A utopia do wi-fi municipal

por Alexandre Fugita

Wi-fi A revista Veja da semana passada trouxe uma matéria que falava da implantação de redes wi-fi em cidades (só para assinantes, infelizmente), por toda sua extensão, para acesso gratuito à internet. Uma das capitais que terá essa tecnologia já em 2008 será Belo Horizonte, Minas Gerais. Ao mesmo tempo que acho essas iniciativas de facilitar o acesso móvel à internet interessantes, tenho uma crítica mostrando que essa idéia de rede wi-fi municipal é uma utopia que jamais será atingida.

Quem usa internet móvel sabe, rede de dados via celular é mais útil do que wi-fi quando falamos de mobilidade. Defendo isso desde antes de baratearem os preços – ainda caros – do acesso via celular. E conheci pessoas que pensam da mesma forma como a Lu Monte, do Dia de Folga, de Brasília. Claro, sei que existem cidades no Brasil como Sud Menuci que tem rede municipal sem fio, ou ainda lá em Montain View, com rede fornecida pela Google, que parece que teve o projeto paralisado.

A grande vantagem da rede celular para acesso à internet é a disponibilidade da mesma. Não preciso caçar redes wireless (wi-fi) pelos hotspots da vida. Não preciso tomar um cafezinho naquele bar que oferece o serviço gratuitamente para os clientes. Não fico dependente do humor da Vex, que teima em não funcionar na maioria dos lugares.

Além disso, uma rede wi-fi é restrita ao hotspot. Não sei como funcionaria em uma rede municipal. Seria mesh, com possibilidade de transferência automática entre os hotspots? Lembre-se que cada hotspot tem no máximo uns 50 metros de raio. Impossível ser móvel deste jeito. Eu que uso smartphone, sei que o poder da internet está em usar continuamente, independentemente de região, sem interrupções, em movimento. De que adianta wi-fi municipal se eu preciso ficar parado em um lugar para acessar a grande rede.

A rede 3G da Claro está chegando, outras operadoras já fornecem soluções sem fio com preços razoáveis, pra quê achar ainda que wi-fi é internet móvel? Não é! Serve para usar em casa e no trabalho. Vez ou outra em um hotspot perdido por aí. Mas por ironia do destino, estou postando esse texto de um hotspot da Vex… de propósito…

Comentários do Facebook
23 comentários
  1. Rede de dados via celular é o caminho, a verdade e a vida. Depois que a gente tem, não quer saber de outra coisa. :)

  2. O WiMAX (802.16e), outra eterna promessa, poderia dar um “up” na idéia, no momento utópica, de redes wifi municipais. Afinal, talvez para São Paulo seja pouco, mas para cidades médias e pequenas, 10km de raio é um valor considerável…

    []’s!

  3. Só tem um erro conceitual: o Wi-Fi municipal não é competidor direto da rede celular, até pelo fato do Wi-Fi escalar pessimamente.

    Todas as cidades que implantaram, ou tentaram implementar, Muni-Fis o fizeram por terem perdido a paciência com as operadoras de banda larga com fio – afinal, e a vida é assim mesmo, as detentoras dos cabos de cobre ou de fibra (operadoras de telefonia fixa e operadoras de TV a cabo) são as grandes controladoras do mercado de banda larga. E, particularmente quando falamos em usuários empresariais, simplesmente não dá pra depender das altas latências, da falta de banda garantida e da impossibilidade de fazer SLAs das redes celulares, não que o Wi-Fi seja muito melhor.

    (Aí fica fácil entender o porquê de tanta animação orgasmática em torno do Wimax, uma tecnologia que até agora não saiu dos PowerPoints do marketing da Intel.)

    Ah sim! http://en.wikipedia.org/wiki/Municipal_wireless_network :D

  4. 4. irisss disse em 27 nov 2007 - 21:14

    oi

  5. Olá, Fugita,

    Acho que são coisas diferentes, com propósitos diferentes.

    Wi-fi é para acesso amplo, fornecido pelo governo, com limitações (se não houver hotspot próximo, mova-se um pouco), que atende às necessidades básicas do cidadão médio (nem todo o mundo é blogger); é como se fosse uma antena de TV de canal aberto.

    Cobertura por celular é para acesso individual, fornecido pelas operadoras (que procuram satisfazer o cliente, mas cobram por isso), para aqueles que querem mais mobilidade, transmissão mais rápida, etc.; é como se fosse uma operadora de TV por cabo.

    Eu pago para assistir à GloboNews, mas não deixo de assistir ao Jornal Nacional.

    Abraço,

    Yan

  6. Assino em baixo sobre o que o Carlos e o Ghedin comentaram, como moro em uma pequena cidade do interior e posso dizer que a última coisa com que o povo está preocupado é com a mobilidade.

    Afinal o descaso das teles e o dilema da não disponibilidade de banda-larga por cabo é o que impera.

    Pelo menos para o interior, o que importa é que a internet chegue logo.

    Quer ter uma idéia, repare que a maioria das cidades pequenas tem um provedor wireless.

