    Toda vez que escrevo isso dessa forma, que o Google não vende para consumidor final, os comentários se repetem.

    De acordo com o Consultor Jurídico, consumidor final é aquele que termina com o produto, ou seja, não utilizará para qualquer atividade que resulte em outro produto que aí sim vende-se para outro consumidor, final ou não. Ou seja, consumidor final é a pessoa física pois ela não usa o produto adquirido para vender para outros ou produzir qualquer outro tipo de riqueza.

    http://conjur.estadao.com.br/static/text/9438,1

    Com base nisso, posso afirmar com todas as letras que o Google não vende hardware para o consumidor final.

  10. De novo…

    Só para quem quiser conferir o que estou falando, acho que da próxima vez vou explicar o conceito de consumidor final no post. Esse mesmo questionamento surgiu no comentário 11 do seguinte post:

    https://techbits.com.br/2007/a-estrategia-movel-da-google/

    Abraços!

  11. Caro amigo Fugita,

    Desculpe, não tinha lido os outros momentos em que você citou “consumidor final”.

    Não gosto do Estadão, mas já que você citou também utilizo o mesmo texto: “Muito poderia se discorrer, é claro, a respeito dessa questão relativa ao conceito do consumidor, dada a manifesta impossibilidade de uma definição única para ele.

    Ou seja, é um termo extremamente confuso no meio corporativo. Por tanto vai sempre haver divergência de opiniões.

    Pronto, ponto final. Vamos voltar ao assunto…

    Viva o Android, tomara que o GPhone seja lançado pela HTC e espere mais um tempinho para ver projetos semelhantes criado pelo Mozilla e/ou Canonical.

    Grande abraço!

  12. Danilo,

    Fica tranqüilo, hehe! Realmente o conceito é confuso… acho que o correto seria dizer consumidor pessoa física… deixa pra lá!

    O Android me interessou bastante pq gosto de softwares que interagem com a rede, essas coisas. Vamos ver, e como o Nando disse acima (#1), até o lançamento já estará na hora de trocar o celular/ smartphone. Então, vou de Android OS!

    Abraços!

  13. Não vou discutir então, se cada um for ter um conceito sobre expressões simples como “consumidor final” , realmente não existe meios para discussão.

    Tomara que daqui alguns dias esses conceitos não extravagem demais, imagem uma pessoa dizendo,” meu conceito para consumidor final, é uma pessoa física com renda baixa do sexo masculino e que seja canhoto.”

    Para mim é simples:

    Consumidor, quem consome algo.
    Final, fim.
    Então consumidor final é quem consome o foco do produto. Um servidor de busca para uma empresa é consumido pela propria empresa, normalmente. Então é hardware para um consumidor final.

  14. Foi mal a discussão.
    Acho que sou meio direto em discussões.
    Cheguei a fugir do assunto do post.

    Me desculpe ai Alexandre.

  15. Fabiano,

    Tranqüilo, os comentários estão aqui para isso mesmo, discutirmos e chegarmos (ou não) em um consenso. Bom, da próxima vez vou usar o termo pessoa física, que não causa dúvidas, hehe!

    obs: mas que povo é esse que não dorme? Os comentários estão movimentados nesta madrugada! :-)

    Abraços!

  16. Ô Fugita, um post sobre o lançamento de um OS/SDK pra moblie do Google e nem um comentário sobre como fica o iPhone nessa história? =)

    Não nos esqueçamos de que o CEO do Google, o Eric Schimdt, faz parte do conselho de diretores da Apple, junto com Steve Jobs. Ambos os homens são inimigos de longa data da Microsoft, que já bateu muito neles no passado.

    Bom, apesar do tom satírico, acho que a análise do Fake Steve Jobs sobre as recentas reações do Google não só ao iPhone como também ao Facebook é uma das mais completas.

    http://fakesteve.blogspot.com/2007/11/its-not-phone-its-alliance.html

    Faltou comentar também as relações entre o lançamento do Andoid, do Google, e o anúncio de que a empresa está interessada em participar do próximo lelilão de concessão de banda nos EUA, com a condição de que, independentemente de quem vencer o leilão, a FCC exija que as redes que operem nessa nova banda seja mantidas “abertas” (uma espécie de “Net Neutrality” para rede móvel).

    Steve Jobs andou se encontrando com uma empresa espanhola, que ajuda assinantes de banda larga a compartilharem sua banda num modelo P2P através de wifi (o que me lembra o acordo entre Starbucks e Apple para uso do wifi nas lojas da rede da primeira para vender músicas pelo iTunes em iPhones e iPods Touch).

