Pirataria como modelo de negócios

por Alexandre Fugita

[Pirataria] Em uma semana que fomos surpreendidos com a venda do YouTube para o Google, e em um mundo em que a distribuição de conteúdo enfrenta novos paradigmas, finalmente veio a declaração que todos esperavam: Anne Sweeney, presidente do grupo de TV Disney-ABC, que faz entre outras a série Lost, reconheceu que a pirataria é um modelo de negócios e que compete com os meios tradicionais de distribuição de conteúdo. E a constatação veio da observação de que 15 minutos após o término da transmissão de suas séries pela TV, arquivos digitais de alta qualidade já estavam disponíveis para download na internet.

A declaração

“Então, nós entendemos a pirataria como modelo de negócios. Ela existe para suprir uma necessidade do mercado, especificamente para aqueles consumidores que querem conteúdo de TV sob demanda, e compete conosco da mesma forma que fazemos, através de alta qualidade, preço e disponibilidade. Nós não gostamos da pirataria, mas percebemos que se trata de um importante competidor. E nós criamos uma estratégia para contornar esta ameaça com meios atrativos e fáceis dos espectadores conseguirem o conteúdo desejado de nós, legalmente. Em outras palavras, manter pessoas honestas, honestas.”

Disponibilidade de conteúdo

A Disney reconheceu que o que o consumidor quer é disponibilidade de conteúdo. Talvez você tenha perdido sua série favorita na TV. Atualmente a Disney-ABC disponibiliza via internet, com propagandas, o mesmo episódio que passou na TV, horas após a transmissão original. A qualidade não é lá essas coisas, não é possível gravar em seu computador, e o serviço está restrito aos EUA. Mas já é um avanço.

Nas redes de BitTorrent, minutos após a transmissão de séries americanas de TV, já é possível baixá-las para assistir em qualquer lugar do mundo. A disponibilidade é o rei pois é isso que os consumidores querem. Ao invés de tratar os fãs como inimigos, que tal se juntar a eles? É isso que indica a nova postura da Disney-ABC. E essa disponibilidade, ao contrário do que se imagina, aumenta a audiência do programa de TV, que por conseqüência aumenta a receita com anúncios, e todo mundo fica satisfeito.

Só resta saber se essa declaração foi montada para agradar a audiência ou realmente trata-se de uma mudança na postura da indústria.

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Comentários do Facebook
5 comentários
  1. A sua última frase é exatamente o que eu ia falar.
    Se entendermos que ele falou a verdade, ele tá é mais que certo. Inclusive, foi o que comentamos lá naquele post no meu blog, sobre a vantagem competitiva que a pirataria agrega ao produto, mesmo que indiretamente.

    Agora é arrumar novas formas de monetização do negócio…

  2. É verdade, na hora não lembrei do seu post mas trata-se do mesmo assunto. Eu acho que muitos modelos de negócios estão mudando radicalmente nos últimos anos. A indústria de conteúdo é uma delas, a de software, outra. No fim, tudo que envolve arquivos digitais.

    obs: acabei por incluir um link para seu post no texto. Valeu pela dica!

  3. Aê :D
    Valeu a moral, Fugita :)

  4. hehehe!

  5. As tecnologias mortas de 2006…

    Feriado de Finados. Nada mais relevante do que falar dos mortos. A tecnologia avança a passos largos. A toda hora inovações surgem substituindo o que era insubstituível. O ciclo de vida dos produtos está cada vez menor. Alguns prevêem inclusive a…

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