  7. Olá Fugita, entendo seu ponto de vista mas acho que isso depende muito do contexto.

    Estou passando 3 meses em Paris, França, e tenho usado o wi-fi gratuito da prefeitura. O projeto é abrangente e bem feito. Na região central existem mais de 200 hotspots instalados em bibliotecas, subprefeituras, parques, pontos turísticos e outros pontos de interesse. O acesso é fácil, anônimo, bastando autenticar (aceitar os termos de uso) para cada período de 2 horas. Como não estou aqui a passeio e o trabalho não pára nunca, gosto de trabalhar em bibliotecas e vejo sempre jovens e adultos, estudantes ou não, acessando a web com seus portáteis.

    Como Paris recebe uma enxurrada de turistas, também é comum vê-los acessando conteúdo pelo wi-fi gratuito.

    Cada hotspot é um link de 8Mbits (não tenho certeza sobre esse dado!). Em 7 dias consecutivos de uso presenciei apenas uma queda temporária. Em todas as demais situações o link mostrou-se bastante estável e muito mais rápido que meu ex-Speedy no Brasil.

    De tudo isso, posso dizer que estes estudantes e turistas, pelo menos, além dos próprios órgãos públicos que hospedam os hotspots, beneficiam-se muito desse esquema wi-fi. Pode não ser a melhor solução teórica, mas antes ter 200 hotspots wi-fi gratuitos que nada.

    A questão aí não é fornecer internet para quem está em movimento (apesar de servir em alguns casos), mas oferecê-la para quem ainda não a tem em casa ou no trabalho. Dentro deste contexto, o wi-fi parisiense é uma iniciativa de sucesso bem vista e aproveitada ;)

  8. vejam so este telemovel novo, brutal!!

    http://mundotecnologicopt.blogspot.com/

  9. Como o Rodrigo Ghedin disse, o ideal seria começarem a implementar o uso do WiMax. Parece, no entanto, que a Anatel e o Ministério das Comunicações não estão tão preocupados com isso.

  10. Lu Monte,

    Ok, é tudo isso, é verdade, mas vc não acha que exagerou um pouco? :-)

    Ghedin,

    O WiMax vai substituir o cabo no acesso à internet. É uma tecnologia para a “última milha”, ou melhor, “último kilômetro”, antes de chegar à nossa casa ou empresa. Pelo que entendi é necessário licitação para distribuir licenças de WiMax ou seja, complicado…

    Cesar,

    Discordo que não seja concorrente. Os dois provém o mesmo serviço, acesso à internet. Um tem a vantagem da velocidade e o outro a vantagem da disponibilidade. Fico com a disponibilidade.

    Quanto ao WiMax, tenho minhas dúvidas…

    iriss,

    Oi! Pode comentar mais se quiser, hehe!

    Yan,

    É mais ou menos o que falei para o Cesar, mas acho que o propóstio é o mesmo: acesso à internet. As vantagens de um e de outro é que mudam.

    Thiago,

    Fantástico seu relato! Moro em São Paulo, que tem bastantes hotspots por aí, mas acho nada prático ter que ficar parado – sim, no raio de um hotspot – para acessar a internet. Já me acostumei a ficar conectado o tempo todo, sem interrupções, em qualquer lugar. Às vezes abro no notebook em algum lugar com wi-fi, mas está ficando raro.

    Gostei do seu relato que mostra o uso real do wi-fi disponível gratuitamente.

    <Thássius,

    É, o WiMax é outra utopia…

    Pessoal,

    Além de tudo isso, peso a segurança como fator negativo do wi-fi. Redes abertas, municipais ou não, da Vex ou dos concorrentes, todas tem o problema da segurança muito grave. Os dados trafegam sem criptografia, sem proteção alguma. Rede celular é diferente e mais seguras.

    Abraços a todos!

  11. A palavra chave é infra-estrutura. A infra-estrurura de telefonia fixa é bastante ampla: dial-up; a da telefonia celular melhorou bastante desde os tempos analógicos da estatal Telebrás: mobilidade; hot-spot: ainda falta muito… Yan acha que ‘o governo’ deve fornecer wireless em cidades pequenas para a ‘população’. Engraçado, um estado que não oferece o serviço de segurança e educação, deveria também fornecer internet.

  12. Rede de dados no celular, via operadora, serve para fins pessoais. É a computação pessoal que sai da sua casa e vai para o seu bolso.

    Redes públicas WiMesh, WiMax e afins, tem o propósito de servir a um determinado grupo de pessoas, como comerciantes de um shopping, órgãos públicos, escolas e entidades.

    Não desmereço nem um lado nem o outro.

  13. As cidades com cobertura wi-fi no pais são testes de empresas como a Intel, Cisco e Siemens, que testam tecnologias desde Wi-Max até Mesh/Ad hoc comentada no artigo.

  14. Olá Fugita! Tudo bem?

    Como muitos já disseram aí, penso que você talvez esteja errado nos argumentos (precipitado, melhor dizendo).
    Redes Wimax, Mesh tem tudo para serem usadas melhor comercialmente – e mais viável – do que a rede celular.
    E isso não só aqui no Brasil…

    O grande problema não está nos hotspots. Mas na criação de um futuro hotspot universal. Algo que a tecnologia atual ainda vai demorar a chegar.
    Ou quem sabe surjam RFIDs comunicativos no corpo humano num futuro distante :)

    Em tecnologia tudo pode ser possivel.
    E da melhor forma, com certeza.