    A empresa se chama FON e tem Google e Skype entre seus principais investidores.

    Minha humilde opinião? O Android é mais focado no segmento de mercado disputado por Blackberry e Windows Mobile, ou seja, está mais pra uma estratégia de OEM ou de fornecimento de componentes pra outras empresas.

    O iPhone está mais pra o “consumidor final”(!!), hehe.

    Por enquanto, faz sentido pra Apple e Google forçarem a mão pra “abrir as redes” junto à FCC e dar ferramentas genéricas para o desenvolvimento dos aplicativos que vão realmente justificar a necessidade dessas redes.

    Enquanto isso, o SDK oficial do iPhone está prometido pra fevereiro, certo?

    Abraço!!

  17. Meu Smartphone é praticamente um Gphone!!! Ultimamente só tenho acessado o Google Reader, o Gmail e o Google Maps!!

  18. Li em alguns veículos que a google estava “inspirando” em modelos de aparelhos da HTC. Já logo pensei que seria um smartphone desenvolvido pela HTC especialmente para a google, que por sua vez desenvolveria o SO.

  19. Acho que o mais provável é isso mesmo, ele entrar com o SO e pedir a criação de um aparelho para alguma empresa.

    Só uma dúvida, vejo muita gente dizer “A Google”, mas nunca vi o próprio Google se referir assim.

    http://www.google.com.br/intl/pt-BR/profile.html

    Analisando masculino ou feminino seria “A empresa Google” ou “A onpanhia Google”.

    Mas na verdade acho que querem dizer “O império Google”. :)

  20. ate a nokia está a pensar adoptar o novo SO da google

  21. Pessoal,

    Depois da polêmica do “consumidor final”, volto aqui para responder aos comentários restantes. Vamos lá:

    Nando,

    Pois é, até 2008, já estará na hora de trocar de smartphone. Dependendo de como for, vou para o Android OS!

    Rodrigo,

    Bom, mas é possível usar alguns serviços Google, hehe!

    Thássius,

    Pois é, esse é o argumento principal. Hardware se não for bem feito, é commodity. Pra que a Google, uma das mais inovadoras empresas da atualidade, iria se meter com commodity?

    Felipe,

    Também espero que seja ótimo. A integração com os serviços na nuvem da internet é “matador”.

    Cesar,

    Eu levantei essa placa no Twitter, hehe!

    Mario,

    Pois é, não falei do iPhone. No final fiz uma crítica à Palm, que se já não tinha morrido, morreu de vez. Tem também um ótimo texto sobre isso na CNet:

    http://www.cnet.com/8301-13506_1-9808297-17.html?tag=head

    Quanto ao leilão da faixa de 700 MHz, já tinha abordado em outro post, ainda que de raspão:

    https://techbits.com.br/2007/a-estrategia-movel-da-google/

    Com um SDK da Google a caminho, com certeza a Apple vai lançar a sua também. E parece que vai ser na MacWorld. Vamos ver!

    Jonny,

    Pois é, eu também. O smartphone é uma janela para a web e uso muitos serviços Google nele.

    Gustavo,

    Aparentemente a idéia é fornecer o SO em regime OEM para vários fabricantes, incluindo aí a HTC. Mesmo esquema que a MS faz com o Windows Mobile. Dá uma olhada no ótimo comentário do Mario (#16), acima.

    Fabiano,

    Em relação ao nome o Google ou a Google, eu misturo da seguinte forma: “a” Google, para se referir à empresa como um todo. “o” Google, para se referir ao serviço de busca.

    Sérgio,

    Hehehe, será que a Nokia abandonaria o Symbian pelo Android?

    Abraços a todos!

  22. […] O Android OS, cujo nome de batismo é Open Handset Alliance, teve um lançamento muito parecido com o do OpenSocial: cercado de hype, e no final o Google se focou naquilo que sabe fazer bem, software de infraestrutura, e montando uma federação de aliados à sua volta, criando o ecossistema. No final, o Fugita pôde levantar alegremente a plaquinha de “EU JÁ SABIA!” […]

Deixe um comentário

Faça apenas comentários relacionados a este post. Caso tenha dúvidas, sugestões, críticas, ou queira discutir qualquer outro assunto que não esteja relacionado a este post, entre em contato pelo formulário ou através do email contato@techbits.com.br

Siga-nos no Twitter Nossa página no Facebook Assine o RSS Receba os posts pro email