    Só lamento a “exploração” no Brasil das operadoras da rede celular. Isso é um bom motivo pra acreditar numa “internet móvel wi-fi”

    Abraços

  15. semtex,

    Concordo com sua afirmação a respeito do governo. Nem tinha passado pela minha cabeça o que vc falou e é verdade. Pq diabos o governo deveria fornecer internet grátis enquanto o Brasil precisa de melhorias em outras coisas mais básicas? Além disso, quanto menor a intervenção de Estado na economia, melhor, certo?

    Bia,

    Ah, sim, cada uma tem sua função. Mas apesar de achar “bunitinhu” essa idéia de wimax, wimesh, wifi pra todo lado, não boto fé nessa possibilidade a curto prazo.

    Dirceu,

    Legal, é iniciativa privada. Isso explica pq não são implantadas em escala global. Quem vai pagar a conta?

    Neto,

    Bom, concordo que meus argumentos podem ter sido precipitados, mas é essa discussão mesmo que quero gerar, hehe! :-)

    Vamos ver e aguardar. Mas por enquanto, vou de rede celular!

    Abraços a todos!

  16. Ótimo blog, Fugita.

    Para disponibilizar internet via wi-fi “na rua” faz-se uso de antenas de maior abrangência, e configura-se estas antenas para que se comportem como uma única rede, da mesma forma que as de celular. Mesmo assim certamente é complicado competir com a abrangência das antenas para telefonia. Apesar de conseguirmos uma maior mobilidade com a configuração que citei acima, não posso dizer que seria uma alternativa às redes de celular, pelo menos para o usuário móvel.

    De qualquer forma, acredito na disponibilização da internet em cidades via wi-fi. Só que certamente o objetivo será atender ao grande público, muito provavelmente deixando de lado os requisitos das pessoas que requerem muita mobilidade.

  17. Vitor,

    Minha pergunta é: antenas (não o dos gadgets) com maior abrangência conseguiriam “ouvir” os gadgets sem antenas mais fortes?

    Um exemplo: vamos supor que vc queira se comunicar com uma pessoa a 100 metros de distância e dispõe de um microfone e um alto-falante. Vc liga o equipamento (antena mais abrangente) e fala algo. A pessoa ouve. Ela não dispõe desses equipamentos, apenas da voz normal dela (antena normal do gadget). Grita algo de volta. Vc não ouve… Não seria a mesma coisa?

    Abraços!

  18. Ótima colocação, Fugita. Fiquei na dúvida.

    A resposta é não. Pra responder, busquei os entendidos aqui na empresa. O que acontece é que uma antena com maior ganho (geralmente antenas maiores) permite que o equipamento “ouça” melhor. Já pra transmitir melhor, o transmissor é que precisa ser mais potente. É como se a pessoa, além de utilizar um microfone (transmissor), comprasse um aparelho auditivo (antena de maior ganho).

    Porém sempre vamos aumentar o custo quando fazemos estes “hacks” utilizando o wi-fi. Vi em alguns foruns que mesmo assim o wi-fi está valendo mais a pena que o wimax. Certamente em algum momento essa balança vai mudar.

    Abraço!

  19. 19. WKunde disse em 7 dez 2007 - 01:41

    Com wi-fi ou WiMax pagos pelo “governo” este ganharia com o aumento da velocidade e número de negócios realizados= + arrecadação via impostos. Não o faz porque contraria as teles que compraram os oligopólios (concessões) justamente para não terem concorreência. Imaginem a quantas andaria o Brasil se o preço do uso de celular fosse igual ao fixo convencional, cuja implantação e operação é muito mais cara…Os grandes investimentos das operadoras são a aquisição das “concessões” junto à ANATEL e a propaganda.

  20. Vitor,

    Que bom que vc checou com pessoas que entendem do assunto e eles finalmente clarificaram meu entendimento sobre o assunto, hehehe! Adoro os comentários por isso, hehe!

    O WiMax tem o problema de a exploração necessitar de licença específica da Anatel. Não sei como é lá fora… ou seja, vai demorar…

    WKunde,

    Concordo que a obteção das concessões tem um peso significativo no preço dos produtos e serviços pois todos querem o retorno do investimento. O WiMax será a mesma coisa, acredito…

    Abraços a vcs!

  21. 21. VERO disse em 30 out 2008 - 07:51

    SOBRE A VIVO

  22. 22. Lima disse em 7 jun 2010 - 11:40

    hga que mané internet via celular gprs, eddg e hsdpa”3G” são carricimas, em Jardinópolis interior de são paulo 100% da cidade é coberta por wifi Gratis e funciona perfeitamente

  23. 23. Rosa Catarina disse em 7 out 2010 - 20:38

    comprei um powerpack e me falaram na loja que possuia wifi mas na oconsigo nunca entrar isso e possivel ou nao funciona mesmo vou devolver o celular

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